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Política Mais votado do PL

“Minha pretensão é me dedicar à vereança, para o que fui eleito”, frisa Rafael Heinrich

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Vereador eleito mais votado do PL, Rafael Heinrich: “Acredito que os eleitos para a próxima legislatura farão um debate mais propositivo, a fim de resolver os problemas da comunidade. Nós precisamos debater o problema e propor uma solução, e creio que será bem produtivo nesse sentido” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Estreante em candidatura política, mas com 14 anos de experiência na área da saúde, tanto na iniciativa privada como no setor público, o nutricionista Rafael Heinrich conquistou 716 votos dos cidadãos rondonenses no último dia 15, elegendo-se vereador à legislatura 2021/2024. Dos dois vereadores eleitos pelo PL, ele foi, inclusive, o melhor votado.

Em entrevista ao O Presente, Heinrich destaca que seu objetivo é permanecer os quatro anos na Câmara, para onde foi conduzido pelos seus eleitores. Contudo, diz que se necessário e convidado, aceitaria assumir uma secretaria na prefeitura, caso o prefeito Marcio Rauber (DEM) e o vice Ilario Hofstaetter (Ila) (PL) não encontrarem pessoas técnicas para a função.

Ele também opinou sobre a eleição da mesa diretiva da Câmara e falou, entre outros assuntos, sobre sua expectativa para os trabalhos no Legislativo. Confira.

 

O Presente (OP): Esta foi a sua primeira campanha eleitoral e você já figurou como o 11° mais votado para a Câmara. O que isso representa para você?

Rafael Heinrich (RH): Primeiro, representa gratidão. Temos feito há anos um trabalho na saúde pública de Marechal Cândido Rondon e também na iniciativa privada. Ao receber esses 716 votos, além do trabalho que fizemos na campanha, entendo como reconhecimento aos 14 anos de serviços prestados na área da saúde, da confiança das pessoas em um trabalho de responsabilidade e respeito. Significa voto de confiança para atuar na Câmara de Vereadores.

 

OP: Você imaginava se eleger? Fazer uma votação de certa forma expressiva (716 votos) já na primeira campanha?

RH: Trabalhamos com muita responsabilidade e respeito ao cidadão, com atendimento humanizado em todas as instâncias. Os 716 votos representam toda essa trajetória, incluindo a direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a oportunidade de ter sido secretário municipal de Saúde interino por 21 dias em janeiro, ou seja, desde lá de trás no ano de 2009. A partir do nosso trabalho tivemos muitas conquistas. O município, por exemplo, passou a adquirir produtos da agricultura familiar para alimentação escolar, pois anteriormente era industrializado, embalado e encaixotado. Passamos a adquirir frutas, verduras, legumes e isso vem crescendo ao longo dos anos. Hoje compramos arroz, feijão, farinha, fubá, vinagre da agricultura familiar de Marechal Rondon e cidades do entorno.

 

OP: Mesmo com a pandemia de Covid-19 você investiu na campanha corpo a corpo para conquistar o eleitorado, claro, tomando todos os cuidados. Acredita que isso fez a diferença no resultado final?

RH: Considerando a pandemia de Covid, a gente trabalhou e se preparou para usar muito as redes sociais, com postagens diárias para interagir com o público e engajar ele à nossa campanha, mas também fez corpo a corpo. Foram 44 dias de caminhada de rua das 07 às 22 horas, de casa em casa em todos os bairros. Teve casa que fomos duas vezes, teve visita individual no comércio. Fizemos uma campanha bonita, olho no olho. Esses 716 votos são olho no olho, uma fatia penso que pela confiança, tanto que alguns diziam “não precisa nem passar na minha casa que nosso voto já é teu”. Foi uma campanha íntegra, que não ofendeu ninguém e respeitou todas as 90 candidaturas (à vereança). Teve eleitor que não quis santinho, dissemos obrigado e seguimos viagem, então sempre muito respeitosa. Graças a Deus com uma equipe muito boa, todos batalhadores, só tenho a agradecê-los. A equipe abriu nossas portas e soube chegar nos lugares e converter em resultado positivo nessa eleição.

 

OP: Você entrou no Poder Público no governo Moacir Froehlich, assumiu cargos importantes no governo Marcio Rauber, como diretor da UPA 24 Horas e secretário interino de Saúde. Devido ao seu envolvimento com a saúde, este setor será o carro-chefe do seu trabalho na Câmara?

RH: Preciso honrar o que propus. Trabalhamos durante a campanha com 42 propostas divididas em saúde, educação, desenvolvimento urbano e desenvolvimento rural. Tenho especialidade na saúde pública, sou nutricionista com cinco anos de estudo no Ensino Superior, dois na saúde pública e três anos de mestrado em desenvolvimento rural sustentável, tanto que a gente quer trabalhar essas vertentes. Existe demanda muito grande na área urbana também, fortalecimento do comércio, indústria, setor de serviços e qualificação da mão de obra. Então, vamos trabalhar todas as vertentes. Esse é meu plano de mandato, e tenho ele todo elaborado. Agora, basta colocar em prática aquilo que nos comprometemos com o eleitorado.

 

Vereador eleito Rafael Heinrich: “Eu defendo um governo técnico, então se faltarem nomes técnicos para quem sabe compor uma secretaria a gente se dispõe em última instância para o trabalho não deixar de ser frutífero ou ficar limitado, mas minha pretensão é ficar na Câmara” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

 

OP: Muitos dos vereadores eleitos não são tão conhecidos da população. Qual é a trajetória do Rafael?

RH: Iniciei no ano de 2007 em Nova Santa Rosa, na alimentação escolar e hospitalar. De 2007 a 2009 atuei no Hospital Lar Belém (em Nova Santa Rosa), de 2009 a 2012 na Prefeitura de Marechal Rondon, de 2012 a 2015 fui concursado em Toledo, mas como gosto de Marechal Rondon fiz concurso aqui e fui aprovado, ingressando em 2015 na Secretaria Municipal de Saúde, onde estou atualmente e agora vou me afastar para me dedicar à vereança.

 

OP: Qual avaliação você faz do seu partido, o PL, nas urnas, tendo elegido dois vereadores, sendo você o mais votado, e o Valdir Port (Portinho), além do vice-prefeito Ilario Hofstaetter (Ila) na campanha à majoritária?

RH: O PL foi o terceiro partido mais votado nessas eleições no município e juntos tivemos 3.929 votos, então ficamos atrás apenas do DEM e do MDB. Tivemos uma votação expressiva para um partido construído há pouco tempo em Marechal Cândido Rondon, portanto conseguimos juntar bons nomes, saímos fortalecidos e vamos nos fortalecer cada vez mais.

 

OP: Você vai assumir pela primeira vez como vereador. Qual a sua expectativa para os trabalhos na Câmara?

RH: Do ponto de vista do debate provocativo que afeta o lado pessoal, pelo que conversei com alguns dos eleitos, todos se dispõem a fazer um debate mais propositivo, de ideias, da política que vem do conceito de resolver os problemas da comunidade, da sociedade. Quais problemas temos e quais alternativas existem para resolver esses problemas? Digo isso, pois a vida pessoal do outro não é um problema da sociedade, é problema dele. Nós precisamos debater o problema da sociedade e sua solução e creio que será bem produtivo nesse sentido, até mesmo pela composição com pessoas boas, técnicas de diferentes áreas de atuação.

 

OP: Além de você, a nova legislatura terá outros estreantes na política, mas também contará com alguns com bastante experiência. Como você imagina que vai ser essa mescla de experientes e novatos na Câmara?

RH: Neste ano, a composição dos eleitos ficou bem diversificada. Penso que ficou bom e que será uma composição frutífera e propositiva.

 

OP: Se o prefeito Marcio chamar vereadores eleitos para assumir uma secretaria ou outro cargo na prefeitura e o senhor for convidado, aceitaria?

RH: Minha pretensão é ficar na Câmara para me dedicar à vereança. De antemão quero destacar que reconheço muito o trabalho da Marciane (Specht) na Secretaria Municipal de Saúde e no que depender de mim indico o nome dela para continuar, porque as pessoas têm expectativa sobre de repente eu ir para a Secretaria de Saúde. Pelo contrário, reconheço muito o excelente trabalho que a secretária Marciane vem fazendo e no que depender de mim eu indico o nome dela para continuar na Secretaria Municipal de Saúde, porém isso depende da nomeação do prefeito. Apenas estou tecendo um comentário da minha opinião acerca disso. Existe apenas uma possibilidade de eu ir para uma secretaria: que é de repente não ter nomes tecnicamente bons para assumir. Eu defendo um governo técnico, então se faltarem nomes técnicos para quem sabe compor uma secretaria a gente se dispõe em última instância para o trabalho não deixar de ser frutífero ou ficar limitado. Então, nessa eventual situação, a gente vai olhar para o contexto e pensar sobre isso, mas minha pretensão é seguir na vereança até porque 716 pessoas votaram em mim para ser vereador e não para ser secretário. Agora, a partir do momento que estão ameaçados o bem do município e a produtividade, tenho disposição em contribuir politicamente para que o município continue melhor.

 

OP: O prefeito Marcio pretende ampliar o Hospital Cruzatti. Na sua opinião, como melhorar a saúde pública e de que maneira o vereador eleito Rafael pode colaborar neste sentido?

RH: A ampliação do Hospital Cruzatti vai trazer mais leitos e sala de parto exclusiva, porque hoje os partos são divididos com centro cirúrgico de pequenas cirurgias, mas não das grandes. As pequenas cirurgias realizadas competem em espaço com parto e a gente tem defendido parto humanizado, normal, aumento da quantidade e percentual de partos normais, então essa reforma inclui sala de partos para que as mulheres tenham mais conforto e possam se dedicar para que essa prevalência aumente. Também consta no planejamento e a gente vinha discutindo no ano anterior o início de cirurgias ortopédicas de menor complexidade no município. Então vai avançar nesse sentido. Vamos dialogar com os governos do Estado e federal, inclusive através do PL, haja vista que temos o (Marcel) Micheletto, secretário de Estado, e que possui bom diálogo com o governador Ratinho Junior. Estamos em um partido que tem essa conexão, não estamos soltos, avulsos, temos uma conexão regional com o governo estadual e também com o federal por meio do deputado (Fernando) Giacobo.

 

OP: A eleição da presidência da Câmara está em pauta e há vereadores que já estão colocando seus nomes à disposição? Como o senhor imagina que vai ser esse processo? Tranquilo, considerando o percentual de eleitos do grupo de situação?

RH: Não existe consenso ainda, no entanto, de minha parte, não tenho problema nenhum em dizer e acho importante ser humilde; é interessante entrar e me localizar. Não adianta querer entrar topetudo e dominar o espaço. Primeiro preciso entrar, me localizar, me sentir mais à vontade, trabalhar dentro do que fiz o compromisso com o eleitorado de apresentar, implantar propostas. Não fiz compromisso de me dedicar a querer ser presidente da Câmara, não tenho essa pretensão inicial. Se amanhã ou depois avançar e demais vereadores acharem que a gente tem esse potencial, essa capacidade, estamos à disposição. Habilidade tenho porque já estive em diversas associações e entidades com tratativas de plenárias, mas de momento preciso ter humildade de saber chegar, discutir, debater. Não tenho dificuldade nenhuma de trabalhar em favor daquele que já tem um pouco mais de experiência.

 

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