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Política Eleições 2020

“Queremos construir um projeto baseado naquilo que a população espera e merece”, destaca Canela

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Vereador César Seidel: “O nosso grupo vem com a proposta de um trabalho novo, diferente. Não é uma proposta política, é um projeto administrativo, um projeto de gestão pública. Uma gestão eficiente, pautada na seriedade e na responsabilidade, buscando sempre a transparência e a participação popular” (Foto: Joni Lang/OP)

A oposição em Quatro Pontes deve anunciar em duas ou três semanas os nomes dos escolhidos para compor a chapa à majoritária. A informação é do vereador César Seidel (Canela) (Podemos), que deve ser oficializado como pré-candidato a prefeito pelo grupo.

Empresário, Canela avalia que a sua experiência na iniciativa privada, bem como a participação desde muito jovem em diretorias, entidades e associações, além do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos oito anos na Câmara de Vereadores, período em que chegou a ser presidente da Casa de Leis, o ajudaram a crescer e a fortalecer o seu desejo de construir um projeto diferente para Quatro Pontes. “Eu entrei na política para desenvolver um projeto novo. Decidi mudar. Procurei um novo norte e não vejo que isso possa dificultar a minha pré-candidatura. Acredito que a população entendeu a minha mudança e assimilou a minha vontade em desenvolver um projeto diferente”, destacou ao O Presente, referindo-se ao fato de ter sido eleito pelo grupo de situação e ter migrado para a oposição.

Na opinião do vereador, o município não deve contar com uma terceira pré-candidatura à majoritária, como especulado nos últimos tempos. “A tendência é manter duas candidaturas”, opina.

À reportagem, o pré-candidato a prefeito também falou sobre a prorrogação das eleições e sobre as chapas que serão lançadas na proporcional. Opinou, ainda, sobre a expectativa em relação à campanha deste ano, que, devido à pandemia de Covid-19, vai limitar o contato entre candidatos e eleitores. Confira.

 

O Presente (OP): A prorrogação das eleições muda algo para a oposição em Quatro Pontes? Devido à mudança da data, o grupo pretende postergar o anúncio do pré-candidato à majoritária ou vai fazer em breve?

César Seidel (CS): As conversas estão bem adiantadas, embora a pandemia tenha dificultado reuniões e encontros. Acredito que em duas ou três semanas teremos uma definição e poderemos anunciar a dupla pré-candidata a prefeito e vice-prefeito de Quatro Pontes pela oposição.

 

OP: O senhor é pré-candidato a prefeito pelo Podemos e tem sido apontado como o principal nome da oposição para encabeçar a chapa à majoritária. Isso está sacramentado ou o grupo vem trabalhando com outros nomes também?

CS: Neste momento, isso está sacramentado. Temos feito um trabalho muito atuante, temos trabalhado nas comissões permanentes do nosso município. Hoje eu sou presidente da Comissão de Finanças e Fiscalização na Câmara, sou relator da Comissão de Justiça e Redação, sou secretário da mesa diretiva do Legislativo e fui presidente no último biênio. É um trabalho que vem sendo construído ao longo dos últimos anos e uma pré-candidatura consolidada. Acredito que teremos apoio de todos os membros dos partidos que integram a oposição.

 

OP: Em termos de pré-candidatos a vice-prefeito, quais nomes estão sendo cotados?

CS: Temos diversos nomes bons, pessoas que já atuaram na política de Quatro Pontes, comerciantes e vereadores que integram hoje o nosso partido. O que podemos dizer no momento é que a população está sendo ouvida e que as conversas para se chegar aos nomes dos pré-candidatos são amplas, bem discutidas.

 

OP: Nos últimos tempos, falou-se muito na possibilidade de uma terceira opção para o eleitor quatro-pontense. O senhor acredita que a eleição deve contar mesmo com três candidaturas à majoritária ou a tendência é ter duas?

CS: A tendência é manter duas candidaturas. O nosso grupo vem com a proposta de um trabalho novo, diferente. Não é uma proposta política, é um projeto administrativo, um projeto de gestão pública. Uma gestão eficiente, pautada na seriedade e na responsabilidade, buscando sempre a transparência e a participação popular. Eu costumo dizer que o gestor do recurso público nada mais é do que o gerente do recurso da população; o patrão é a população. Então, nós precisamos ouvir mais a população, precisamos fazer uma gestão participativa. Esse é o projeto que a gente tem idealizado, tem construído junto com os colegas, vereadores e as demais lideranças que compõem o nosso partido nessa bandeira de buscar realmente um projeto novo, que pense em Quatro Pontes para 20, 30 anos. Sabemos que as incertezas pairam no ar devido à pandemia e que a arrecadação de todos os municípios tem diminuído. Temos uma preocupação muito grande com isso, mas, com os pés no chão e muita criatividade, pretendemos buscar o progresso e o desenvolvimento do nosso município. Acreditamos que a nossa região, que é forte, rica e promissora, vai passar por todos os desafios e vamos colher muitos frutos ainda.

 

OP: Essas especulações em relação a uma terceira pré-candidatura podem ser interpretadas como a falta de consenso entre grupos? Como está o grupo de oposição hoje? Bastante unido?

CS: O grupo de oposição está bastante unido em prol de uma candidatura só. O grupo hoje é composto por dois partidos, o Podemos e o PDT, que estão consolidados no município. Com o fim das coligações na proporcional, houve uma diminuição no número de partidos, o que é muito benéfico, no meu ponto de vista, porque acaba com as negociatas de cargos comissionados e secretarias que eram sempre negociadas por grande parte dos partidos.

 

Pré-candidato a prefeito pelo Podemos, vereador César Seidel: “Será uma eleição muito diferente, imprevisível, porque a gente não sabe como a população vai assimilar essa falta de contato mais direto com os candidatos, mas vamos buscar o diálogo de todas as formas possíveis, independente de ter pandemia ou não” (Foto: Joni Lang/OP)

 

OP: O senhor foi eleito vereador duas vezes, sendo a última (atual mandato) pelo grupo de situação, e agora está prestes a se tornar pré-candidato a prefeito pelo grupo de oposição. Como essa mudança de lado impactou o seu trabalho como parlamentar neste mandato e como explicar isso para o eleitor? O senhor acredita que pode ter dificuldades neste sentido, ou seja, ser um complicador na eleição?

CS: Na minha primeira eleição fui candidato pelo PTB e eleito vereador em uma coligação com o Democratas. Depois de eleito pelo PTB, me filiei ao DEM visando fortalecer as fileiras da legenda. Após um mandato bastante atuante, fomos para uma nova candidatura a vereador, aí pelo DEM, quando fui eleito para meu segundo mandato. Tive a oportunidade e o prazer de presidir a Câmara de Vereadores. Buscamos inovações e, com muito diálogo, conseguimos enxugar as despesas do Legislativo, diminuímos a folha de pagamento, diminuímos pela metade os gastos com diárias. Ou seja, foi um resultado muito bom. Recursos foram devolvidos ao Poder Público e puderam ser investidos da melhor maneira possível. Mas, chegou um determinado momento em que acabei tendo que optar. Eu entrei na política para desenvolver um projeto novo, diferente, e vimos que o DEM tinha um papel de coadjuvante na atual gestão. Decidi mudar. Não tenho problema nenhum com o DEM, muito pelo contrário, tenho vários amigos do DEM. Foi uma questão de procurar um novo norte, um novo ideal. Por isso, procuramos montar um novo partido. O Podemos é uma sigla nova, sem os vícios da velha política, um partido que tem um objetivo semelhante ao nosso, de buscar aproximação, de ouvir todas as pessoas para construir projetos melhores. Então, não vejo dificuldade nenhuma em a população entender a minha mudança. Acredito que os munícipes tenham assimilado a nossa intenção, essa nossa vontade em desenvolver um projeto novo. Não importa se você era de grupo A ou de grupo B, nós queremos aproximação de pessoas boas. Queremos construir um projeto que venha ao encontro daquilo que a população de Quatro Pontes espera e merece.

 

OP: O senhor anunciou em agosto do ano passado sua migração do DEM para o Podemos, o que se concretizou nesta janela partidária. Como o partido se organizou para esta eleição?

CS: O partido foi fundado e montado naquela oportunidade. De lá para cá, tem se estruturado muito bem. Temos filiado diversas pessoas, entre elas líderes da comunidade, empresários, profissionais liberais e vereadores. Temos hoje na Câmara quatro vereadores que integram o Podemos. Além de mim, o vereador Leandro, a vereadora Nelci e o vereador Celso migraram para o Podemos. Entendemos que é necessário somar forças para poder colocar esse projeto em prática.

 

OP: A oposição pretende lançar quantas chapas na proporcional?

CS: Vamos ter duas chapas de vereadores. Uma chapa pelo PDT, onde as conversas ainda estão fluindo, e outra pelo Podemos. O Podemos virá com uma chapa muito forte de pré-candidatos a vereadores. Temos hoje em torno de dez a 11 nomes.

 

OP: Na última eleição, João Laufer e Tiago Hansel foram eleitos prefeito e vice-prefeito, respectivamente, por uma pequena margem de votos. O senhor acredita que neste ano a eleição novamente será acirradíssima, podendo ser definida por pouca diferença de votos?

CS: Eleição é uma caixa de surpresas. A gente nunca sabe o que pode acontecer. O grupo de situação tem uma base relativamente boa e nós temos consolidado a nossa base. Eu acredito que a eleição deve ser um tanto quanto disputada sim, mas eu espero que, independente de opinião de A ou de B, impere o respeito. A democracia só é boa quando se respeita a opinião dos outros, isso é o mais importante de tudo. Quatro Pontes é um município pequeno e sabemos que a eleição passa. Quantas vezes vimos famílias e amigos destruindo amizades por rivalidade política. Esperamos que sejam debatidos os projetos, colocando o que os dois lados têm para oferecer e que a população possa escolher com toda tranquilidade aquilo que ela entender ser melhor para o nosso município.

 

OP: Na sua opinião, a eleição remarcada para 15 de novembro favorece a pré-candidatura da oposição, considerando que o grupo ainda não tem nada oficializado? Com mais tempo será mais fácil trabalhar estratégias de campanha, difundir a plataforma de governo e aproximar o pré-candidato do eleitor?

CS: É uma resposta difícil de se dar. Com a questão da pandemia, não podemos falar como vai ser daqui a 60 dias. Não podemos afirmar como vai ser a campanha deste ano. Ao que tudo indica, vai ser uma campanha nova, feita mais pelas mídias sociais do que pelo corpo a corpo. Isso nos preocupa um pouco, considerando o costume e a cultura da nossa população. Por sermos um município pequeno, o corpo a corpo sempre fez a diferença. Mas acredito que o importante será consolidarmos um bom plano de governo e levá-lo à população com muita clareza, serenidade e responsabilidade.

 

OP: O senhor já tem pré-definido um plano de governo, caso seja confirmado pré-candidato a prefeito pela oposição? Há algum setor em específico que terá atenção especial entre as suas propostas?

CS: Nós estamos trabalhando nisso. Acredito muito na participação popular e hoje estamos justamente buscando bases para montar um plano de governo que venha ao encontro daquilo que a população espera. Estamos ouvindo as bases, ouvindo a população, ouvindo o homem do campo, ouvindo o morador da cidade, ouvindo a melhor idade, ouvindo os jovens. Acho que isso é fundamental para montar um plano de governo e organizar um trabalho que realmente respalde o que a população espera de uma gestão pública. Saúde e educação são setores fundamentais, assim como o setor agropecuário, que é responsável por 68% da nossa arrecadação. São setores que precisam ser ainda mais trabalhados, mais incentivados. Nós precisamos buscar alternativas e fazer com que o homem do campo melhore a sua competitividade. Sabemos que no mundo moderno e globalizado não tem outro jeito, tudo é competitivo, então, precisamos buscar ferramentas para que o agricultor possa ser cada vez mais produtivo. A pavimentação voltada ao setor rural também sempre merece destaque. Queremos buscar pavimentação com qualidade e com recursos próprios do município, sem financiamentos. Entre outras demandas, precisamos buscar incentivos para a geração de novos empregos, para a geração de renda e fazer com que o nosso jovem possa permanecer em Quatro Pontes. É preciso dar oportunidade para que nossos filhos, nossos netos continuem crescendo no nosso município e se desenvolvendo por longas décadas. De uma forma geral, nosso propósito é aplicar os recursos públicos de maneira equilibrada em todos os setores, conforme a vontade da população.

 

OP: Devido à pandemia de Covid-19, a eleição deste ano será diferenciada, considerando as limitações que vai impor entre candidatos e eleitores. No seu ponto de vista, quais as vantagens e quais as desvantagens de uma eleição nestes moldes?

CS: Na verdade, não vejo muita vantagem. Vejo com preocupação conseguir levar para toda a população a mensagem da gente. Temos tentado trabalhar por meio das mídias sociais e sabemos da importância de abrir o leque de pessoas que compartilham do nosso pensamento para que essa ideia seja levada para toda a população. Eu acredito que será uma eleição muito diferente, imprevisível, porque não sabemos como a população vai assimilar essa falta de contato mais direto com os candidatos, mas vamos buscar o diálogo de todas as formas possíveis, independente de ter pandemia ou não. Acredito que vai ser uma eleição em que a vontade do eleitor terá importância ainda mais relevante. O eleitor vai ter de procurar se informar mais, ao contrário de outras eleições, quando comícios e encontros aconteciam diariamente. Agora, a população vai ter que procurar se inteirar, se informar das propostas dos seus candidatos.

 

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