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Com luvas biônicas, maestro João Carlos Martins volta a tocar piano

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(Foto: Reprodução/Facebook)

João Carlos Martins é um maestro e pianista brasileiro que sofreu com vários problemas em suas mãos. Tudo começou em 1965, numa partida de futebol no Central Park, em Nova Iorque, quando perfurou seu braço direito na altura do cotovelo, atingindo o nervo ulnar, o que causou a atrofia em três dedos. Outros acidentes e problemas durante toda a vida tentaram afastá-lo do piano, mas agora a tecnologia o ajudou a tocar outra vez com as duas mãos.

Em fevereiro deste ano, o maestro passou pela 24ª cirurgia nos nervos do braço esquerdo, para interromper as dores crônicas. Os médicos disseram que João Carlos não poderia mais tocar piano depois disso porque o tratamento reduziria a mobilidade. Só que, no Natal, ele recebeu um presente que lhe permitiu tocar novamente: um par de luvas biônicas.

Ele postou um vídeo na última semana tocando piano com as luvas, o que comoveu fãs e seguidores em suas redes sociais. “Um pequeno presente de Natal do maestro e também estudante de piano, com as ‘mãos biônicas’ do @biradesigner8 de Sumaré. É só um primeiro passo. Vamos caminhando!!!!”, escreveu João Carlos no Facebook.

O presente foi de Ubiratan Bizarro Costa, um designer industrial automotivo de São Paulo. “A arte de João não pode parar”, escreveu Ubiratan no Instagram, ao lado da foto do presente. As luvas foram impressas em 3D, projetadas para ajudar a flexionar os dedos. “As hastes pretas sobre cada dedo funcionam como molas. Quando o maestro aperta as teclas do piano para baixo, as hastes flexíveis puxam para cima, retornando os dedos novamente para a posição normal”, disse Ubiratan.

Embora admita que seja uma solução simples, ou “um design minimalista”, Ubiratan disse que para chegar nesta solução foram necessários “5 meses de projeto e 4 protótipos diferentes”.

Após o acidente no jogo de futebol, o maestro teve dificuldades de tocar com a mão direita por 30 anos. Depois de longos períodos de fisioterapia, recebeu criticas positivas, foi aclamado pelo público, mas distúrbios osteomusculares o fizeram sair do palco em outras ocasiões. João Carlos fez trabalhos de reprogramação cerebral para movimentar a mão direita e a fala após um assalto em 1995, na cidade de Sófia, na Bulgária.

Em 2001, ele gravou o álbum Só para Mão Esquerda, escrito por Maurice Ravel para Paul Wittgenstein, que perdeu o membro direito na Primeira Guerra Mundial. Com o passar dos anos, desenvolveu também uma doença no braço esquerdo.

Ainda assim, continuou sua carreira e foi homenageado pela Vai-Vai, escola de Samba de São Paulo, que desfilou com o enredo A Música Venceu. Em 2017, o maestro executou o Hino Nacional brasileiro durante a abertura dos Jogos Paralímpicos de 2016. Em agosto de 2017, foi lançado o filme João, o Maestro, dirigido por Mauro Lima.

 

Com R7

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