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Política Eleições 2020

“Sou pré-candidato a prefeito”, revela Tiago Hansel

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Vice-prefeito de Quatro Pontes, Tiago Hansel (DEM): “Se ele (prefeito João Laufer) for para a reeleição é a única hipótese que eu tenho de abrir mão para alguém” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

A eleição municipal de 2020 se aproxima. Embora no calendário falte pouco mais de um ano para que os eleitores voltem às urnas, nos bastidores os partidos já começam a debater as estratégias para o ano que vem, que terá como uma das principais novidades o fim da coligação na proporcional. É um novo cenário no meio político e que deve fortalecer algumas siglas, enquanto outras tendem a se enfraquecer.

Em entrevista ao Jornal O Presente, o vice-prefeito de Quatro Pontes, Tiago Hansel (DEM), revelou que é pré-candidato a prefeito. No entanto, admitiu que pode abrir mão de encabeçar a majoritária se o prefeito João Laufer (MDB) optar em tentar mais um mandato.

O democrata fez uma análise sobre o fim da coligação na chapa de vereadores e adiantou que novos partidos podem compor a atual coligação de situação, formada por MDB, DEM e PP. Confira.

 

O Presente (OP): Daqui cerca de um ano os eleitores vão às urnas para a eleição municipal. O Democratas já está se articulando para o pleito?

Tiago Hansel (TH): Está sim. Eu sou pré-candidato a prefeito. O Democratas quer ter candidato ano que vem e sou o nome do partido.

 

OP: Hoje então o senhor é pré-candidato a prefeito declarado?

TH: Sim.

 

OP: Em relação ao prefeito João Laufer, há uma conversa no sentido se ele pretende disputar a reeleição?

TH: Sim. Tenho conversado com ele diariamente. Posso dizer que essa dobradinha João e Tiago é a que mais deu certo aqui em Quatro Pontes, e falo isso sem demagogia. Nós nos damos muito bem. Estamos há quatro anos nessa caminhada e não tivemos nenhuma discussão. Nunca ele tomou uma decisão sem me consultar, e eu nunca tomei uma decisão sem consultá-lo. Eu sei tudo o que ele está fazendo e ele sabe tudo o que eu faço. Então a primeira pessoa a ser consultada sempre vai ser ele. Antes de eu consultar o partido, antes de eu consultar qualquer um, a primeira pessoa com quem eu conversei sobre a pré-candidatura foi com o João. Hoje ele respeita se eu for candidato e me apoia. Se ele for para a reeleição é a única hipótese que eu tenho de abrir mão para alguém. O João seria meu candidato para a reeleição sim. Se for João para reeleição há a possibilidade de eu abrir mão.

 

OP: O prefeito tem demonstrado se pretende disputar a reeleição?

TH: Todo prefeito tem essa ideia. Ele está fazendo um ótimo trabalho e acho que deveria ficar mais quatro anos para terminar o projeto de gestão, pois muita coisa está saindo agora. O projeto do prefeito é bem futurista, como trazer indústrias, e agora está vindo tudo isso. Cinco a seis indústrias estão se instalando ao mesmo tempo, as quais vão gerar de 500 a mil empregos. Por isso que digo que poderia abrir mão talvez para ele, com muita conversa. Há muita coisa que está acontecendo e que não vai dar para terminar em quatro anos, e eu gostaria que ele terminasse, nesse sentido sim. Então hoje sou pré-candidato a prefeito, mas a única pessoa que teria talvez uma conversação para abrir mão seria com o João.

 

OP: A coligação de situação é formada por três partidos (MDB, DEM e PP). Vocês já conversam sobre a eleição?

TH: Já. Os três partidos estarão juntos novamente com certeza. Os três partidos têm nomes fortes, tanto para prefeito, para vice, quanto para vereadores. Nós temos um leque muito bom e todos estão se fortalecendo, ampliando o número de filiações e com vários nomes novos. Os partidos estão conversando o tempo inteiro.

 

OP: Os partidos têm um entendimento que convergem para o seu nome?

TH: Eu acredito que sim. Conversando com os principais líderes eu vejo que os três partidos têm uma tendência a isso. Tudo está caminhando para isso, até porque tiveram conversas passadas que trabalhavam neste sentido.

 

OP: O MDB tem muitos líderes que estão há tempo na política, assim como o Democratas e o PP. O senhor acha que essas lideranças terão maturidade em abrir mão para uma pessoa que é mais jovem?

TH: Com certeza, tranquilamente. Eu vejo que eles apoiam muito. Quando converso com os líderes a maioria apoia. Eles têm um entendimento que se for, vestem a camisa e vão a campo, vão fazer acontecer. Teremos um grupo bem estruturado e bem forte para a próxima eleição.

 

OP: Se o seu nome for eventualmente escolhido para ser o candidato a prefeito, como se dará a escolha do candidato a vice? Por meio de pesquisa ou o senhor pretende opinar também?

TH: Os dois. Acho que o grupo, o partido e eu enquanto pessoa temos que ter esse entendimento. Acredito que vou deixar o grupo e os partidos sugerirem nomes e a gente escolhe aquele que estiver mais preparado para estar junto. Essa é a ideia.

 

OP: Uma novidade na eleição do ano que vem será o fim das coligações na proporcional. De que forma os partidos do seu grupo político estão se organizando para essa novidade?

TH: Todos os partidos estão conversando, fazendo suas reuniões e agora que está começando a amadurecer como vai funcionar o fim da coligação na proporcional. Até então havia outras prioridades, mas agora os três partidos já estão conversando de como será isso. Estamos cientes desta mudança. Só não traçamos ainda como vai ser, mas sabemos que os três partidos estarão juntos.

 

OP: O senhor acha que a estratégia vai ser lançar uma chapa em apenas um partido ou dois ou cada partido deve vir com chapa completa?  

TH: Acho que a terceira hipótese, pois os três partidos estão com nomes fortes. Está muito cedo ainda e isso de fato não foi conversado, mas pela quantidade de nomes há chance de os três partidos formarem chapa completa.

 

OP: E como o senhor avalia essa novidade? É algo que será colocado em prática somente ano que vem, mas como repercute no meio político?

TH: Muita gente vai ter que abrir mão, porque haverá partidos pequenos que vão desistir, ou se fortalece muito ou morre de vez. Vai ser uma novidade para todo mundo, mas como vai ser ninguém sabe ao certo. Muita gente vai ter que abrir mão um pouco do seu grupo, do seu partido, vai ter que se aliar, de dois fazer um. Isso ainda está confuso, mas muitos não poderão seguir à risca o que estavam pensando fazer. Isso é uma lógica que vai acontecer. Já há pessoas que vão ter que migrar para outro partido e assim por diante.

 

OP: O senhor vislumbra a possibilidade de algum outro partido vir a compor com vocês?

TH: Sim. Já temos inclusive conversações, partidos novos, outros partidos aqui do município estão conversando sim. Há mais partidos querendo ingressar no nosso grupo e isso é fato.

 

OP: Isso pode gerar algum desconforto com aqueles partidos que já estão no grupo ou tudo está sendo muito bem dialogado?

TH: Está sendo bem tranquilo. Acho que isso é a democracia, né? Estão aceitando e há espaço para todo mundo. Espero que seja assim na eleição também, algo democrático mesmo, nada de baixaria pessoal, vai quem o povo quiser. Hoje o quadro está confortável, sem essa guerra. Tem um grupo aqui e outro ali, situação e oposição, o que é o normal.

 

OP: Quatro Pontes já contou com algumas eleições em que havia candidatura única para prefeito. No cenário atual o senhor acredita que ainda é possível isso se repetir ou é algo descartado?

TH: Acho que é possível, só basta ter diálogo. Está faltando praticamente um ano para a eleição, muita coisa pode acontecer, mas penso que até a população agradeceria se tivesse. Talvez hoje seja uma hipótese um pouco menor, mas se depender do nosso grupo estamos abertos ao diálogo. Não estamos fechando as portas para ninguém.

 

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