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Veterinário cria rede social que ajuda pets perdidos e incentiva adoção

Puppyfi, que também promove arrecadação de fundos para causa animal, foi desenvolvida pelo curitibano Alexandre Roa

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Foto: Divulgação

O veterinário Alexandre Roa, de Curitiba, criou uma rede social para ajudar quem está procurando o seu pet desaparecido. Batizada de Puppyfi, a plataforma também trabalha para achar lares para bichinhos abandonados e para arrecadar fundos para organizações engajadas na causa animal.

Alexandre Roa, CEO da Puppyfi, e Cissa, sua cachorra de estimação (Foto: Alexandre Roa/Arquivo pessoal)

 

A capital paranaense tem 450 mil cachorros, de acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. No Brasil, são mais de 50 milhões de cães e 22 milhões de gatos de estimação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O país, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), é o 4º maior em população de pets.

Por outro lado, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem outros 30 milhões de animais abandonados, vivendo nas ruas brasileiras.

Em Curitiba, são 13,5 mil cachorros abandonados – o que representa cerca de 3% do total de cães da cidade, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Diante de números tão expressivos, o CEO da Puppyfi, de 35 anos, diz que o único propósito da rede social é ajudar.
“O conteúdo vem das pessoas, nós oferecemos o ambiente para isso acontecer”, explica.

Reencontros

O vira-lata Michel é um dos animais de estimação que teve a ajuda da rede social para voltar para casa.

Em um momento de descuido, ele escapou pelo portão aberto. A dona, a estudante Dayla Waltrick, de 22 anos, mobilizou a família toda atrás do cachorro. Pelas ruas de Pinhais, na Região de Curitiba, ninguém encontrou um dos três cães da casa.

Foi, então, a vez de vascunhar as redes sociais. “Postaram a foto do Michel na página do Puppyfi no Facebook e a gente chegou até a Regina”, lembra.

A advogada Regina Guidolin, de 28 anos, foi quem achou Michel perto de onde ela mora, no bairro Capão da Imbuia, já em Curitiba.
“Um dia, estava voltando do trabalho e ele veio me seguindo. Chovia muito. Fiquei com pena e recolhi. Sabia que era de alguém porque estava bem cuidado e usava coleira”, lembra.

Logo que chegou em casa, depois de achar Michel, Regina fez uma postagem no Facebook.

A publicação, então, foi compartilhada por uma conhecida de Regina no Facebook da Puppyfi. Por sorte, a namorada de Dayla viu e a história de Michel teve um final feliz.

O cachorro, que tem quase dois anos, voltou para a casa em dois dias. Até encontrá-lo, a advogada – que é “mãe” da cadela Rebeca e da gata Princesa – nunca tinha ouvido falar na rede social.

O reencontro fez com que Regina decidisse fazer o cadastro na Puppyfi. “Deus me livre de perder a Rebeca e a Princesa!”, diz.

 

 

Adoção e doação de recursos

Em Curitiba, a rede social também tem servido como ferramenta para voluntários que cuidam de animais abandonados.

O grupo Adote com Consciência recolhe animais abandonados. Eles ficam sob responsabilidade dos 12 protetores do projeto, que acolhem os cães e gatos nas próprias casas até que sejam adotados.

“Aí, a gente se une para fazer feira de adoção e levantar fundos para os bichinhos que cuidamos”, afirma a comerciante Caroline Trinoski, de 35 anos, que faz parte do projeto. Hoje, ela tem cerca de 20 animais abrigados onde mora.

A voluntária conta que a Puppyfi tem ajudado, principalmente, no “trabalho de formiguinha” que o grupo desenvolve.

“É uma ferramenta a mais para divulgarmos os nossos animais e até pra conseguirmos levantar fundos. A gente já recebeu pessoas interessadas em adoção e já conseguiu ajuda pra cuidar dos nossos cães e gatos. Eles também ajudam a divulgar nossas campanhas”, acrescenta.

 

A Puppyfi

A rede social Puppyfi nasceu há um mês, mas o trabalho de Alexandre em prol da causa animal começou bem antes.

“Há cinco anos, um cliente perdeu o pet e pediu para eu ajudar. Criei a página ‘Cães Achados & Perdidos’. Além da foto desse animalzinho desaparecido, comecei a divulgar na página todos os animais da cidade na mesma situação”, relata.

Em pouco tempo, essa página no Facebook tomou uma proporção gigante e, a partir daí, dezenas de páginas e grupos sobre o assunto foram sendo criados, em diferentes regiões do país.

A Puppyfi, explica Alexandre, foi desenvolvida para fortalecer a procura por pets desaparecidos e também para fornecer mais opções de ajuda para quem é engajado na causa animal.

Desde 2013 até o primeiro mês da Puppyfi, toda a comunidade que surgiu a partir da iniciativa de Alexandre reuniu mais de 50 mil apaixonados por pets. Até o momento, quase 4 mil finais felizes – envolvendo entre cães, gatos, cavalos, calopsitas, papagaios e outras espécies – foram registrados.
“Quando a gente ajuda um reencontro, a sensação é indescrítivel. É maravilhoso! O coração chega a acelerar”, revela.

A comunidade criada a partir da página “Cães Achados & Perdidos”, que é, hoje, considerada o “embrião” da Puppyfi também já chegou a outros países, como Portugal, Uruguai, Espanha e Itália. A expectativa é a de que, até o fim deste ano, 300 mil pessoas estejam engajadas.

 

 

Como a Puppyfi funciona?

A Puppyfi funciona da seguinte forma:

O usuário faz um cadastro gratuito e coloca também o nome e informações do seu animal de estimação, com foto. É importante não se esquecer de colocar um telefone para contato.

Se o usuário está interessado nas discussões ou em ajudar na localização de pets perdidos, ele pode navegar e notificar que está “Na missão”.

Se o usuário quer encontrar o seu bicho perdido, pode também descrever o que aconteceu, comprar destaques (como os banners de internet) e compartilhar a busca nas páginas da rede social do Facebook.

Se o pet foi encontrado, é possível notificar “Pet final feliz”, com direito a depoimento e agradecimentos.

Se o usuário encontrou um animal de estimação abandonado e quer ajudá-lo a encontrar um lar, pode fazer o cadastro com descrições e contatos, caso alguém se interesse.

Pessoas físicas e Organizações Não-Governamentais (ONGs) podem se cadastrar para pedir ajuda financeira, medicamentos e outros itens necessários.

 

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