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Política Reeleito ao 4º mandato

“Sou candidato natural à presidência, mas cabe ao grupo decidir”, ressalta Portinho

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Vereador reeleito Valdir Port (Portinho) (PL): “Se o grupo entender que a gente tem condições de administrar uma Câmara de Vereadores para que não se torne de repente como esteve nos últimos anos, com momentos de difícil condução, estou à disposição. Isso cabe à maturidade de cada um” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Com 605 votos, Valdir Port (Portinho) (PL) foi eleito no último dia 15 para o 4º mandato de vereador em Marechal Cândido Rondon, sendo um dos 13 que irão compor a legislatura 2021/2024.

Portinho é um dos eleitos e/ou reeleitos com mais experiência na política: além do atual mandato e do que vai assumir daqui cerca de 30 dias, ele já foi vereador em outras duas oportunidades (1993/2000), bem como vice-prefeito por oito anos (2001/2008).

Em entrevista ao O Presente, Portinho falou sobre a reformulação do PL, partido que fez a terceira maior votação nesta eleição no município. Também fez uma análise da campanha e uma projeção dos trabalhos para a próxima legislatura. Afirmou, ainda, que é candidato natural à presidência da Câmara. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor reduziu o número de votos nesta eleição em relação à anterior. Fez 605, contra 852 da eleição passada. Foi muito difícil conquistar o voto do eleitor nesta campanha?

Valdir Port (VP): Veja bem, 852 para 605 não são votos menos importantes e me deram assim mesmo, graças à desenvoltura do meu partido, o PL, a 10ª cadeira da Câmara. Penso que há um contexto, um cenário novo acontecendo, da própria renovação. Acho que a população quis juntar renovação com experiência, como em 1992, quando eu fui candidato e era renovação, a experiência manteve-se lá e agora isso ocorre novamente. Penso ser um desejo soberano da população que devemos respeitar. Juntou a experiência de certa forma de querer ainda ter o Portinho lá dentro, mas também a renovação através das candidaturas novas que são maravilhosas.

 

OP: O senhor é uma pessoa experiente em disputas políticas, uma vez que já participou de quatro campanhas para vereador e duas como candidato a vice-prefeito. Qual a diferença de todas as outras campanhas em relação a esta, que aconteceu em meio a uma pandemia?

VP: Na verdade a gente participou de oito campanhas a vereador, porque tem meu irmão Elmir (Port) que foi eleito quatro vezes vereador. As eleições são todas diferentes. Uma é diferente da outra, e este ano ou de uns anos para cá tivemos menos tempo para fazer campanha, de relacionar aquele corpo a corpo de 90 dias antes das eleições. As duas eleições foram com prazo mais limitado e a pandemia fez com que a gente tivesse que se readequar, ou seja, usar mais as mídias sociais, apesar de que nós temos mais uma relação de corpo a corpo, de conversar com as pessoas olho no olho, do abraço, do aperto de mão. Foi assim que nós sempre estivemos presentes na sociedade, mas essa foi diferente. Quer queira ou não, os mais tradicionais não manipulam muito as mídias e foi aí um dos fatores que nos deu diferenciação na questão eleitoral, mas sob hipótese alguma vejo que possa ser um ponto específico. Não, é um contexto de realidades.

 

OP: Essa legislatura que encerra no próximo mês foi bastante marcante, conturbada. Na sua opinião, a próxima tem tudo para ser mais produtiva e com menos agressões pessoais, ataques, CPIs e posturas que não cabem no Legislativo?

VP: Foram poucos os vereadores que não embateram de forma ofensiva. O Portinho sempre teve um comportamento de mediador, de diálogo e de respeito. Significa que não fui para o lado pessoal, que eu não ofendi, não fechei a última porta acima de tudo. Desejo muito que a nova composição da Câmara seja mais produtiva, até pelo perfil dos eleitos que estão chegando com novas formas de pensar e que vão contribuir muito. Não significa que as ideias que estavam antes são todas descartáveis. Não! Precisamos conciliar tudo isso. Espero dos outros 12 vereadores que tenham sabedoria e respeitem a população, que tragam no embate projetos e não picuinhas, que tenham conduta de votação, não oscilem para cá ou para lá de acordo com as conveniências, porque isso é extremamente pejorativo a uma Câmara de Vereadores e a atual legislatura mostrou essa coisa que a população não aprova. Infelizmente não temos o direito de cobrar Curitiba ou Brasília se Marechal Rondon pratica isso. Foram desonrosos esses comportamentos na Câmara e claro, cada um faz o que quer, cada um responde pelos seus atos, por isso espero que não aconteça na próxima legislatura.

 

OP: A próxima legislatura vai ser uma mescla de pessoas experientes na política com pessoas novas, que estão estreando agora. O que esperar dessa mistura?

VP: Responsabilidade. Essa responsabilidade vem com os novos nomes eleitos e com a experiência do vereador Pedro (Rauber) e do Moacir (Froehlich), ele que promete uma oposição propositiva. Toda essa experiência certamente vai enriquecer os grandes entendimentos. Não precisamos de embates, mas de proposições. Acredito que teremos uma Câmara com a maturidade para ajudar o município. A população é merecedora das melhores ações individuais de todos os vereadores. Entendo que este é o melhor trabalho da vereança, de individualmente trabalhar para o contexto ser o grande vencedor. O propósito é servir a população.

 

Vereador eleito ao 4º mandato, Valdir Port (Portinho) (PL): “Vai ser um mandato de muito trabalho, seja na Câmara ou onde quer que esteja. Vou trabalhar muito. Quero que meus eleitores tenham a honra de dizer: ‘o meu vereador não decepcionou’. Essa é a minha missão” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

 

OP: O seu partido, o PL, foi o terceiro mais votado nessas eleições no município, ficando atrás apenas do DEM e do MDB. Qual avaliação o senhor faz desse resultado, que culminou com a eleição de dois vereadores e do vice-prefeito?

VP: O PL foi o maior guerreiro desta campanha e vou dizer por que: o MDB e o PP eram oposição. Ser oposição é muito fácil, basta denunciar, criticar, embater. Houve comportamentos assim, outros foram propositivos, então foram oposição, sem a necessidade de defender o governo. O Democratas, cujas candidaturas fizeram 11 mil votos, tinha praticamente toda estrutura do Poder Executivo na mão. Nós, esses guerreiros do PL, fizemos aproximadamente 40% dos votos do DEM na Câmara. Fizemos 72% do que o MDB com 5,5 mil votos, então fomos guerreiros. Obrigado a cada candidato do PL que fez o seu melhor para chegarmos onde chegamos. A estrutura do PL era limitada, mesmo sendo apoiador do governo. Então, vejo que o grande time de fato foi o PL.

 

OP: Na sua opinião, ao que se deve a expressiva e histórica votação do prefeito Marcio Rauber e do vice Ila nas urnas, contrastando com a votação do segundo colocado, Josoé Pedralli?

VP: Primeiro tem que dar os parabéns para todos. Para o Marcio e Ila, que fizeram uma gestão extraordinária e esses 22 mil votos que receberam nas urnas são pertinentes. Parabéns ao (Josoé) Pedralli, pois ter a coragem de enfrentar a realidade de uma eleição como esta é louvável de reconhecimento e eu o faço, como também ao Lair (Bersch) e (Luciano) Palagano. Propor-se a ser candidato não é tão simples assim. Acredito que esse trabalho entre todos é muito válido. Independente de qual candidatura votou, a população tem que ser respeitada. É isso que a democracia nos ensina isso.

 

OP: Se o prefeito Marcio chamar vereadores eleitos para assumir uma secretaria ou outro cargo na prefeitura e se o senhor for convidado, aceitaria?

VP: Quero crer que o prefeito Marcio pretende fazer o melhor pelo município. Dentro da Câmara de Vereadores há pessoas com capacidade e potencial de sobra para assumirem responsabilidades no governo na condição de secretário, diretor. Não sei o que exatamente Marcio e Ila vão querer trabalhar neste governo, mas uma coisa é sabida, eles têm a grande oportunidade de fazer diferente de todos os últimos prefeitos na questão da reeleição, de um governo diferente. Marcio e o Ila vão precisar de experiência, de pessoas que conhecem. Não tivemos nenhum encontro após a eleição e não tenho pressa nenhuma de conversar esse assunto. Uma questão é certa, o município não pode parar; dia 1º de janeiro precisa continuar no mesmo pique que estava até recentemente. A oxigenação é necessária. Existem pessoas cansadas no governo e de repente precisam de ajuda, não necessariamente serem tiradas do governo. É isso que o prefeito Marcio, na sua habilidade e sabedoria, com Ila e o grupo político precisam perceber e destinar alguém que dê suporte à determinada secretaria para desenvolver melhor os trabalhos.

 

OP: O grupo de situação, que vai ter a maior bancada na próxima legislatura, já está discutindo a eleição da mesa diretiva? Como estão os contatos?

VP: A gente não conversou com o grupo sobre isso ainda. Existem algumas procuras individuais e claro que todos os 13 têm o direito de querer ser e eu respeito todos eles. Penso que todos têm capacidade para ser presidente, uns mais, outros menos.

 

OP: O senhor vai colocar o seu nome à disposição para ser presidente da Câmara?

VP: Há uma tendência natural do nome do Portinho, até porque dois anos atrás eu fui candidato do grupo em uma eleição que nós sabíamos que estava perdida. É importante salientar que o governo municipal começou quatro anos atrás com dez vereadores e dois anos depois não teve votos para fazer o sucessor do vereador Pedro Rauber na presidência da Câmara. Portinho foi candidato mesmo sabendo disso. Então, eu sou um candidato natural. Agora, o grupo tem maturidade política para isso? Não sei. Se o grupo entender que a gente tem condições de administrar uma Câmara de Vereadores para que não se torne de repente como esteve nos últimos anos, estou à disposição. Tivemos momentos de difícil condução, inclusive na outra gestão (Pedro Rauber). O grupo tem que saber se o Portinho tem ou não condição. E isso cabe à maturidade de cada um. Não tenho vaidade ou obsessão tanto pela presidência quanto por secretaria. Já estive nesses cargos. O que preciso fazer é contribuir. O dia que eu não contribuir e oferecer a omissão, aí significa que eu tenho que sair.

 

OP: Ainda existe a velha máxima de que o mais votado deve ser o presidente ou é um cargo político?

VP: É um cargo político, pois se quiserem a ti vão chamar e se não quiserem já era. É assim que acontece, esta é a realidade.

 

OP: O senhor possui alguma pretensão política para o futuro?

VP: Preciso ficar no hoje e no que está próximo, focar nesse mandato que é muito importante. O que eu falava na campanha, seja eu o seu candidato ou não, se você, cidadão, precisar do Portinho, me chame. Vai ser um mandato de muito trabalho, seja na Câmara de Vereadores ou onde quer que esteja, vou trabalhar muito e mais, até o dia que dissermos: deu. Nesse caso eu pretendo sair com um legado, acima de tudo, de amigos, de pessoas que votaram no Portinho, as quais sou muito grato. Quero que tenham a honra de dizer: “o meu vereador não decepcionou”. Essa é a minha missão. Eu sempre tentei fazer o meu melhor e nesse período em especial farei e vou cobrar muito do Executivo, mas sempre na categoria, no respeito. Ao invés de ir para a mídia ou para a tribuna da Câmara, vamos na secretaria e até ao prefeito para sugerir. A minha postura será essa, pois se alguém me cobra é porque confia na minha condição de chegar lá e resolver tudo na legalidade, dentro do que é certo e permitido. Não trabalharei com projetos populistas porque a Câmara em determinado momento trabalhou somente de forma populista e a Promotoria foi lá e fez os mesmos vereadores refazerem projeto de lei, assinarem novamente e votarem o contrário do que tinham votado anteriormente. Isso para mim é vergonhoso e não farei, contudo atuarei dentro da legalidade, podem ter certeza.

 

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