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Política Entrevista ao O Presente

“Vamos fazer um trabalho em conjunto na Câmara”, destaca Iloir Padeiro

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Vereador eleito de Marechal Rondon, Iloir de Lima (Padeiro) (MDB): “Sobre o interesse em ser presidente da Câmara, agora neste primeiro momento não tenho. Vou deixar claro que não tenho essa ambição” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

Na eleição de 2016, Iloir de Lima, ou Iloir Padeiro, como é mais conhecido, foi candidato a vereador pelo Progressistas e bateu na trave ao ficar na suplência. Agora no MDB, ele garantiu no último dia 15 uma cadeira no Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon.

Formado em Gestão Pública e há 16 anos trabalhando no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o emedebista concedeu entrevista ao Jornal O Presente para fazer uma avaliação de sua votação e falar sobre a expectativa em, enfim, assumir o mandato. Também comentou sobre a votação abaixo do esperado do MDB, um dos principais partidos do município.

Iloir Padeiro expôs, ainda, a respeito da eleição da mesa diretiva da Câmara e declarou que, de momento, não tem ambição em assumir a presidência da Casa de Leis, mas que ajudará a escolher o melhor nome para ocupar o comando do Legislativo rondonense. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor foi eleito vereador com 705 votos. O que isso representa para o senhor?

Iloir de Lima (IL): É uma satisfação muito grande ter feito uma votação tão expressiva. Foi fruto de um trabalho bem-feito. Só tenho a agradecer a todas as pessoas que estiveram comigo nesta campanha e na pré-campanha, e dizer que esse mérito não é só meu, mas destas pessoas que também estiveram comigo nesse período, correndo e buscando voto a voto.

 

OP: A próxima legislatura terá caras novas na Câmara. Muitas delas, por sinal, um tanto quanto desconhecidas da comunidade. Qual é a trajetória do Padeiro até ele se eleger vereador?

IL: Iloir Padeiro chegou a Marechal Rondon com 14 anos de idade. É uma história de superação. Minha vida aqui foi bem sofrida e passei por muita dificuldade no início. Vendia picolé para sobreviver, pagava pensão, depois engraxei sapato, trabalhei na construção civil, fui gari. Foi um período de bastante dificuldade, mas me orgulho muito, porque cresci como ser humano. Conheci aos 18 anos a minha esposa e estamos juntos até hoje. Temos um filho, o Eduardo, que tem 18 anos. O Iloir Padeiro hoje tem uma “padariazinha” no (bairro) São Lucas. Trabalho no Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) há 16 anos e sou formado em Gestão Pública.

 

OP: O que lhe motivou a participar da política ativamente, colocando-se como candidato a vereador?

IL: Eu sempre gostei de política. É uma coisa que está dentro de mim, uma vontade de participar da política. Acho que eu tenho muito a contribuir com a nossa comunidade. Isso me motivou.

 

OP: Qual avaliação o senhor faz do seu desempenho nas urnas? Esperava uma votação maior?

IL: Eu achava que poderíamos fazer um pouco mais pelo trabalho que foi feito. Esperava um pouco mais de votos, até porque eu já tenho um histórico da eleição de 2016, quando fui candidato a vereador e tivemos também uma expressiva votação, com 526 votos. Isso me deu uma projeção para esse pleito de 2020 e imaginava que faria até um pouco mais de votos, mas atingimos o nosso objetivo e é isso que importa. Então, estamos contentes e felizes por ter atingido essa meta.

 

OP: O senhor já atuava nos bastidores da política?

IL: Sim, vinha trabalhando e acompanhando o trabalho do prefeito e dos vereadores através das sessões da Câmara. Toda segunda-feira eu estava presente, acompanhando, até porque a votação que fizemos na eleição passada nos deu a condição de ficar na suplência. Eu poderia ter que assumir de uma hora para outra em uma eventualidade, então tinha que estar preparado. Acompanhei o trabalho dos vereadores nas sessões para em uma eventual oportunidade eu estar pronto.

 

OP: Quais foram as principais dificuldades da campanha?

IL: Foi uma dificuldade grande que enfrentamos por causa da pandemia, já que não podíamos fazer reuniões devido à aglomeração de pessoas. Essa foi uma dificuldade. A campanha foi mais no cara a cara, olho no olho, aquela visita. Fizemos muitas visitas. Desde a nossa pré-campanha já vínhamos visitando as casas. Fizemos mais de 300 visitas no total para chegar a esse número expressivo de votos, 705 votos.

 

OP: Qual é a sua expectativa enquanto futuro legislador rondonense?

IL: A expectativa é a melhor possível. Pretendemos fazer um bom trabalho como vereador, apresentando projetos e indicações na Câmara. Quem sabe lá na frente, daqui a quatro anos, a gente consiga uma votação muito mais expressiva que essa que tivemos agora.

 

OP: O senhor vai assumir um mandato em uma legislatura que terá a maioria dos vereadores sendo do grupo de situação. Isso lhe preocupa? E o que espera dos trabalhos, haja vista que a atual legislatura está chegando ao fim de forma conturbada?

IL: Acompanhamos os trabalhos nos últimos quatro anos e realmente foi um período bastante conturbado. Houve muitas agressões verbais. Foi uma verdadeira briga dentro da Câmara. Nós esperamos nesse mandato fazer um trabalho tranquilo. Eu tenho um relacionamento bom com o prefeito Marcio Rauber (DEM) e queremos continuar com esse relacionamento também com os colegas vereadores. Vamos fazer um trabalho em conjunto até quando tivermos um projeto importante para nossa comunidade, vamos colocar à disposição para outros vereadores que queiram assinar com a gente. A expectativa em termos de relação é a melhor possível, mas isso não quer dizer que o Iloir Padeiro não vai fiscalizar. Vamos cobrar, sim, e fiscalizar como o prefeito está trabalhando, bem como de que forma o Legislativo está se comportando. Vamos cobrar para que tudo ocorra dentro da normalidade.

 

Vereador eleito para seu primeiro mandato, Iloir de Lima (Padeiro) (MDB): “O trabalho do Iloir Padeiro, juntamente com o Moacir e com o Juca, vai ser de harmonia e de oposição. Vamos fazer um grande trabalho, trabalhando juntos” (Foto: Ana Paula Wilmsen/OP)

 

OP: Há vereadores que atuam mais focados na cidade, outros no interior. O senhor pretende focar o seu mandato a algum público específico?

IL: Eu acho que o vereador não pode defender uma bandeira só. O vereador é eleito para representar todos os munícipes. Todos os projetos que venham para somar, para o bem da comunidade, têm que ser apoiados, independentemente se é da saúde, educação, esporte, saneamento ou qualquer área. O vereador Iloir Padeiro vai atuar e buscar trabalhar em todas as áreas para o bem da nossa comunidade geral.

 

OP: O MDB conseguiu eleger três vereadores – o ex-prefeito Moacir Froehlich, o Juca e o senhor. Como o senhor acha que vai ser o trabalho junto com esse grupo?

IL: O trabalho do Iloir Padeiro, juntamente com o Moacir e com o Juca, vai ser de harmonia e de oposição. Falando por mim, não vou bater, brigar com o prefeito Marcio, cobrando ele e os demais pares também. Vamos fazer esse trabalho da melhor forma possível, trabalhando juntos. O MDB fez três vereadores e foi uma votação baixa. Imaginávamos fazer de quatro a cinco vereadores e foi um pouco aquém do esperado. Tivemos o nosso candidato a prefeito, o Josoé Pedralli (MDB), que fez uma votação também muito aquém do esperado. Acho que isso influenciou bastante para a legenda, para a soma dos vereadores eleitos.

 

OP: O que faltou ou qual foi o erro para que o candidato a prefeito Pedralli tivesse uma votação tão baixa?

IL: Eu fazia parte do Progressistas e quando fui para o MDB não tinha voto ativo no partido. Então não sei dizer o que exatamente aconteceu, se foi uma negociação que não foi bem-feita, porque a oposição se esfacelou, cada um foi para um lado, alguns com bandeira branca sem apoiar ninguém. Talvez faltou um pouco da oposição se unir mais e formar um grupo para bater de frente com o prefeito nas urnas.

 

OP: Em relação à eleição da mesa diretiva da Câmara, o MDB já se reuniu para tratar sobre o assunto? O senhor já foi procurado para somar votos? Já tem um nome para votar?

IL: Para falar de mim sobre o interesse em ser presidente da Câmara, agora neste primeiro momento não tenho. Vou deixar claro que não tenho essa ambição. Eu trabalhei para ser vereador e para brigar pelos interesses de toda a comunidade. Eu não tenho essa ambição de ser presidente da Câmara, mas sabemos que lá dentro há vários nomes que podem ser eleitos à presidência. Vou analisar cada um dos nomes para escolhermos aquele mais preparado e que possa desempenhar essa função no Legislativo.

 

OP: O MDB até agora não se pronunciou para colocar um nome à disposição?

IL: Até agora o nosso partido não teve um encontro, alguma conversa. O Pedralli provavelmente vai nos chamar para uma conversa nos próximos dias. Acredito que o presidente da Câmara deve sair da situação, porque eles têm maioria e acho que têm bons nomes. Eu vou ajudar a escolher o melhor nome para ser presidente da Câmara.

 

OP: O senhor se sente preparado para assumir a cadeira na Câmara de Vereadores?

IL: Preparado. Como falei anteriormente, venho acompanhando o trabalho do prefeito e dos vereadores eleitos através das sessões da Câmara. Toda segunda-feira eu estava presente. Então, estamos preparados. Logicamente que vamos adquirir experiências com o passar do tempo e isso vai ser muito bom, até pela questão de presidência ou não. Daqui a dois anos quem sabe podemos lançar nosso nome para o cargo de presidente da Câmara.

 

OP: O senhor trabalha no Saae e uma das principais discussões na campanha foi sobre a falta de água e o racionamento. De que forma a Câmara de Vereadores pode contribuir em relação a isso?

IL: Nós temos que fazer um trabalho na Câmara de Vereadores. Eu vou ajudar a buscar soluções para esse problema tão sério. Vivemos uma crise hídrica das mais severas dos últimos anos. Como trabalho há 16 anos no Saae estou por dentro do que está acontecendo. Nós, daqui de Marechal Rondon, vamos ter de tomar água do rio. Não vai ter outra saída. Nosso subsolo aqui é pobre de água. Essas chuvas escassas que vêm acontecendo abastecem o nosso lençol, que é o lençol geral que abastece os nossos poços artesianos. Esse lençol é abastecido mais ao Norte do Paraná, então as chuvas precisam acontecer no Paraná inteiro, praticamente, e o ano inteiro para que possa repor essa água, porque o processo é lento. Essa reposição é bem lenta, demorada e por isso não podemos depender das chuvas. Precisamos buscar água do rio e uma das opções em Marechal Rondon é o Arroio Fundo. No projeto do Pedralli havia a ideia de buscar água no Lago de Itaipu. Ali ele previa que teríamos água por 100, 200 anos, sem nos preocupar. Há um estudo já em andamento para buscar água do Arroio Fundo, mas há também de se fazer um trabalho de preservação desse rio, preservação com mata ciliar das vertentes, nas cabeceiras, para que esse rio possa manter esse fluxo de água e seja possível captá-la para suprir essa demanda. Hoje, a outorga para retirarmos água do rio é de 150 litros por segundo, o que equivale a mais ou menos 13 milhões de litros de água por dia. Se isso acontecer, dobraremos nossa produção. Hoje o Saae produz em torno de 13 milhões e ainda é insuficiente. Precisaríamos produzir em torno de 16 milhões de litros de água para suprir a necessidade.

 

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