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Variedades A TV aberta no Brasil

A TV Brasil e os 70 anos da televisão

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(Foto: Acervo EBC/TVE)

A TV Brasil entrou no ar no dia 2 de dezembro de 2007 e nasceu da criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) por meio do Decreto nº 6.246 de 24 de outubro de 2007. Sucessora da TV Nacional e da TVE Brasil (antiga TVE do Rio de Janeiro e TVE Maranhão), o início de sua história, portanto, remonta aos anos 60, cujos pilares foram os ideais de construção de um projeto de TV educativa no Brasil.

Em 1967 foi criado o Centro Brasileiro de TV Educativa (CBTVE), com o objetivo de produzir, adquirir e distribuir material audiovisual para uso em televisão educativa. No mesmo ano, passou a se chamar Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (FCBTVE).

O primeiro estúdio de circuito fechado foi montado em um apartamento em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde a fundação se instalou. Em 1970, a Alemanha doa, por intermédio da Fundação Konrad Adenauer, equipamentos ao Centro Nacional de Produção de Televisão Educativa – Telecentro – sob os cuidados da FCBTVE. Como contrapartida, o compromisso de construir um local adequado para a instalação de um centro de produção. A concessão do canal 2 só ocorreu em 1972, e a TV Educativa do Rio de Janeiro foi inaugurada em 1975.

 

PRIMEIRA TELENOVELA EDUCATIVA

A produção Curso Supletivo João da Silva foi a primeira do gênero no país e estreou em 26 de novembro de 1973. Com “João da Silva”, estrelado pelo ator Nelson Xavier, a FCBTVE implementou um novo conceito de educação voltado para adultos por meio da teledramaturgia. Pioneiro na tele-educação, recebeu Prêmio Especial pelo júri internacional do Prêmio Japão, concorrendo com 102 países.

Com programação diversificada, a TVE RJ produziu programas que marcaram época, com seus infantis, musicais, programas jornalísticos, educativos e de debates. Sucessos do público infantil como A Turma do Lambe-Lambe e Pluft, O Fantasminha. Além dos programas Sem Censura, Os Astros, Água Viva, Observatório da Imprensa, Tribunal da História e Eu Sou o Show.

Já a TV Educativa do Maranhão, criada em 1969, foi a segunda emissora maranhense a entrar no ar. Pioneira no ensino a distância no Brasil, foi a primeira emissora do país a transmitir aulas pela TV, tendo como objetivo principal a ampliação e democratização do acesso à educação.

Os bons resultados do sistema de ensino da TVE-MA, logo após o primeiro ano de funcionamento em circuito fechado, levou o governo a criar a Fundação Maranhense de Televisão Educativa em circuito aberto, ampliando o seu alcance com a concessão do sinal do canal 2.

A programação da TVE-MA com programas voltados para a divulgação de manifestações culturais maranhenses, programas informativos e jornalísticos, teve seu valor reconhecido com a conquista do Troféu Guarnicê, com o vídeo Crepúsculo Verde, e com o Prêmio ABD, pelo melhor roteiro sobre o Patrimônio Histórico de São Luís. Dentre vários programas produzidos pela emissora, destacam-se: Maranhão Notícias, Abrindo o Jogo, Debate Esportivo e Hoje em Foco.

Em 1960, no mesmo ano da inauguração de Brasília, surgia a TV Nacional, outro legado herdado pela EBC, fruto da incorporação da Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobrás). Sua inauguração, em 4 de junho, contou com a presença da comitiva do presidente Juscelino Kubitschek e foi marcada pela apresentação do Hino Nacional pela Orquestra da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, regida pelo maestro Radamés Gnatalli.

 

PARCEIRA DAS TVS COMERCIAIS

Sintonizada no canal 2, a emissora foi a terceira a se instalar na capital e rapidamente se estabeleceu como uma parceira para as demais emissoras de TV que, à época, ainda não possuíam transmissoras na capital. “A TV Nacional retransmitia o Jornal Nacional e até as novelas quando a Rede Globo ainda não estava em Brasília. Retransmitia, também, a programação de outros canais, como a Bandeirantes (Band) e a TVS (SBT). Alcançávamos uma grande audiência e o nosso maior concorrente era a TV Tupi,” lembra o produtor e ex-diretor de Operações da Radiobrás José de Arimatéia.

A parceria com as emissoras de TV foi além da retransmissão da programação e se consolidou com a cobertura e a coordenação da transmissão de grandes eventos, como as posses presidenciais, os desfiles de 7 de setembro e a distribuição do horário eleitoral gratuito.

BRASILIENSES

Ao chegar à recém-inaugurada Brasília, uma das preocupações da TV Nacional também foi a de atender a população da capital. Para isso, a produção local ocupava um grande espaço na grade da TV por meio de programas de auditório e da cobertura de eventos esportivos. “Era o nosso carro-chefe, esses eventos nos aproximavam da comunidade. O reconhecimento foi tanto que o principal ginásio da cidade ganhou o nome do nosso editor de esportes, Nilson Nelson.”, afirma Arimatéia.

 

JORNALISMO RAIZ

A cobertura das principais notícias do governo federal foi um ponto forte da TV Nacional, mas exercer a profissão em um período sem internet, computadores ou celulares era um desafio para poucos, como afirma a jornalista e diretora de Jornalismo da EBC, Sirlei Batista.

Há 43 anos na empresa, Sirlei relembra a agitada rotina de quem acompanhou 11 presidentes da República. “A proximidade com o poder sempre nos exigiu muita ética e responsabilidade, além disso o repórter precisava estar realmente preparado para fazer uma matéria, você ia para a rua e praticamente não havia comunicação com a redação. Quando tinha um orelhão, era uma disputa para pegar o primeiro lugar na fila.”

Ainda de acordo com Sirlei, os equipamentos de TV também passaram por grandes transformações. “No início os equipamentos eram muito pesados e usavam filmes que precisavam ser revelados antes da edição. Era trabalhoso, mas muito gratificante.”

 

TV BRASIL

Hoje, a TV Brasil continua construindo a história da TV pública no Brasil, por meio de sua programação variada, entretendo, educando e informando. Em sua grade de programação destacam-se o premiado Caminhos da Reportagem, Stadium, Sem Censura, Recordar é TV, Música Animada, Parques do Brasil, Brasil em Dia e Repórter Brasil.

A Gerência de Acervo guarda uma parte da história dos 70 anos da televisão no Brasil, com a missão de preservá-la e garantir acesso a esse importante acervo audiovisual.

 

Com Agência Brasil

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