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Na Assembleia, deputados defendem “lockdown” em todo o Paraná

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(Foto: Divulgação)

Deputados defenderam, na sessão de hoje da Assembleia Legislativa, que o governador Ratinho Júnior (PSD) decrete imediatamente um “lockdown” em todo o Paraná, seguindo o exemplo do que foi feito pelo prefeito Rafael Greca (DEM) em Curitiba na última sexta-feira, para tentar frear as mortes e contaminações pela Covid-19. Os parlamentares também cobraram que o governo do Estado tome iniciativa de comprar diretamente vacinas contra o coronavírus, diante da incapacidade do Ministério da Saúde em fornecer os imunizantes. O líder do governo na Casa, deputado Hussein Bakri (PSD), alegou que os municípios tem autonomia para tomar medidas contra a pandemia, e que não há vacinas disponíveis para os estados comprarem.

O primeiro a defender novas medidas restritivas contra a Covid-19 na sessão foi o deputado Michele Caputo (PSDB), que foi secretário de Estado da Saúde do governo Beto Richa. Caputo elogiou a decisão de Greca de decretar o “lockdown” na Capital e dos prefeitos da região metropolitana de fazerem o mesmo. Ele também elogiou a decisão do governo do Estado de suspender a volta às aulas presenciais, previstas para ontem. “Quero parabenizar o governo que recuou dessa situação, mas acho que temos que fazer mais”, disse. “Quero apoiar a iniciativa da prefeitura de Curitiba pelo ‘lockdown’. Não adianta virem falar de coisas que não reverter. O que vai reverter, nesse momento, com a ausência da vacina, é controlar o contágio. Só que também não adianta só Curitiba”, afirmou o parlamentar.

Caputo lembrou que o problema da ocupação de leitos de UTI ocorre em todo o Estado, não só na Capital. “E já que a situação de comprometimento é igual em todas as quatro macrorregiões (de saúde do Paraná). Inclusive tem macrorregião ainda pior que a nossa, a Leste aqui em Curitiba e região metropolitana, porque não tomar uma atitude corajosa de fazer um ‘lockdown’ no Paraná inteiro? Pelo menos nos próximos dez dias”, defendeu. “Não há como controlar o contágio a não ser com uma ação de vacinas. E infelizmente no Paraná temos menos de 200 mil pessoas vacinadas. O que nos resta nesse pior momento de enfrentamento, com pessoas morrendo sem acesso à condição de ser bem tratada ou de ter os recursos em uma sala de intensiva de urgência e emergência nos nossos hospitais. Nós temos que começar a tomar medidas à altura da gravidade do problema”, cobrou Caputo.

O deputado disse ter sido procurado por prefeitos sobre a compra de vacinas e defendeu que o Paraná forme consórcio com municípios e outros estados para adquirir os imunizantes. “É que infelizmente a hora H do dia D das vacinas que o Ministério da Saúde colocou para o cidadão brasileiro não chega nunca e nós estamos morrendo”, apontou.

“Nós precisamos fazer isso (lockdown) e vacina ou então não vamos mudar esse cenário. A gente está recebendo a toda hora ligações de pessoas que estão nas UPAs e nos hospitais e não são atendidos, porque não tem vaga, não tem médico, não tem onde internar essas pessoas”, concordou a deputada Luciana Rafagnin (PT). “Não podemos ficar esperando o que diz o presidente da República. Ele já poderia ter comprado. Os governadores precisam, sim, tomar uma atitude em relação a isso. Nós não podemos continuar vendo as pessoas morrendo desse forma”, disse ela.

O deputado Goura (PDT) elogiou Greca, de quem foi adversário nas eleições de 2020, e cobrou uma posição do governo do Estado sobre o lockdown em Curitiba. “Estamos no terceiro dia de lockdown da Capital dos paranaenses. Até agora nas redes sociais do governador ou do Estado um silêncio completo sobre o lockdown na Capital paranaense”, afirmou. “O que nós queremos entender qual a política do governo para a vacinação. É cruzar os braços e esperar pelo presidente Bolsonaro? Queremos saber porque nosso Estado tem mais de 1 mil pessoas aguardando por um leito”, questionou.

“Ontem faltou oxigênio em Maringá, Clevelândia. É possível que falte, até o final de semana, em Curitiba. As pessoas estão morrendo por falta de ar. Nós já temos filas de carros funerários como aconteceu em Foz do Iguaçu. Entretanto, não temos vacinas”, alertou o líder do PT na Casa, deputado Tadeu Veneri. “O Estado tem R$ 200 milhões para comprar (vacinas), mas até agora não disse uma palavra se vai participar de consórcios que estão sendo formados”, disse ele.

Em resposta, o líder do governo, Hussein Bakri (PSD), alegou que o Estado respeita a autonomia dos municípios. “Existe sim uma determinação do governo de agir rápido. O governador tomou as atitudes necessárias na semana passada. Evidentemente que cada município vai tomar a sua decisão. E nós temos que respeitar a peculiaridade de cada município. Cada cidade tem suas diferenças, o que vale para Curitiba talvez não vale para o interior”, alegou. Segundo ele, o Estado investiu na abertura de mais de 4 mil leitos desde o início da pandemia, sendo 1.570 de UTIs. “É evidente que todos querem a vacina. Mas qual o estado que comprou vacina a não ser São Paulo, que fabrica? O Paraná tem sim o dinheiro disponível. A Sputinik não tem nem aprovação da Anvisa ainda”, argumentou.

 

Com Bem Paraná

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