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Política Entrevista ao O Presente

“Peço que o munícipe entenda por que não decretamos situação de emergência”, destaca prefeito de Entre Rios

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Prefeito de Entre Rios do Oeste, Ari Maldaner, em visita ao O Presente: “Nossa festa vai ter rodeio e show do Amado Batista, além da escolha da miss e da miss terceira idade. A partir de março vamos trabalhar na organização de forma mais ativa” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

Entre Rios do Oeste foi um dos poucos municípios da região a não decretar situação de emergência devido à estiagem, que causou perdas expressivas na safra de verão e prejuízos financeiros generalizados. “Optei por não fazer o decreto, porque o prejuízo financeiro do agricultor pode ser renegociado e o município pode continuar com as obras planejadas. Peço que o munícipe entenda”, enaltece o prefeito Ari Maldaner.

Segundo ele, apesar dos dois anos de pandemia, da quebra na safra e da crise hídrica, a população terá motivos para comemorar durante a festa de aniversário do município, que neste ano vai acontecer em setembro, ao invés de junho. “O cidadão também precisa de um divertimento e a nossa festa vai propiciar esse momento”, destaca.

Em entrevista ao O Presente, o prefeito de Entre Rios do Oeste fez uma avaliação do cenário político nacional e estadual, falou das possíveis candidaturas e apoios na campanha para 02 de outubro e analisou como o ano eleitoral pode interferir na gestão municipal. Confira.

 

O Presente (OP): O Governo do Estado publicou um decreto no dia 30 de dezembro declarando situação de emergência em todo o Paraná devido à estiagem. Na sequência, vários municípios declararam ou ainda planejam aderir à decisão estadual. Entre Rios do Oeste, por outro lado, anunciou que não vai declarar. Em que se pautou essa decisão?

Ari Maldaner (AM): Quando surgiu o alarme do decreto, eu estava praticamente sozinho na prefeitura. Liguei para várias pessoas para me informar e entender como era isso. Ninguém garantiu que eu poderia licitar obras e realizar elas dentro do estado de emergência. Então, fiquei com “o pé atrás”. Essa medida afeta para além da agricultura e outros setores começaram a avançar apenas agora. Por exemplo, o calendário das festas de comunidade e associações já marcadas precisariam ser revistas com o decreto, mas essas entidades querem recuperar o caixa. Tudo isso seria impactado. Pela orientação que recebi, poderíamos até revogar o decreto para cumprir com a agenda, mas e se dá outra calamidade pública? Uma geada, talvez. Ficaria pior, porque não posso fazer dois decretos desses em um ano. O agricultor que tem prejuízo na lavoura pode negociar no banco e postergar a parcela, não precisa esperar o decreto do município. Eu optei por não fazer o decreto, porque o prejuízo financeiro do agricultor pode ser renegociado e o município pode continuar com as obras planejadas. Peço que o munícipe entenda a atitude que tomei de não fazer o decreto de calamidade.

 

OP: Neste ano, pela primeira vez, a festa de aniversário de Entre Rios deve ser comemorada em setembro ao invés de junho. O que o munícipe pode esperar da programação, após dois anos sem celebrações e em uma data diferente?

AM: A festa do município acontecerá no dia 08 de setembro. Mudamos porque em junho é muito frio. Vamos fazer uma grande festa. Mesmo depois de dois anos de pandemia, essa quebra na safra e a estiagem, a população tem seus motivos para comemorar e a festa do município propicia esse momento de divertimento.

 

OP: Quais shows já estão definidos e quais as novidades para o evento?

AM: O Amado Batista foi contratado em 2019 pelo prefeito Jones Heiden e o contrato está com a metade paga. Já renovamos duas vezes e essa é a última chance para ele se apresentar em Entre Rios do Oeste. O preço do show do Amado hoje é outro, três vezes mais, mas ele vai vir neste ano ainda com aquele preço contratado. O que está previsto é o rodeio e o show do Amado Batista, além da escolha da miss e da miss terceira idade, o que há três anos não é feito. Provavelmente vai ter entrada livre, sem cobrança de ingresso. A partir de março vamos trabalhar na organização da festa de forma mais ativa.

 

OP: De que maneira as eleições devem interferir na gestão municipal?

AM: Vai influenciar um pouco sim, porque a verba parlamentar que não foi requerida antes do ano da eleição não pode mais acontecer, só depois do período eleitoral. Isso vai ter um pequeno impacto, mas temos uma verba suplementar pela arrecadação do ano passado. Há um bom dinheiro com o qual podemos trabalhar. Temos obras sendo finalizadas, como o trevo, a Rua Paraná e o asfalto para Vista Alegre. Muitas coisas serão inauguradas em breve.

 

OP: O que senhor espera das eleições em âmbito de Paraná e Brasil? Acredita na reeleição do governador Ratinho Junior e do presidente Jair Bolsonaro?

AM: O Ratinho tem feito um trabalho incontestável. É um trabalho muito bom e acho que não vai ter alguém para enfrentá-lo de igual para igual. Podem até ir, mas dificilmente vão ganhar. Em nível federal, o brasileiro precisa pensar um pouco sobre o que acontece na Argentina e na Venezuela. São governantes que têm um plano de governo totalmente diferente, como outros presidenciáveis já tiveram por aqui. Muitas vezes a gente se decepciona. Alguém vai para a cadeia e um “capa preta” manda soltar. O Bolsonaro está falhando em algumas coisas, como com a Covid-19 e a vacina. Em algumas coisas, ele poderia se retratar, o que iria ajudá-lo. O povo gosta da forma que o presidente administra, mas em alguns aspectos ele precisaria ser mais maleável. Por fim, acho que pode dar segundo turno, mas pode ser também que o Lula seja bloqueado e não concorra. O governador de São Paulo (João Doria) está aí para somar também.

 

OP: Como o senhor visualiza a campanha para a reeleição de Ratinho Junior na região? Sendo filiado ao mesmo partido que ele, vai se empenhar na campanha?

AM: Já falei para o líder do governo (deputado estadual Hussein Bakri) que em Entre Rios ele não precisa se preocupar, porque vamos fazer a campanha estadual. Vamos trabalhar e mostrar tudo o que tem sido feito.

 

OP: Em termos de deputados, o senhor acredita que a região vai conseguir lançar bons nomes e elegê-los, melhorando a representatividade da microrregião de Marechal Cândido Rondon tanto na Assembleia quanto na Câmara Federal?

AM: Quando perdemos o Elio Rusch e o Ademir Bier, ficamos sem apoio, mas tudo se achou com o Hussein. Ele não ganhou um voto em Entre Rios na eleição, mesmo assim já esteve várias vezes no município e liberou verbas. Isso é muito bom. Precisamos retribuir para quem já mostrou que faz alguma coisa. (Marcel) Micheletto está em campanha por Terra Roxa e região. Quem estará em campanha na nossa região é o Hussein Bakri e o Sandro Alex, que são fortes por aqui e devem ter muitos votos. Acredito que o Ademir e o Elio não serão candidatos, porque a somatória que eles precisariam para se eleger é muito alta. Como outros deputados de fora entraram e ajudaram o município, fica mais difícil. Eu gostaria que fossem, mas dificilmente conseguiriam se eleger.

 

OP: Em relação ao Senado, como o senhor avalia o cenário eleitoral? Tem algum nome que acredita que vai se eleger? Já decidiu pelo apoio de algum ou vai esperar a definição do PSD?

AM: Ainda vamos esperar o que vai acontecer. O Guto Silva se lançou como pré-candidato ao Senado. É bom ter um cara novo, mas é muito difícil (conseguir se eleger). O Alvaro Dias também deve disputar o Senado pelo que me confirmou e é um nome forte. Pelo que deu a entender, parece que vai apoiar o Ratinho. Em todo caso, não tem nada definido e vou esperar o que vai acontecer em nível partidário.

Prefeito de Entre Rios do Oeste, Ari Maldaner, em visita ao O Presente (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

 

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