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Política Entrevista ao O Presente

“Quatro Pontes vai alavancar”, prevê prefeito reeleito João Laufer

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Prefeito reeleito de Quatro Pontes, João Laufer (MDB): “Acredito que para frente nós vamos ter novamente essa união da população e vamos ter candidatura única, sim” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Um ciclo de desenvolvimento deve marcar o município de Quatro Pontes nos próximos anos. É o que projeta o prefeito reeleito João Laufer (MDB), ao conceder entrevista ao Jornal O Presente.

De acordo com ele, neste atual mandato já foi possível bater um recorde de indústrias que se instalaram ou estão em processo de instalação no território quatro-pontense. “É recorde para Quatro Pontes em quatro anos de gestão, mas é um trabalho em cima da correria que tivemos de ir atrás, fora as empresas menores. A nossa preocupação é também manter as que já temos”, declarou.

Laufer falou ainda sobre a reeleição, a equipe de governo e sobre como deve ser a relação com a Câmara de Vereadores. Confira.

 

O Presente (OP): A sua reeleição ocorreu com uma margem de diferença de votos expressiva em comparação com a eleição de 2016. Na sua opinião, a que se deve isso: boa gestão ou talvez a falta de uma oposição mais forte em Quatro Pontes?

João Laufer (JL): Foi o trabalho que nós fizemos. Eu e o Tiago (Hansel, vice-prefeito) tivemos um plano de governo que assumimos em 2017 e que cumprimos rigorosamente. Concluímos praticamente 90% desse plano de governo. Algumas coisas não conseguimos concluir, mas será feita agora a continuidade deste trabalho. O trabalho foi feito em cima de pesquisas que nós tivemos com a população, a qual aprovou o nosso trabalho. As pessoas foram bem atendidas. Acho que uma gestão pública tem que ser feita para o povo, não para administradores ou para quem gosta. Tem que fazer para todos. Então, nós não perseguimos ninguém, não deixamos ninguém para trás por votar ou não. Essa foi a diferença que tivemos nessa situação. O nosso adversário foi excelente. Ele nos apoiou na gestão passada, esteve conosco e agora, com todo respeito, fizemos nossa campanha muito limpa e ele também. A gente sempre teve um diálogo bom e era um excelente adversário. Foi um vereador ativo. Nossa oposição também era forte, nós não tínhamos uma oposição fraca. Era forte sim, mas o povo gostou do nosso trabalho e nós vamos continuar realizando como estávamos fazendo.

 

OP: Quatro Pontes ficou marcado por um período devido a eleições com candidatura única a prefeito. Há alguns anos, no entanto, surgiu um novo grupo. O senhor acredita que deve continuar desta forma, com oposição e situação?

JL: O meu sonho ainda é ter união em Quatro Pontes, uma união de partidos com candidatura única, porque um município pequeno como o nosso só tem a ganhar. Eu acredito que se tivermos essa união vai ser melhor para a população, melhor para a região toda, que ganha com isso. Acho que os outros municípios também deveriam fazer essa união, principalmente os pequenos. Eu sou sempre a favor de uma coligação de partidos para fazer a união do povo, porque onde todos trabalham juntos podem ajudar no crescimento da cidade, o que é muito bom. Então, acredito que para frente nós vamos ter novamente essa união da população e vamos ter candidatura única, sim.

 

OP: O senhor já começou a planejar o próximo mandato? O que a comunidade de Quatro Pontes pode esperar?

JL: Nós sempre temos essa organização já preparada, a continuidade que vamos dar aos trabalhos. Já comentei com a minha equipe e já conversei inclusive com o Tiago. Vamos fazer os primeiros 100 dias de trabalho, começar janeiro e depois veremos se mexemos na equipe. Algumas mudanças vão acontecer já a partir de 1º de janeiro, mas poucas. A maioria vai acontecer nos primeiros 100 dias que vamos iniciar os trabalhos com os efetivos. Assim, vamos nomear alguns que vão ser para 90 dias, para começar os trabalhos engrenando. Nos primeiros 100 dias vamos organizar novamente a equipe e colocar para trabalhar.

 

OP: Vai haver alguma mudança específica dentro de alguma secretaria? Tem algo planejado?

JL: A volta dos dois vereadores (Max Wickert e Carlos Becker) que estiveram na Saúde e na Viação e Obras. Já está acertado, no dia 02 de janeiro vão assumir. As outras pastas ainda vamos conversar. Eu vou conversar com o Tiago, como eu sempre digo, tenho muito respeito por ele. Sempre decidimos tudo juntos e por isso as coisas andam. Eu e o Tiago decidimos com a maioria do grupo que nos ajudou na campanha. Foi muito importante para nós essa junção que tivemos com PP, MDB e Democratas. Eu anteriormente tentei juntar novamente todo mundo para termos uma candidatura única, mas não deu certo. Quem sabe em uma próxima dá. A gente tem muito respeito por esses partidos e vamos consultá-los também. Vamos trabalhar unidos e quem ganha com isso é a comunidade de Quatro Pontes.

 

OP: Tendo em vista que em 2022 haverá eleição para governador e presidente, o senhor acha que 2021 será um ano em que os governos federal e estadual vão liberar muitos recursos ou podem segurar por conta dos gastos em razão da Covid?

JL: Espero que tenha bastante recurso. Nós já conversamos com os deputados e há emendas que estão sendo liberadas agora. Para nossas obras concluídas já veio o pagamento. Acredito que tem muito dinheiro lá em cima e não foi investido tanto na Covid-19. Foi investido sim, mas não foi gasto tudo. Pela arrecadação dos municípios do Oeste para a União e para o Estado, tenho certeza que eles podem liberar um bom recurso não só para Quatro Pontes, mas para toda a região. Eu gosto muito de ver obras em todos os municípios. Há uma parceria boa com a Itaipu e todos os municípios conseguiram recursos. A gente vê um desenvolvimento, como o asfalto rural, porque muitos municípios que não tinham, hoje têm. Então, é graças a essas parcerias que temos. Isso é maravilhoso para mantermos o homem no campo. Como eu digo, se o campo vai bem o comércio vai bem. A nossa região é assim. Vejo muitos empresários falando para investir na agricultura que teremos o retorno no comércio. Isso é muito bom. Penso que vamos ter muitos recursos no ano que vem para os municípios, só que precisamos ter projetos. Os projetos que temos levei na semana passada quando estive no Governo do Estado. Tive uma sinalização boa de recursos para o município de Quatro Pontes.

 

Prefeito João Laufer: “Vamos conversar com os vereadores eleitos pela oposição, fazer uma união para trabalharmos unidos para o bem da comunidade” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

 

OP: Neste primeiro mandato o senhor declarou diversas vezes da importância de levar novas empresas para Quatro Pontes visando gerar mais emprego. O senhor acha que será possível concretizar esses projetos?

JL: Acho que neste mandato já batemos o recorde de indústrias. Infelizmente a pandemia não deixou construir, mas a Minorgan já comprou a área. A Cargill já se instalou em Quatro Pontes. A fábrica de cordas já está colocada. O Todescato com a Difere do Brasil está instalada. A AgroCeres está fechando a área em Quatro Pontes e está para vir. A fábrica de placas solares está fazendo terraplanagem. Nós temos o FrigoFish que está praticamente concretizado. Então, isso é recorde para Quatro Pontes em quatro anos de gestão, mas é um trabalho em cima da correria que tivemos de ir atrás, fora as empresas menores. A nossa preocupação é também manter as que já temos, porque não adianta trazer de fora se eu não consigo manter o que tenho. Vamos concretizar e certamente nos próximos quatro anos Quatro Pontes vai ter muita geração de emprego e renda para o munícipe. Na campanha prometemos isso, fomos atrás e está concretizado. Temos mais duas empresas que já nos procuraram, são de médio porte, e vamos dar auxílio maior com terraplanagem. Hoje não é mais como antigamente que podíamos dar a área e muitos incentivos. Está muito restrito. Para muitas empresas a parte mais barata que ela tem para comprar é a área, porque aí é dela. Então, se o município dá a área e o barracão o que a empresa construir não é dela. Eu acredito que esses empresários querem investir no que é deles, o que para nós é de grande valia e Quatro Pontes está de portas abertas se tiver algum empresário querendo se instalar. É um município que está crescendo, como muitos municípios da região Oeste, que estão em fase de crescimento. Acho que Quatro Pontes vai alavancar. Penso que vamos ter dentro de quatro a seis anos uma população bem maior e o comerciante que quiser investir em Quatro Pontes vai ter um retorno.

 

OP: O que representa isso para Quatro Pontes? Como são formadas essas parcerias com essas empresas? Qual é expectativa para a criação de empregos no futuro?

JL: Em primeiro lugar, para trazer uma empresa é preciso ter parceiros que lhe indiquem e eu tenho muito contato. Tenho contato com deputados, com vendedores dessas empresas que conheci há anos, tenho amizade, porque uma parceria vem de longa data. Ela não vem do nada, é preciso dar continuidade, porque uma empresa que vem se instalar no município vai continuar ali. Nós somos passageiros na política, mas a empresa vai se instalar e continuar. Eu penso lá para frente. Para conseguir essas empresas tive parceiros que me indicaram, não perdi tempo e corri atrás. Tenho amigos que usam os produtos e mostrei que Quatro Pontes é um polo industrial muito grande. Infelizmente, ainda não consegui mexer no serviço de balança, mas já tem muitas pessoas envolvidas. Se a balança (na BR-163) se instalar, infelizmente vamos perder várias empresas, tudo por causa de um projeto malfeito no passado. Não deveria ter acontecido de projetar a balança ali. Ainda não instalaram e enquanto não tiver o primeiro tijolo montado tenho esperanças que a balança não sai, porque não é o local e tem muita área de escape. Isso vai prejudicar municípios como Marechal Rondon, Nova Santa Rosa e até Toledo, e o nosso interior também. Tem muito desvio e o nosso asfalto rural não vai aguentar esses caminhões pesados com excesso de peso, nenhum asfalto aguenta, nem a BR e muito menos o rural. Eu digo que naquele trecho não é o local e para conseguirmos mais indústrias precisamos brigar para tirar a balança dali. Para isso preciso da colaboração da população não só de Quatro Pontes, mas da região toda para que essa balança não saia.

 

OP: O seu grupo fez a maioria na Câmara de Vereadores. O senhor espera contar com algum vereador eleito pela oposição?

JL: Eu acredito que sim, porque Quatro Pontes é um município pequeno e nós temos que trabalhar unidos. Eu passei por quatro mandatos como vereador, um na oposição e três de situação. Sempre tentei aproximar todos os vereadores, porque se trabalharmos unidos quem sai ganhando é a comunidade. Vamos conversar com os vereadores eleitos pela oposição, fazer uma união para trabalharmos unidos para o bem da comunidade. Não quero ter vereador que fique passando a mão. Queremos que nos deem sugestões e aponte erros. O vereador pode indicar, se talvez possa dar algum problema no futuro, porque passa pelo jurídico da prefeitura antes de ser encaminhado para a Câmara, onde também tem o jurídico, e são parceiros do município. Secretários e todos os funcionários da Câmara conhecemos muito bem e estão preocupados com o desenvolvimento. Não tem nada pior do que hoje termos processos em cima de prefeitos passados. Isso é ruim para o país, é ruim para o Estado e é ruim para o município que não vê as coisas andando bem. Acredito que vamos tranquilamente ter uma conversa boa com a Câmara de Vereadores. Contamos com seis vereadores eleitos pela situação e três pela oposição. Quero parabenizá-los pela expressiva votação que fizeram. A eleição passou e agora precisamos pensar em Quatro Pontes.

 

OP: O senhor foi convidado há poucos dias para assumir a presidência do Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar) entre 1º de janeiro até março, quando ocorre eleição interna. No setor de saúde, hoje vivemos um período crítico novamente por conta da Covid. O que os prefeitos pensam a respeito? Pode ocorrer novo fechamento do comércio?

JL: Eu acredito que não. O comércio não é o culpado da Covid-19. Se fecharmos o comércio vamos arrumar mais desemprego, as pessoas vão deixar de arrecadar e o Estado, o município e a União também. Precisamos pensar na renda do trabalhador e o comércio fechado só gera desemprego. Tivemos uma reunião na Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) e estou muito preocupado não só com a Covid-19, mas também com as demais doenças. Em um mês perdemos três mulheres para o câncer, uma com 45 anos, uma de 48 e outra de 53 anos. Hoje muitas pessoas estão deixando de fazer o preventivo, e não estou dizendo que elas deixaram de fazer, mas há muitos homens, mulheres e crianças deixando de lado o preventivo por causa da Covid-19. O que vai acontecer para frente? Cirurgias eletivas que deveríamos ter não estão sendo realizadas por causa da Covid-19. Questionei na Amop e me deram razão. Estamos preocupados com o coronavírus, mas temos mais doenças pela frente que vão se agravar se não cuidarmos. A Covid-19 é terrível, são nove meses que o mundo inteiro perdeu muito por causa da pandemia. Estamos muito preocupados. Eu vou assumir até março, até que tenha a próxima eleição. Não sei se vou continuar ou se vai ter outro prefeito que vai assumir, mas eu faço parte do conselho fiscal e eu sou o único prefeito que está apto para assumir a presidência até a eleição em março. Vou assumir com gosto e com responsabilidade, porque são 18 municípios que atendemos, cerca de 440 mil pessoas que passam ali e que são atendidas pelo Ciscopar. É muito importante para nós e exige muita responsabilidade. São R$ 55 milhões por ano que giram dentro do Ciscopar, isso dá quase o dobro do que o município de Quatro Pontes arrecada. É muito importante para nós, prefeitos, e para toda a região continue sendo bem administrada.

 

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