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Por que minhas mãos estão sempre geladas?

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O ditado mão fria, coração quente pode me descrever com precisão se incluir também pé frio. Todo outono, mesmo antes que as folhas comecem a cair, inicio uma pesquisa anual para achar a melhor maneira de evitar que minhas mãos e pés congelem durante o inverno.

Meu estoque de luvas e botas poderia abastecer uma loja e inclui o que é indicado como os artigos mais quentes, mas até agora nenhum produto foi protetor o suficiente. Como o conselho popular mude-se para um lugar onde o clima seja melhor não se encaixa nos meus interesses, a busca continua.

Posso ou não ter uma versão do fenômeno de Raynaud, mas certamente simpatizo com aqueles que o têm. Descrito pela primeira vez em 1862 por um estudante de medicina francês chamado Maurice Raynaud, ele se caracteriza por espasmos induzidos pelo frio nos pequenos vasos sanguíneos, que interrompem o fluxo do sangue para as extremidades, geralmente os dedos das mãos e dos pés, mas às vezes também as pontas das orelhas e do nariz.

Na melhor das hipóteses, é um distúrbio patriótico: as áreas afetadas normalmente ficam brancas quando os vasos em colapso cortaram o fluxo de sangue e acabam azuladas por falta de sangue rico em oxigênio, para então voltarem à cor vermelha quando o fluxo sanguíneo é gradualmente restaurado com o reaquecimento.

Normalmente, o sangue flui na direção do núcleo do corpo para controlar a perda de calor quando a pessoa é exposta ao frio, mas essa reação é exagerada nas extremidades dos portadores do fenômeno de Raynaud, muitas vezes chamado de síndrome ou mal de Raynaud. Os pequenos vasos que irrigam a pele dos dedos da mão e do pé, orelhas e nariz reagem ao frio, desenvolvendo os espasmos que reduzem ou desligam completamente o fluxo para estas áreas.

Não é necessário tempo frio para provocar o quadro. Entrar em uma sala com ar condicionado para escapar do calor do verão também pode desencadeá-lo.

A mesma reação pode ocorrer quando uma pessoa com o mal de Raynaud está sob estresse e o corpo sofre o tipo de reação fugir ou lutar que protege os animais em perigo, levando o sangue para os tecidos necessários para a sobrevivência.

Em uma revisão recente sobre esse mal no New England Journal of Medicine, dois professores da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, Fredrick M. Wigley e Nicholas A. Flavahan, relataram que o Raynaud afeta entre 3% e 5% da população. Ele ocorre de duas formas: a primária, que é mais comum e não tem nenhuma causa subjacente conhecida, e a secundária, na qual está associado a outro transtorno, normalmente uma doença do tecido conjuntivo ou autoimune, como esclerodermia, artrite reumatoide ou síndrome de Sjogren. As pessoas que trabalham com certas substâncias químicas, como o cloreto de vinil, ou ferramentas vibratórias como uma britadeira também são suscetíveis ao mal de Raynaud secundário.

A síndrome de Raynaud primária normalmente começa relativamente cedo na vida, entre as idades de 15 e 30 e até metade desses indivíduos têm um parente de primeiro grau pai, irmão ou filho que também tem o transtorno. As mulheres são mais frequentemente afetadas do que os homens.

Mesmo sendo desconfortável, a síndrome primária não é perigosa nem tão grave quanto a secundária, que normalmente se inicia mais tarde, em geral começando após 35 ou 40 anos. Em raros casos graves em que o fluxo sanguíneo diminui cronicamente, a secundária pode resultar em úlceras de pele e até mesmo gangrena, que necessita de cirurgia.

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