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Política Eleições 2020

Paulo Brandt defende quarto consenso em Quatro Pontes

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Vereador Paulo Brandt: “Defendo o consenso por criar um clima ameno e, principalmente, porque o município ganharia demais se conseguíssemos fazer o consenso” (Foto: Joni Lang/OP)

Com atuação política ininterrupta desde o ano de 1988, quando foi eleito vereador por Marechal Cândido Rondon, e mais tarde vice-prefeito e prefeito de Quatro Pontes (1997 a 2000), o atual vereador Paulo Brandt (MDB) é uma das lideranças mais respeitadas do município quatro-pontense. Em entrevista ao O Presente, ele declarou que é favorável à viabilização da quarta candidatura de consenso em Quatro Pontes no pleito eleitoral de 04 de outubro. “No meu grupo sempre fui taxado de tentar fazer acerto, mas deve-se pensar na comunidade. O poder é passageiro. Vou novamente trabalhar para ter consenso”, destacou.

Todavia, Brandt admite que não será algo fácil de ser concretizado. “É bastante difícil, porém tem grande chance disso devido ao clima de harmonia criado na Câmara de Vereadores. É preciso maturidade e muita conversa”, enaltece. Confira.

 

O Presente (OP): Quatro Pontes é um município que o senhor ajudou a administrar nesses 30 anos de trajetória política. Como vê a proposta que prevê a redução do número de municípios com a incorporação pelo município vizinho de cidades com menos de cinco mil habitantes e com arrecadação própria menor que 10% de sua receita total?

Paulo Brandt (PB): Vi com muita tristeza. Foi uma infeliz ideia porque é preciso analisar o município como um todo. É incalculável o que representa o nosso município em termos de estrutura, então não tem condição de retroceder pois o nosso município é totalmente sustentável. Hoje precisamos de reforma administrativa para enxugar setores da máquina pública, mas nós fazemos um trabalho muito bom e com resultado fantástico. No começo foram bons aqueles consensos porque o município deu um salto. Hoje temos indústria, comércio, agricultura, mais indústrias vindo, então nosso município é altamente sustentável e nunca se pensou voltar atrás por ser retrocesso e o município-mãe (Marechal Cândido Rondon) não teria condição de manter estes municípios. Quatro Pontes, Ente Rios do Oeste, vários voltariam, porém não tem como acontecer.

 

OP: O senhor iniciou na política em 1988, quando se elegeu vereador por Marechal Rondon. Qual o segredo para um político se manter tanto tempo não só com cargos eletivos, mas com forte influência sobre a política local, como é o seu caso?

PB: É a forma de você fazer política. Não se pode ser afoito! Quando emancipamos Quatro Pontes não foi fácil, mas vimos que o consenso era muito importante, principalmente nas primeiras legislaturas. Eu vi isso e abri mão. Como vereador, automaticamente eu seria o candidato, porém fiz para unir a comunidade e o município ganhou muito com isso. Depois tivemos disputa na segunda eleição e consenso no terceiro e quarto mandatos. O diferencial foi montar a estrutura que hoje está ampliada e é invejável.

 

OP: No país se fala em candidatos de consenso em virtude das dificuldades impostas pela lei eleitoral. O senhor foi um dos principais articuladores das três candidaturas de consenso em Quatro Pontes. Como se explica isso e qual o segredo para uma candidatura de consenso. Quem deve abrir mão para quem?

PB: Aí vem a questão política: não se pode ter sede pelo poder, e eu penso mais administrativamente. Na segunda eleição, quando fui prefeito, por um triz não teve consenso. Na hora certa alguém deve abrir mão e eu, Paulo, diretamente nunca perdi uma eleição. Posso adiantar que vou trabalhar fortemente em cima da gente ter consenso. É bastante difícil, porém tem grande chance disso devido ao clima de harmonia criado na Câmara de Vereadores. No meu grupo sempre fui taxado de tentar fazer acerto, mas deve-se pensar na comunidade. O poder é passageiro. Vou novamente trabalhar para ter consenso.

 

OP: Os consensos podem ter contribuído para Quatro Pontes manter uma estrutura enxuta na administração pública e as contas equilibradas. As disputas exacerbadas acabam contribuindo ao descontrole financeiro das prefeituras?

PB: Ajuda porque acaba assumindo compromisso com pessoas e daí é preciso cumprir. Nós, que temos uma comunidade tranquila, ordeira e um povo trabalhador, vemos que toda disputa cria inimizade e até que se cura essa ferida leva um ano ou dois anos. Claro que a eleição de consenso hoje dá 70%, 80% dos votos dependendo do candidato, contudo é altamente positivo por causa da transição política no país e tem grande chance pela harmonia entre Legislativo e Executivo. Mas, claro, isso é uma opinião minha.

 

OP: Com toda a sua bagagem, particularmente o que o senhor almeja na política?

PB: Sempre fui um trabalhador, fiquei quatro anos fora e fui candidato a vereador. Sempre vou estar ligado à política. Gosto de política, de conversar com o povo. Faço visitas no interior e na cidade.

 

Ex-prefeito e vereador Paulo Brandt: “Dificilmente nossa região terá representantes na Assembleia Legislativa e no governo federal, a não ser Toledo, que tem um eleitorado maior. Por que não achar em Marechal Rondon e região um nome que agrega tudo isso? (Foto: Joni Lang/OP)

 

OP: O atual governo, comandado por João Laufer e Tiago Hansel, criou um programa de pavimentação de estradas rurais. Quem passa por essas estradas consegue imaginar a alegria dos agricultores. Que contribuição esse tipo de obra oferece para o êxito de uma administração pública?

PB: Foi uma estratégia muito importante, principalmente para beneficiar os agricultores. Foi iniciado em parceira em 20% com agricultores e hoje está em 40%. É fantástico e hoje tem mais um trecho com pedra irregular. Equipes da Itaipu, Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) e prefeitura juntas no recapeamento da pedra irregular, isso traz um resultado fantástico se cada prefeito fizer sua parte. Fiz um estudo com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e o investimento dessa pavimentação se paga em nove ou dez anos por economizar em máquinas.

 

OP: Um programa nesses moldes ajuda a construir o consenso político?

PB: Ajuda bastante, mas isso eu estou falando. Muita gente vai ter de abrir mão, então é uma questão de conversação. Esta é a minha opinião.

 

OP: A última eleição criou um novo cenário na região, com a não reeleição de Elio Rusch e Ademir Bier para a Assembleia Legislativa. Sem eles, como são reconstruídas as alianças políticas de Quatro Pontes junto ao Estado e ao governo federal?

PB: Dificilmente nossa região terá representantes na Assembleia Legislativa e no governo federal, a não ser Toledo, que tem um eleitorado maior. Por que não achar em Marechal Rondon e região um nome que agrega tudo isso? A questão partidária é o grande complicador. Temos os deputados Sérgio Souza e (José Carlos) Schiavinato, que têm trazido recursos, e o prefeito João tem sido habilidoso em conseguir bastantes recursos. Eles não olham peso político, sabem da simpatia com o município e sabem dos recursos bem empregados.

Outra questão é o fundo partidário, que sou totalmente contra. Falta investimento em rodovia, saúde e educação. Estou há 40 anos na política e nós nunca pegamos um real de fora, isso fica nos grandes municípios. É uma babilônia de dinheiro. Penso que quem deseja ser candidato deve se virar. Tem muita coisa a melhorar e se cria o fundo partidário que são milhões que nunca chegam para nós. Junto do deputado Marcel Micheletto todos nos atendem, mas isso cria um compromisso. Vejo ser preciso ter maturidade e largar um candidato.

 

OP: Nesse processo de preparação das campanhas, de conversas entre aliados e opositores, que mensagem o senhor deixa aos políticos e ao povo de Quatro Pontes?

PB: A principal questão é ter maturidade. Não se pode pensar na gente, mas no município, que estrategicamente tem sido procurado por muitas indústrias a partir da duplicação da BR-163, que vem sendo fantástica e trazido valorização. É preciso pensar não em mim, porém sentar e pensar na comunidade, pois no futuro nossos netos vão dizer da grandiosidade que foi isso. Defendo o consenso por criar um clima ameno e, principalmente, porque o município ganharia demais.

 

O Presente

 

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