O combate à corrupção sofreu um duro golpe nesta semana.
Um golpe que feriu quase 350 mil eleitores paranaenses que elegeram Deltan Dallagnol deputado federal.
Deltan se elegeu deputado pela sua biografia de combate à corrupção, portanto, ele é hoje, ao lado de Sergio Moro, um dos ícones que representam a luta pela moralidade no serviço público.
A sua cassação está claramente amparada em provas caprichosamente elaboradas para não permitir que sua voz ecoasse no cenário nacional contra aqueles que estão no poder para se beneficiar dele.
E são muitos. Certamente a maioria que está lá tem seus interesses na cassação de Deltan Dallagnol, desde os partidos de esquerda, que sempre acharam Lula e sua turma inocentes, até partidários de direita, que também alimentam interesses.
Não seria hora das entidades que apoiaram a Lava Jato, que apoiaram as candidaturas de Deltan Dallagnol e Sergio Moro, se manifestarem em repúdio contra essa cruzada que tenta aniquilar os que combatem a corrupção através de artimanhas jurídicas?
Talvez, politicamente, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até fortaleça o nome de Deltan no cenário nacional, mas, moralmente, os derrotados são todos aqueles que lutam e têm esperança de um dia ver os corruptos novamente na cadeia.
Seguramente a luta contra a corrupção não acabou. Calar Deltan pode fazer milhares levantarem sua voz contra os desmandos e a corrupção que sabidamente está enraizada nas esferas do Poder Público e agora tende se encorajar novamente.
Nunca foi fácil combater o sistema corrupto, mas agora ficou mais difícil!
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul