O ditado popular “é andando que as abóboras se ajeitam na carroça” também serve para a política, especialmente, neste momento, para a política de Marechal Cândido Rondon.
O prefeito Adriano Backes precisa descobrir logo quem são seus aliados, com quem pode contar nas horas boas e nas horas ruins.
Na política, como na vida, ninguém vai conseguir agradar a todos. Logo, é preciso agradar aos aliados, se não quiser tê-los como adversários.
A política rondonense está vivendo um momento ímpar. Por enquanto pode-se imaginar que ninguém é de ninguém, ou todos estão analisando o seu futuro.
Logo mais, todos terão que tomar decisões. Assim que este ano terminar começa o ano eleitoral e aí cada qual vai escolher seu caminho.
Um prefeito precisa ter maioria na Câmara se não quiser enfrentar adversidades e embates complicados que tiram o sono e a atenção dos projetos e dificultam a gestão.
Pode e deve tratar bem a todos, mas não deve imaginar que pode contar com todos na hora que a lua de mel acabar.
Está certíssimo ao ser cortês e aceitar ajuda de todos os vereadores, mas precisa separar quem é da sua confiança e quem é adversário político.
Alguns vão escolhendo sozinho esse caminho, outros precisam ser convencidos e dependem de uma articulação honesta e competente e um diálogo incansável.
A arte de formar maiorias nada mais é do que compor interesses e os interesses mudam com muita frequência.
Ninguém está ali para aplaudir sem nada em troca.
O que convence um vereador é um projeto político que tem futuro, que vem ao encontro do que ele considera correto, estar num grupo onde tenha espaço para atuar e possa se reeleger ou até cobiçar algo maior.
E o que a maioria dos vereadores não abrem mão é do afago, um elogio do prefeito para os seus eleitores.
Tudo indica que vamos viver momentos de turbulência até que as abóboras todas se ajeitem novamente, porque toda carga foi remexida.
Além disso, tem muitas abóboras novas na carroça e o espaço ficou pequeno. E as abóboras que sobraram certamente já estão procurando outra carroça.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
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