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Alimentação e fertilidade têm mais em comum do que você pensa

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O sonho de muitos casais é ver o “positivo” no teste de gravidez. Contudo, quando há o desejo de constituir ou aumentar a família, alguns detalhes devem ser observados. A alimentação, por exemplo, é ponto crucial e influencia muito na fertilidade tanto do homem quanto da mulher, garantem especialistas no assunto. Uma pesquisa britânica divulgada recentemente apontou que a dieta livre ou com baixa quantidade de carboidratos pode aumentar em até cinco vezes a probabilidade de engravidar.

Porém, de acordo com o nutricionista rondonense Rafael Henrich, não somente o excesso de carboidratos, mas a má alimentação de uma forma geral pode afetar a fertilidade.

O profissional comenta que uma das principais causas de alteração da fertilidade é a síndrome dos ovários policísticos, que atinge em torno de 6% a 10% das mulheres em idade reprodutiva no mundo, e pode originar a partir da má alimentação. “É importante entender como se origina essa síndrome. Ela está presente muito mais nas pessoas que têm uma dieta com alto índice glicêmico”, alerta. “O consumo exagerado de alimentos com alto índice glicêmico provoca a chamada resistência insulínica. E como a insulina é um hormônio que vai ser produzido em maior quantidade, isso vai contribuir para o desequilíbrio de diversos outros hormônios, podendo resultar na síndrome do ovário policístico”, explana.

O nutricionista diz que os alimentos que contribuem para o aumento do índice glicêmico são principalmente aqueles com altos índices de açúcar e farinhas. “Muitas pessoas perguntam: então eu não posso comer nenhum tipo de açúcar e nem consumir farinha? Poder pode, mas o que constatamos hoje é um excesso de açúcar e farinha na nossa alimentação diária”, ressalta, chamando a atenção para o consumo exagerado de refrigerantes, sucos de caixinha e até mesmo sucos naturais. “Se você pegar, por exemplo, uma laranja, ela tem aproximadamente 20 gramas de açúcar, de carboidrato. Então, se você comer uma laranja está tudo bem. Mas quando faz um suco, você usa três, quatro, e aí você já tem de 60 a 80 gramas de açúcar. Então, é um alimento saudável, mas quando é uma unidade, passando muito disso terá um alto índice glicêmico”, informa.

Conforme Henrich, é necessário se policiar e ficar mais atento nos alimentos consumidos. “Não somente no açúcar que é colocado no alimento, mas naqueles alimentos em que o açúcar já está incluso, como em cucas e bolachas, por exemplo, nos quais está invisível e as pessoas acabam não tendo noção do quanto estão consumindo”, comenta.

No caso da farinha, segundo o profissional, é a mesma situação. “Nunca se consumiu tanta farinha como agora. No café da manhã consumimos produtos à base de farinha, assim como no lanche na metade da manhã, no almoço, no lanche da tarde e na janta. São cinco refeições por dia à base de farinha”, diz.

O que acontece, pontua o nutricionista, é que as pessoas enxergam a alimentação como algo artificializado. “E isso não somente no sentido dos alimentos artificiais, mas no significado para a pessoa. Percebemos que ela procura se alimentar como se fosse um celular para recarregar a bateria. Precisa repor a energia, mas não se importa como vai repô-la, qual vai ser a fonte. Dessa forma, despreza-se o verdadeiro significado da alimentação, uma vez que ela vai muito além de somente repor as energias”, destaca.

 

 

MAS, E A FERTILIDADE?

A especialista em reprodução humana, médica Tânia Balcewicz, comenta que a má alimentação resulta em obesidade e sobrepeso, trazendo consequências à fertilidade, levando a uma maior incidência de problemas reprodutivos, menor índice de sucesso e maior custo dos tratamentos.

Conforme a médica, na mulher a obesidade reduz a qualidade do óvulo e diminui a receptividade endometrial, levando à redução da fertilização e da implantação embrionária. Já no homem, explica, aumenta a fragmentação do DNA dos espermatozoides e interfere negativamente sobre a qualidade embrionária.

Confira a matéria completa na edição impressa desta sexta-feira (08).

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