A oposição em Marechal Cândido Rondon conseguiu uma proeza, até poucas semanas difícil de imaginar.
Conseguiu escolher um pré-candidato de consenso para liderar o grupo na próxima campanha a prefeito.
Trata-se do advogado e vereador Arion Nasihgil, que vem demonstrando grande habilidade para contornar as arestas dentro do seu próprio grupo e ainda sacudir o outro lado, o grupo do prefeito Marcio Rauber.
Aliás, o que o prefeito não conseguiu, unir o seu grupo em torno do seu pré-candidato, Arion conseguiu: se tornar pré-candidato de consenso pela oposição.
O grupo de situação carece de uma escolha que cada vez parece ficar mais difícil.
O nome da preferência do prefeito é o empresário Elizeu dos Reis (Tadeu), mas o grupo alimenta vários outros nomes, todos bem posicionados e começa dar sinais de perturbação com o crescimento da pré-candidatura de Arion e a elevada rejeição do pré-candidato do prefeito dentro do seu próprio grupo.
A demora na escolha e a preferência não expressa, mas bem implícita do prefeito pelo empresário Tadeu, coloca alguns nomes como possíveis dissidentes do grupo, como o vereador licenciado, hoje secretário de Agricultura e Polícia Ambiental, Adriano Backes, que foi, inclusive, citado durante entrevista pelo pré-candidato Arion como possível e bom vice para a sua chapa.
É claro que o próprio Arion sabe que a melhor chapa da oposição é Arion com Maria Cleonice Froehlich de vice, e não o vereador Backes, mas em se tratando de uma eleição muito dividida, mexer com o grupo do prefeito Marcio a ponto de um vereador importante deixar a bancada, seria um golpe pesado para absorver com naturalidade.
Assim, abrir as portas para o vereador Backes é perturbar a situação e tornar Backes “persona não grata” dentro do seu próprio grupo, fazendo com que um dos nomes mais importantes aliados do prefeito fique inviabilizado, seja para prefeito ou a vice.
A simples citação do vereador Backes e a falta de um desmentido categórico o deixa completamente fora de qualquer perspectiva dentro do grupo do prefeito.
O vereador Backes já não se sentia muito confortável dentro do grupo e pode se tornar o primeiro dissidente. Ele foi secretário do governo anterior e filiado ao MDB, antes de se tornar candidato a vereador pelo então PFL.
Com essa situação, um nome pode estar surgindo como alternativa importante para o prefeito contornar a crise: o vereador e presidente da Câmara, Soldado Sauer.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul