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Morre Nelson Freire, o poeta brasileiro do piano

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Reprodução/ Internet

Um dos grandes artistas do século XX, Nelson Freire era descrito como “tímido” e “discreto”, dono de uma sonoridade e de uma sensibilidade muito especiais. O jornalista e crítico musical Irineu Franco Perpértuo refere-se a ele como “o poeta do piano”. Irineu foi um dos primeiros a repercutir a morte de Nelson Freire nas redes sociais na manhã desta segunda (01). “O mundo musical brasileiro acordou em choque”, declarou ele ao comentar o significado da perda do pianista:

Nelson Freire morreu durante a madrugada aos 77 anos, em casa, no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada. Ele estava há quase dois anos sem tocar piano, desde que sofreu uma queda no Rio de Janeiro e precisou passar por várias cirurgias no ombro. O retorno aos palcos estava previsto para o ano passado, mas os recitais foram suspensos por causa da pandemia. Há dois meses ele cancelou a participação como jurado no Concurso Chopin de Varsóvia.

Nelson Freire tocou em cerca de 70 países. Em 1999 foi o único brasileiro incluído na série Grandes Pianistas do século XX, coletânea de 100 volumes com gravações de 72 pianistas lançada mundialmente. Mineiro de Boa Esperança, aos 3 anos já demonstrava o talento para o piano, tocando de memória as peças que a irmã mais velha interpretava no instrumento. Diante de tamanha vocação para a música, a família decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro, onde Nelson passou a ser ter aulas com as pianistas Nise Obino e Lúcia Branco.

Aos 12 anos foi um dos vencedores do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro. Aos 19, conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional Vianna da Motta, em Lisboa. Cinco anos depois, estreou com a Orquestra Filarmônica de Nova York. Ao fim de sua apresentação, a revista Time o qualificou como “um dos maiores pianistas desta ou de qualquer outra geração”.

Nelson Freire trabalhou com nomes como Pierre Boulez, Lorin Maazel, Kurt Masur, David Zinman, e se apresentou como convidado de orquestras de prestígio, como a Filarmônica de Berlim, a Royal Concertgebouw Orchester, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e Philharmonique de Radio France. Pela gravação dos 24 Prelúdios de Chopin, recebeu o prêmio norte-americano Edison Award. Em 2016, o pianista ainda ganhou o título de doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Minas Gerais, entre outras premiações.

 

Com Rede Cultura

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