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Política Maripá

“Não teria motivo no momento para sair do PL”, frisa Rodrigo Schanoski

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Prefeito de Maripá, Rodrigo Schanoski (PL): “O traçado (da Nova Ferroeste) cortando o município como um todo nos deixa otimistas de que novas indústrias podem se instalar aqui diante dessa facilidade. Estão falando em ter um porto próximo da nossa região. Portanto, muitas coisas boas podem vir” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

O PSD do Paraná vem fazendo um trabalho ofensivo para ampliar o número de prefeitos filiados e, desta forma, fortalecer o partido e a pré-candidatura do governador Ratinho Junior (PSD) à reeleição. Um dos prefeitos que foi convidado para migrar à sigla é Rodrigo Schanoski (PL), de Maripá.

Em entrevista ao Jornal O Presente, ele afirma que se mantém no PL e reforça a sua parceria com o deputado estadual Marcel Micheletto (PL).

O gestor também fala da sua relação com o ex-prefeito Anderson Bento Maria (Cidadania), pois na eleição muitos eleitores apontavam que a gestão de Schanoski seria uma continuidade do seu antecessor. Confira.

 

O Presente (OP): Quando candidato e após ser eleito, muitos achavam que seu governo seria uma continuidade do mandato do ex-prefeito Anderson Bento Maria. Após os quatro primeiros meses de gestão, o que o senhor teria a dizer a essas pessoas?
Rodrigo Schanoski (RS): Vivemos isso no período eleitoral e não estou aqui para desmerecer a gestão do prefeito Anderson. Pelo contrário, pois foi uma gestão muito eficaz, proativa e deixou Maripá em um patamar de excelência. Assumimos uma gestão com um fluxo de caixa muito bom e com folha de pagamento em dia. O ex-prefeito Anderson e o ex-vice-prefeito Elizeu (Spagnol) fizeram a sua parte. Porém, no período eleitoral expomos que queríamos algo um pouco diferente, porque nosso jeito de fazer gestão é diferente do prefeito Anderson. E, neste intuito, é que estamos trabalhando com muito diálogo, que é uma bandeira que sempre pregamos no processo eleitoral. Conversar mais com a comunidade, lideranças, vereadores, instituições e com as entidades. E assim estamos fazendo, sempre levando em consideração que temos ações de curto, médio e longo prazo dentro do nosso plano de governo. Fico feliz porque nestes primeiros 100 dias de atuação já percebemos a comunidade entendendo que as mudanças que fizemos são para melhorar serviços e essa nossa proposta de atuação. Já adianto que a aproximação com o Governo do Estado tem sido muito importante, com nossos representantes na esfera estadual e federal. Conseguimos angariar muitos recursos, que vêm para completar aquilo que nos propomos a fazer no plano de governo.

 

“Nosso jeito de fazer gestão é diferente do prefeito Anderson. E, neste intuito, é que estamos trabalhando com muito diálogo”

 

OP: O ex-prefeito tem participado ou palpitado no governo municipal?
RS: O Anderson é empresário, tem vários empreendimentos e outro projeto político. Eu o respeito e sempre me coloco à disposição. Estamos aqui para discutir, sempre vou ouvi-lo, porque realmente ele tem uma capacidade de gestão muito boa, mas neste momento temos feito a nossa gestão. Estamos tocando o barco e ele tem dado essa liberdade. Isso sempre ficou muito claro para mim e para a vice-prefeita Janaína (Müller Geraldi, PP). E quero aqui referendar a participação dela na nossa gestão. A Janaína tem sido muito importante, pois tem feito uma interlocução entre as demais secretarias, o que tem dado um resultado muito bom. A figura do prefeito ora está aqui, ora está representando o município fora das divisas de Maripá, então ela está como meu braço direito. Essa é uma das situações que trouxemos em ter uma vice-prefeita que estivesse muito presente na prefeitura.

 

OP: Todos sabem que o ex-prefeito Anderson tinha como objetivo ser candidato a deputado estadual. O senhor acredita que ele mantém esse projeto após o falecimento do deputado federal José Carlos Schiavinato (PP), de quem era assessor parlamentar?
RS: Fica difícil eu afirmar que o Anderson é candidato a deputado ou não. Hoje ele ainda está no Cidadania, sigla na qual iniciou a sua carreira política. Ele tem, sim, esse desejo em ser candidato a deputado estadual. Acredito que não só pelo falecimento do deputado Schiavinato, mas por ele ter a maturidade de compreender que a região precisa discutir isso melhor, pode ser que em nível regional entendam que o Anderson seja o candidato ideal para representar a todos. Neste momento, não posso afirmar nem que sim e nem que não, mas ele tem o desejo e sempre deixou muito bem claro para a população de Maripá e para toda região.

 

OP: Na sua avaliação, um município de pequeno porte tem condição de eleger um deputado estadual?
RS: Tudo depende do envolvimento desse representante na região. O Anderson foi uma pessoa de grande representatividade. Ele foi presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), sempre se fez presente nos municípios, participou de programas importantes, como o Oeste em Desenvolvimento, foi muito atuante, seja em Brasília ou Curitiba. Mas isso também não garante um quantitativo de votos, até porque a maioria dos prefeitos hoje já tem seus compromissos partidários com os atuais legisladores. Dizer que não tem como, claro que é possível. Vejo Palotina com uma carência, assim como Marechal Cândido Rondon. Em Assis Chateaubriand nós temos o nosso deputado estadual Marcel Micheletto, que hoje ocupa a Secretaria de Estado da Administração e da Previdência. Espaço tem e a região precisa eleger alguém daqui. Então por que não o Anderson Bento Maria? Trata-se de um nome em evidência e que pode, sim, ser analisado se for de consenso de toda região.

 

OP: O que o senhor pode adiantar, em termos de investimentos, aquilo que já foi encaminhado nestes primeiros 100 dias de governo?
RS: No início do mandato me antecipei e fizemos uma viagem a Brasília devido à necessidade. Entendo que é importante correr atrás, senão ninguém vai destinar recurso ao município. Precisamos fazer nossa parte. Lá em Brasília fiquei muito animado. Conseguimos a garantia da ampliação do refeitório do Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil), uma obra de aproximadamente R$ 340 mil, que serão destinados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), pelo PAR (Plano de Ações Articuladas) e pelo deputado federal Fernando Giacobo (PL). Da mesma forma, há um compromisso do Giacobo em alocar dentro do Ministério da Economia R$ 1 milhão para fazermos livre aplicação. Paralelo a isso, o deputado Vermelho (Nelsi Coguetto Maria, PSD) destinou um ônibus, que deve chegar nos próximos dias, assim como uma retroescavadeira. Já fizemos todo credenciamento das propostas voluntárias, que se encerra no final de maio. Há muitas ações, sejam de equipamentos, readequações, pavimentações, cadastradas junto ao Siconv (Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal), que dependerão da intermediação dos demais deputados. No Governo do Estado, por essa boa aproximação com o deputado Marcel Micheletto, temos alguns convênios em andamento, como de execução de pedra irregular, e recentemente recebemos a garantia dele da alocação de R$ 1 milhão para que possamos fazer convênios em determinadas secretarias. Ainda, quero enfatizar um projeto muito bom, que é do parque urbano. Existe o compromisso do secretário Marcio Nunes (de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo) de alocar cerca de R$ 1 milhão para que possamos tirar do papel o parque urbano. Do deputado Elio Rusch (DEM) receberemos um caminhão-pipa e a destinação de R$ 350 mil. O Ademir Bier (PSD) retorna como deputado e aloca recurso em Maripá, bem como o deputado Douglas Fabrício (Cidadania). Há muita coisa boa vindo aí para contemplar aquilo que provisionamos no nosso plano de governo.

 

OP: O traçado da Nova Ferroeste está previsto para passar no município. De que forma isso beneficia Maripá?
RS: Tivemos recentemente uma audiência com a equipe de coordenação da implementação da ferrovia, porque agora os municípios precisarão dar anuência para que seja possível fazer o estudo de impacto ambiental. A vantagem de Maripá é que se trata de um município plano, não temos áreas de preservação e, pelo traçado que nos foi apresentado, será muito tranquilo. Benefícios que podem trazer a ferrovia são inúmeros, passando pela lógica de Maripá ser um município estratégico para a região, pois está ao lado de uma das maiores cooperativas do Brasil, que é a C.Vale (de Palotina), ao lado do maior complexo que está sendo executado em Assis Chateaubriand, que é o frigorífico de suínos da Frimesa, e também o Biopark de Toledo. A região, por si só, é muito promissora. O traçado cortando o município como um todo nos deixa otimistas de que novas indústrias podem se instalar aqui diante dessa facilidade. Estão falando em ter um porto próximo da nossa região. Portanto, muitas coisas boas podem vir.

 

OP: O senhor acredita que este projeto sai do papel?
RS: Sim. Essa é uma das grandes bandeiras do governo Ratinho Junior (PSD). Sabemos da importância e do que, economicamente, pode transformar essa região e o governo como um todo. Acredito, sim, que esse modelo de gestão do governador Ratinho Junior é muito interessante para desenvolver as nossas cadeias produtivas. A ferrovia é um dos instrumentos a serem utilizados.

 

OP: Na eleição ao Governo do Estado, em 2018, o seu grupo político apoiou a ex-governadora Cida Borghetti (PP). O senhor já mencionou que há uma aproximação com o governo Ratinho Junior. Ano que vem sua pretensão é apoiá-lo?
RS: Com toda certeza. Hoje estamos muito alinhados com o Governo do Estado. Estou no PL e o nosso representante federal é o Giacobo e estadual o Marcel Micheletto. Com tudo o que está sendo proporcionado pelo Governo do Estado, seja a fundo perdido, através de emendas parlamentares ou financiamento via Sedu (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano), acredito que Maripá está muito bem servida. Precisamos ter essa gratidão. Se continuar da forma como está o desenvolvimento regional, não teria motivo algum para não apoiarmos o governador Ratinho Junior em uma possível reeleição. Vejo que ele vai concorrer à reeleição com o apoio da grande maioria dos prefeitos.

 

“Se continuar da forma como está o desenvolvimento regional, não teria motivo algum para não apoiarmos o governador Ratinho Junior em uma possível reeleição”

 

OP: O PSD está convidando diversos prefeitos para se filiar à sigla, inclusive o senhor foi um destes convidados. Há pretensão em mudar de partido?
RS: Essa questão das portas estarem abertas para que os prefeitos ingressem no partido do governador me deixa muito feliz, ainda mais porque enquanto prefeito concorri contra o PSD em Maripá. Porém, me sinto muito bem servido no partido em que estou, que é base do governo, é do nosso deputado estadual Marcel Micheletto, que é uma das grandes lideranças do Oeste. Não teria motivo no momento para sair do PL e pretendo continuar filiado nele. Lá na frente o futuro a Deus pertence e não sabemos o dia de amanhã. Respeitamos muito o PSD, que tem dois vereadores eleitos.  

 

OP: Especula-se muito que o vice-governador Darci Piana (PSD) não deve disputar a reeleição ao lado do governador Ratinho Junior. Com isso, são cotados nomes de todas as regiões do Estado. Do Oeste do Paraná, o senhor visualiza alguém com potencial para ser o candidato a vice?
RS: Sim. O deputado Marcel Micheletto foi cotado para representar o Oeste enquanto maior representante do agronegócio, das cooperativas, pelo Sistema Ocepar. Acho que é um nome que sempre estará em evidência, até porque está ao lado do governador, sendo o secretário estadual da Administração e Previdência. É um nome que pode, sim, compor a chapa do governo. Mas também contamos com outras lideranças importantíssimas, como é o caso do atual presidente da Amop, Leonaldo Paranhos (PSC), que é prefeito de Cascavel. É uma grande liderança, tem um alinhamento com o governo e diretamente com o governador, com a Assembleia Legislativa, pois já foi deputado estadual. Ele traz um know-how gigantesco para poder assumir essa cadeira. Também se fala no nosso eterno deputado Dilceu Sperafico (PP), que sonha em fazer parte do governo. Especulações existem e sabemos da vontade de todos estes nomes em querer contribuir ainda mais por nossa região e pelo Estado. Não sendo da nossa região, mas escutamos nos bastidores quando vamos a Curitiba de que o Guto Silva, chefe da Casa Civil, é um nome fortíssimo para concorrer visando compor a chapa majoritária.

 

OP: Com o falecimento do deputado Schiavinato, o senhor enxerga o nome de Sperafico como o melhor para substituí-lo na eleição de 2022?
RS: Tenho para mim que a região tem uma gratidão gigante pelo deputado Sperafico. Em Maripá, os grandes investimentos que foram realizados no município com recursos federais ocorreram por intermédio dele. Ouvimos depoimentos em toda a região do bom trabalho do Sperafico, que depois o saudoso deputado Schiavinato continuou. Portanto, com toda certeza o nome dele sempre será fortíssimo para ocupar uma cadeira e terá apoio em praticamente todos os municípios da região. É um nome com grandes possibilidades.

 

OP: O senhor tem muita proximidade com o deputado Micheletto e o nome dele também vem sendo cotado como possível candidato a deputado federal. O senhor acha que o parlamentar tenta a reeleição ou vai em busca de uma cadeira na Câmara?
RS: Eu mesmo fiz essa pergunta ao deputado na última ida a Curitiba. Ele deixa muito claro que o interesse do governador na figura pública é que continue dando esse suporte importante enquanto secretário de Estado. Para nós, é fantástico. Mas não está descartado, de forma alguma, a possibilidade do Marcel vir a ser candidato a deputado federal. Esse é o meu pensamento e acredito que grupos vão procurá-lo para animá-lo a ser um possível nome de candidato a deputado federal. Acho que ele é hoje um dos grandes nomes da região. Um nome que independente do cargo em que concorrer vai fazer muito bem para nossa região.

 

OP: Não causa conflito o fato do município já ter o Giacobo como deputado federal?
RS: Isso tudo é uma questão de alinhamento futuro. O Giacobo também pode vir a concorrer a uma cadeira ao Senado. São cotadas muitas situações que podem ocorrer em 2022. Penso que vai existir maturidade dentro do partido para definir o que é melhor para o PL e o que é melhor para a região.

 

Prefeito Rodrigo Schanoski (PL): “O que posso dizer é que talvez, daqui alguns anos, a comunidade entenda que este formato que estamos trabalhando possa, sim, enfraquecer outros grupos que queiram concorrer à eleição” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

OP: O senhor considera que o grupo de oposição de Maripá está enfraquecido após a eleição?
RS: Parece clichê, mas é fato: costumo dizer que a eleição passou e tentamos unir. Este é o meu propósito enquanto prefeito: dialogar, pois para nós não tem oposição ou situação. Estamos tentando manter uma boa relação, respeitosa, de diálogo, tanto com a Câmara de Vereadores quanto com representantes dos partidos políticos. O que posso dizer é que talvez, daqui alguns anos, a comunidade entenda que este formato que estamos trabalhando possa, sim, enfraquecer outros grupos que queiram concorrer à eleição. Contudo, não tenho como garantir. Vejo que o nosso grupo hoje, este novo grupo, está muito fortalecido.

 

Por Maria Cristina Kunzler/O Presente

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