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500 anos da Reforma Protestante

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Há 500 anos, no dia 31 de outubro de 1517, um homem questionou as práticas da Igreja Católica. Ele foi excomungado, guerras aconteceram, a Contrarreforma tomou força e a Reforma Protestante transformou o mundo. Interesses políticos, financeiros e religiosos se revelaram diante da maior ruptura do cristianismo.

Foi na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha, que o monge agostiniano Martinho Lutero pregou suas 95 teses questionando, entre outras condutas, as indulgências praticadas na época pelo clero por considerar que comprar o perdão era inadmissível. “Embora Lutero seja o grande personagem da Reforma e de hoje, 31 de outubro, marcar o dia em que ele pregou suas 95 teses, ele não foi o único”, pontua o pastor da Congregação Cristo, da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), Romildo Wrasse.

Apesar de Lutero ter iniciado o processo reformista, houve muitos colaboradores para que os 500 anos da Reforma Protestante sejam celebrados hoje. “Um dos principais colaboradores apontados é Philipp Melanchthon, que participou muito da reforma, tanto é que o primeiro rascunho da doutrina luterana, onde se diz ‘isso é o que nós cremos’ foi redigido por ele com a supervisão de Lutero”, destaca o religioso.

 

Presença

O centro de pesquisas independente americano das religiões, Pew Research Centre, calcula que em todo o mundo existam cerca de 801 milhões de protestantes. No Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) é a que reúne o maior número de membros, com cerca de 720 mil pessoas, seguida pela Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), com 250 mil fiéis.

Apesar de passadas 60 décadas, a presença dos luteranos em terras rondonenses continua volumosa: ao todo, são 11.760 pessoas adeptas à religião, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa 23% da população total do município.

 

Heranças

Além dos reflexos no âmbito religioso, Martinho Lutero teve importante contribuição para outros setores da sociedade, como na política, economia, família, na visão do trabalho e também na educação. “Se pensarmos em 500 anos atrás, era a época que o Brasil estava sendo descoberto e Lutero defendia a educação pública para meninos e meninas, independente do sexo. É uma dimensão de equilíbrio de gênero já naquela época”, expõe o pastor da Comunidade Martin Luther, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Vernei Hengen.

Naquela época, para as moças terem acesso à educação, os únicos caminhos eram nascer em uma família nobre ou ir para o convento. A partir da luta iniciada pelo reformista, a educação se tornou possível para todos e as vilas e cidades passaram a se organizar para ter, além da igreja, uma escola que seria de responsabilidade da comunidade local. “E essa é uma herança que temos até hoje aqui mesmo na nossa comunidade”, reafirma o religioso.

 

Memorial

Hoje (31), marca dos 500 anos do dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses, iniciando o processo reformista, as comunidades luteranas rondonenses, em união, entregarão ao município um monumento para lembrar a herança e o legado do monge agostiniano.

Hengen destaca que além da oportunidade de entregar à comunidade o memorial, outro privilégio é também contar com a presença do rondonense Hedio Strey, artesão que compôs a imagem de Lutero, para puxar a fi ta de entrega da obra.

 

Leia a matéria completa na edição impressa desta terça-feira (31)

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