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Política Pré-candidato a prefeito

“Não vamos vender ilusão. É pé no chão e muita conversa”, diz Rodrigo Schanoski

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Pré-candidato a prefeito de Maripá, Rodrigo Schanoski: “Trago a bandeira do agronegócio e do cooperativismo, a base da nossa economia. Também vamos precisar gerar emprego através da industrialização. Já estamos nos articulando e trabalhando nesse sentido” (Foto: Joni Lang/OP)

Depois de se desincompatibilizar do cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Maripá em maio para poder concorrer nas eleições deste ano, Rodrigo Schanoski se desligou na sexta-feira (03) do cargo que exerce como servidor público no Executivo, afastando-se temporariamente da administração municipal.

Pré-candidato a prefeito pelo grupo de situação aos 37 anos, ele esbanja determinação quando o assunto é obter êxito nas urnas. “Vamos fazer o máximo possível para ter êxito na eleição. Queremos fazer algo participativo e trazemos conosco a credibilidade do governo que vem sendo executado em nosso município, que tem 86% da aprovação da comunidade”, enalteceu ao O Presente.

Schanoski acredita que o ponto-chave desta campanha serão as mídias sociais, considerando que a pandemia de coronavírus vai dificultar o contato direto com o eleitor. “Teremos o desafio de trazer o nosso conteúdo, as nossas propostas, o nosso plano de governo, de forma digital, virtual e fazer com que cheguem ao eleitor”, ressalta.

Servidor público com 17 anos de carreira, ele aponta a sua experiência na administração municipal como um dos pontos positivos da sua pré-candidatura. Ele também falou à reportagem sobre os setores que ganharão destaque em suas propostas de governo, das estratégias de campanha e dos desafios, se eleito, de encaminhar uma gestão pós-pandemia. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor é servidor público da Prefeitura de Maripá desde que ano?

Rodrigo Schanoski (RS): Sou servidor público concursado desde o ano de 2003, no cargo de técnico agropecuário, mas já passei por vários setores dentro da administração pública. Iniciei como técnico agropecuário na Secretaria da Agricultura, na sequência atuei na Secretaria de Indústria e Comércio e desde o ano de 2013, até me desincompatibilizar em maio, eu ocupei o cargo de secretário de Administração.

 

OP: Nestes 17 anos de carreira como servidor público, sempre esteve filiado em partido político?

RS: Quando entrei na prefeitura, ingressei no PSDB, partido que fiquei até recentemente. Só agora, quando da janela partidária, migrei ao PL (Partido Liberal).

 

OP: Então, direta ou indiretamente, o senhor sempre esteve envolvido com o meio político?

RS: Minha família sempre teve envolvimento com o campo político. Meu avô Reinoldo foi vereador na época em que Maripá pertencia a Palotina, em 1980, meados de 82. Meu pai Egon foi vereador na primeira legislatura em Maripá, sendo o primeiro presidente da Câmara. Então, a minha família sempre esteve no meio político.

 

OP: Aos 37 anos, o senhor é o pré-candidato a prefeito do grupo de situação e vai concorrer ao pleito deste ano. Imaginou algum dia ser candidato?

RS: Sim. Tenho essa vontade e venho construindo esse projeto há um bom tempo.

 

OP: Esta é a sua primeira pré-candidatura a um cargo eletivo ou já teve outra experiência?

RS: É a primeira. Nunca fui pré-candidato a vereador e nenhum outro cargo, a não ser agora, pré-candidato a prefeito.

 

OP: Além da participação de sua família no meio político, o que lhe motivou a se envolver com a política desde jovem?

RS: Como eu ingressei aos 18 anos na prefeitura, tenho uma carreira voltada à ações públicas, e isso me motivou a querer estar mais participativo, mais presente em todas as ações da administração. Em Maripá temos muitos jovens que se envolvem, seja em nossas festividades, seja em projetos sociais. Então, temos esse diferencial em nossa cultura.

 

OP: Muitos partidos e/ou grupos políticos retardaram a definição de nomes à majoritária devido à possibilidade de adiamento da data da eleição, o que acabou se confirmando na quinta-feira (02). Em Maripá, o grupo de situação anunciou ainda em abril o seu nome como pré-candidato a prefeito e o de Janaína Müller Geraldi (PP), ex-secretária de Educação, Cultura e Desporto, como pré-candidata a vice. Anunciar com antecedência a definição foi algo positivo, acertado?

RS: Eu acredito que sim, porque a gente não tem por que esconder. A nossa candidatura passa pela vontade e desejo da comunidade e dos partidos que compõem a nossa coligação. Então, optamos por, sim, já anunciar e estamos muito felizes com o resultado. O pessoal tem avaliado de forma muito positiva, tem nos apoiado e nos incentivado a continuar nessa caminhada.

 

OP: Considerando que as eleições foram adiadas para 15 de novembro, com o anúncio da sua pré-candidatura em abril, o senhor ganhou mais tempo para trabalhar em torno dela. Na sua opinião, isso é mais favorável para quem já tem um nome bem colocado em pesquisas ou para aquele que ainda não oficializou o nome como pré-candidato e que com a prorrogação da data da eleição ganha mais tempo para trabalhar a pré-candidatura?

RS: Vejo o adiamento de forma positiva, até pela questão da pandemia de coronavírus e dos cuidados que precisamos ter em relação a isso. Para nós, que temos a pré-candidatura já anunciada, é muito interessante também esse prazo a mais, porque dá tempo de explorar melhor o processo, apresentar todas as nossas propostas, até porque eu entendo que vai ser uma eleição muito diferente das outras.

 

OP: Um tempo maior para trabalhar a campanha eleitoral não acaba sendo ruim aos pré-candidatos? Além de mais cansativo, pode desgastar uma pré-candidatura?

RS: Eu acredito que possa, sim, vir a desgastar aqueles que não têm uma estrutura consolidada. No meu caso e no da Janaína, que viemos fazendo um trabalho de muitos anos e há um reconhecimento por parte da comunidade, não vejo problema algum em esticar um pouco mais esse processo. Seria uma oportunidade de as pessoas que não nos conhecem ainda passarem a conhecer e ver as vantagens dessa dupla. Então, não vejo como um implicador.

 

OP: Pré-candidato a prefeito declarado há quase três meses, como o senhor tem trabalhado sua pré-candidatura nesses tempos de pré-campanha, considerando que esse período de pandemia é bastante limitante em termos de restrições e aglomerações? Já está em pré-campanha ou ainda não?

RS: Nosso grupo tem tido muitas conversas de forma remota. Tivemos a felicidade de conseguir nos reunir antes da pandemia e conversar com todos os partidos aliados, com as lideranças e de validarmos o meu nome e o da Janaína para concorrer nestas eleições. Desde então, estamos trabalhando na articulação, como fazer essa campanha acontecer.

 

Rodrigo Schanoski: “Acredito muito que vamos ter êxito no processo eleitoral e a nossa preocupação é a partir do momento em que estivermos lá, o que e como fazer. Contudo, carrego uma grande vantagem, pois tenho muitos anos de casa e pude aprender com os acertos e os erros dos gestores que ali passaram” (Foto: Joni Lang/OP)

 

OP: Qual a sua expectativa para uma campanha eleitoral diferente e histórica, em que os candidatos possivelmente não poderão manter contato direto com eleitores, tendo as redes sociais como maiores aliadas para convencer o eleitor?

RS: Vai ser uma eleição, bem dizer, virtual. Até mesmo a convenção, ao que tudo indica, teremos que fazer de forma remota, bem como a campanha propriamente dita. Eu acredito que o ponto-chave desta campanha serão as mídias sociais. Teremos o desafio de trazer o nosso conteúdo, as nossas propostas, o nosso plano de governo, de forma digital, virtual e fazer com que cheguem ao eleitor. Será um grande desafio, mas temos a vantagem de que tanto o Rodrigo quanto a Janaína são conhecidos tanto no interior e como na sede do município, pela comunidade como um todo. Isso nos favorece bastante. Temos um histórico familiar e um trabalho desempenhado com muita dedicação. Acredito que isso facilita muito o nosso processo daqui em diante.

 

OP: O grupo de situação conta hoje com o apoio de quantos partidos? Existe a possibilidade de novas legendas se somarem? Alguma que era oposição, por exemplo?

RS: O grupo sempre esteve aberto e continua aberto para agregar o maior número possível de correligionários e de pessoas que têm afinidade. Hoje, a nossa futura coligação vai compreender nove partidos políticos, que são o PP, da pré-candidata a vice Janaína; o meu, que é o PL, do deputado estadual Marcel Micheletto; o Cidadania, do atual prefeito Anderson Bento Maria; temos o PSDB, PDT, o Democratas, o PNM, o PSC e o PSL, que somam conosco.

 

OP: Na sua opinião, o município deve contar com quantas candidaturas à majoritária? Duas ou mais?

RS: Acredito que a atual oposição ao governo deva lançar candidatura, sim. Não acredito em uma terceira via.

 

OP: Quem o senhor acredita que deve ser o pré-candidato pelo grupo de oposição?

RS: Hoje eles cogitam o Janio (Quirino Alves), que é vereador e irmão da ex-prefeita Jacira. Ele estava no MDB e agora foi para o PSD, dois partidos que hoje estão adversários a nós. Para vice, ao que sabemos, estão trabalhando com o nome de Milton Vidinha.

 

OP: O grupo político de situação deve lançar quantas chapas na proporcional?

RS: Nós vamos ter duas chapas na proporcional. Uma do PP e outra no Cidadania, apresentando um número de 20 a 23 pré-candidatos a vereadores.

 

OP: O grupo pretende eleger quantos vereadores?

RS: Pretendemos fazer a grande maioria, pensamos em seis a sete vereadores eleitos. A possibilidade existe, porque vamos apresentar à sociedade nomes bons e fortes como candidatos.

 

OP: Qual estratégia o senhor pretende usar para convencer o eleitor que o grupo político que está no comando da prefeitura há oito anos deve permanecer à frente do Executivo?

RS: O legado que essa gestão vai deixar ao município, sob o comando do prefeito Anderson e vice Elizeu (Spagnol), é muito forte. Esse governo foi marcado por obras estruturantes e importantes. Houve muitos investimentos, recursos advindos tanto da esfera federal como estadual, como nunca aconteceu na história de Maripá. Então, acredito que se tem uma situação muito favorável para uma continuidade do atual governo, tanto que a atual gestão tem mais de 86% de aprovação da comunidade. Isso é benéfico para a sucessão, pois pretendemos continuar desenvolvendo um bom trabalho, sério, visando Maripá como região, porque não pensamos Maripá isolada. Maripá hoje já está inserida em um processo muito importante da região, juntamente com Toledo, Palotina e Assis Chateaubriand. Temos muitas cooperativas aqui, uma economia pujante, baseada no agronegócio. Vamos focar muito nesse setor que é o nosso diferencial em termos de arrecadação.

 

OP: O senhor já tem um norte do que vai trabalhar na sua campanha eleitoral? Alguma área em específico ganhará destaque em seu plano de governo, além do agronegócio?

RS: Trago a bandeira do agronegócio e do cooperativismo, a base da nossa economia. Estamos trabalhando ao longo desses sete anos e meio na estruturação dos calçamentos no interior, seja asfalto ou calçamento poliédrico, para facilitar o escoamento da produção, mas vamos precisar gerar emprego no nosso município através da industrialização. Já estamos nos articulando e trabalhando nesse sentido.

 

OP: Um prefeito eleito sempre tem inúmeros desafios no começo de sua gestão. Aqueles que assumirem mandatos em 2021 terão entre esses desafios um ainda maior: tocar os municípios após a pandemia de Covid-19, que sensibilizou as finanças dos governos de uma forma generalizada. Qual sua visão em relação a isso? Se eleito, consegue imaginar como será este cenário em Maripá?

RS: Uma coisa é você fazer uma campanha antes de uma pandemia, outra é fazer durante a pandemia. Não sabemos como será janeiro do ano que vem. Hoje as finanças do município estão excelentes. Embora tenha perdido receita, a saúde financeira do município é excepcional, mas até quando isso vai continuar não sabemos, devido às consequências da pandemia. Então, a próxima gestão terá que ser mais criativa do que nunca para conseguir continuar fazendo investimentos e manter a máquina pública em dia e a qualidade de vida da população. Acredito muito que vamos ter êxito no processo eleitoral e a maior preocupação é a partir do momento em que estivermos lá, o que e como fazer. Contudo, carrego uma grande vantagem, pois tenho muitos anos de casa e pude aprender com os acertos e os erros dos gestores que ali passaram. Entendo de máquina pública e sei como tem que fazer, eu sei os caminhos por onde eu tenho que trilhar. A saúde financeira do município está muito boa, mas a gente não tem como prever o que pode acontecer. Essa pandemia pode gerar um caos muito grande não só para o município de Maripá, mas para toda a região. Então, a preocupação existe, sim. É momento de cautela, de manter o pé no chão, de não cometer nenhuma loucura em termos de gestão pública. Acredito que com muita criatividade e tendo a parceria que eu tenho com as estruturas públicas, por ser funcionário de carreira, por conhecer praticamente todos os servidores, isso facilitará muito o nosso trabalho, se eu for eleito. É uma somatória de esforços que vamos ter de fazer em conjunto também com nossas lideranças, nossos empresários, nossos produtores rurais, enfim, a comunidade em geral.

 

OP: Qual sua expectativa para a campanha em Maripá? Será muito acirrada?

RS: Eu acredito que não. Maripá, ao longo dos anos, vem dando um bom exemplo. Penso que a comunidade tem entendido que é melhor unir esforços. Não vou dizer que você não tenha adversários momentâneos, mas passou a eleição está todo mundo trabalhando em prol do município, sejam os vereadores de situação ou oposição. Eu não gosto de tratar esse termo, situação e oposição. Acho que o vereador é do município e que o prefeito tem que fazer jus a todos os munícipes, a todos os eleitores, independente se votaram nele ou não. Essa é a nossa proposta de trabalho: muito diálogo, muita conversa, seja com as instituições, seja com as pessoas do nosso município. Nós queremos fazer algo participativo, e trazemos conosco a credibilidade do governo que vem sendo executado em nosso município. Vai ser uma campanha muito diferente e vamos fazer o máximo possível para ter êxito na eleição. Não estamos aqui para vender ilusão. É pé no chão e muita conversa olho no olho. Nossas propostas serão embasadas em possibilidades, dentro daquilo que Maripá é capaz, considerando que é um município pujante e que pode crescer cada vez mais.

 

O Presente

 

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