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Padronização do tamanho de roupas no Brasil desafia o mercado da moda

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Foto: Divulgação

Há quem diga que “cada cabeça, uma sentença”. Transportando essa frase ao âmbito da moda, poderíamos dizer que “cada marca é uma medida”. Afinal, quem nunca ficou confuso num provador ao perceber que o número 40 de uma loja ou de uma marca equivale ao 38 ou 42 de outra e coisas desse tipo?

Não à toa, no setor de moda o problema de trocas e devoluções é uma realidade. Segundo um levantamento feito pela Send4, 65% das trocas e devoluções acontecem pelo tamanho errado das peças compradas, seguido pela expectativa não atendida, ou seja, peça fora do esperado, com 18%, e ainda arrependimento da compra, representando 10% das trocas e devoluções.

Mas afinal, por que acontece esse problema com relação ao tamanho das roupas? Para desvendar esse ‘mistério’, o Bem Paraná apelou à professora Neliffer Horny Salvatierra Rodrigues, professora de modelagem avançada bidimensional do curso de Design de Moda da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

Ela explica que, hoje, o que vale no país são normas de padronização para roupas masculinas (desde 2012) e infantis (desde 2009). A feminina, contudo, ainda está em processo de construção. Enquanto isso, cada marca acaba adotando uma tabela de medidas própria para a confecção de suas peças, o que acaba ensejando esse tipo de diferenciação muitas vezes problemática aos consumidores.

“O que fazemos dentro de uma confecção: você tem o teu corpo de prova. Então de acordo com teu nicho de mercado, você tem o corpo de prova, que é a modelo com as medidas reais do público-alvo e as roupas vão ser confeccionadas em cima daquela modelo, por isso tem bastante diferença. Isso principalmente no feminino, porque o masculino, infantil, já tem mais padronização”, explica Neliffer.

Ainda segundo a professora, dois pontos principais acabam dificultando essa padronização para as roupas, em especial as femininas. Uma delas são as curvas naturais do corpo das mulheres. Outra é a própria vaidade do sexo feminino no tocante à moda.

“(Tem essa diferença) Por causa das curvas e porque mulher é mais exigente. Ela quer pegar aquela roupa, vestir aquilo e tem de cair certo. Se não cair certo, ‘ah, não gostei’. E se a marca for legal, se o manequim M daquela marca usa P, eu vou virar fã. Eu mesma tenho marcas que não compro hoje em dia porque o P da marca é muito grande para mim. Eles têm o P grande, então eu me excluo, não sou o público da marca.”

Para evitar problemas, fique de olho na tabela

Neliffer Rodrigues explica ainda que o principal ponto negativo dessa falta de padronização na moda feminina é justamente o fato de muitas peças acabarem tendo de ser devolvidas por não servirem, não ficarem legal no corpo da pessoa que adquire ou é presenteada.

No E-commerce, a saída que as empresas estão encontrando para lidar com o problema é colocar a tabela de medidas que utilizam no site da marca. “E algumas empresas tem a tabela de medidas dela e o provador virtual. Então você coloca tuas medidas ali para saber qual tamanho da peça deve comprar. Isso é bacana, bem interessante. No E-commerce, a tabela já é como se fosse uma regra. Já o provador virtual não são todas que possuem.”

E isso ganha mais importância ainda nos dias atuais. “Hoje 36% dos brasileiros realizam compras online, e a tendência é só aumentar”, diz Cristian Trentin, CEO da Send4.

Setor é o que mais sente a ‘dor de um pós-venda’

Verificando as bibliografias que tratam de modelagem, é fácil notar o porque da falta de padronização, principalmente no tocante à moda feminina. “Cada uma traz medidas um pouco diferente, variando dois, três centímetros de uma da outra. Por isso temos essa diferença”, aponta Neliffer Rodrigues. “O setor de moda é o que mais sente a dor de um pós-venda mal resolvido”, diz o CEO da startup Send4, Cristian Trentin.

A startup criou uma plataforma que facilita o processo de trocas e devoluções, o Troque Fácil, e que por propor essa inovação foi a única startup da América Latina a ser selecionada para o programa 500 startups, um dos maiores fundos de aceleração do Vale do Silício. O Troque Fácil conecta as lojas online com as offline, fazendo com que os clientes tenham mais facilidade para realizar a troca, podendo não só devolver de maneira facilitada, como também possibilitando uma troca efetiva.

Com Bem Paraná

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