Certamente nunca antes na história desse país o povo foi tão confundido com as chamadas FAKE NEWS.
As redes sociais são uma ferramenta impressionante que muitos usam para o bem, para disseminar informações seguras e importantes na vida das pessoas.
Mas é seguro que uma parte, de forma organizada e profissional, usa tal ferramenta para disseminar informações falsas e falsificações de textos.
Grande parte dos textos que recebemos diariamente não é de quem imaginamos que fossem. Simplesmente alguém escreve e diz que quem publicou o texto foi fulano.
Como a mensagem se multiplica milhares de vezes e se o suposto “autor” é uma pessoa famosa, então ganha repercussão ainda maior.
Raramente os supostos “autores” vêm a público desmentir a autoria e, assim, somos induzidos a acreditar na sua veracidade.
Outras vezes eles até desmentem, mas os desmentidos não são compartilhados com a mesma vontade e aí muitos só recebem a informação falsa.
A proliferação das fake news tende a aumentar durante as próximas campanhas eleitorais.
Seremos literalmente inundados pelas mentiras, e como grande parte das pessoas acredita nas mensagens que recebem, ainda que grosseiramente falsas, poderemos ter uma campanha da mentira como nunca antes.
É assustador o que se pratica nas redes sociais, especialmente no campo político.
Se estamos perturbados, e claramente estamos, com as notícias distorcidas que boa parte da grande imprensa brasileira e mundial publica, as fake news talvez tenham um potencial muito maior de destruição de imagens de políticos e instituições.
Se nada for feito para impedir a circulação das fake news (e parece que não vai) durante os processos eleitorais que se avizinham, viveremos um verdadeiro terror político.
Ganha a eleição quem tiver maior poder e artilharia de destruição.
E aí, se achávamos que o nível das campanhas era baixo, com o povo apenas podendo “fofocar no teti a teti”, imagina as fofocas multiplicadas diariamente pelo WhatsApp dos correligionários.
Todos nós sabemos que o potencial de uma boa notícia sobre um candidato é mínimo diante do potencial de um fato “bombástico”.
Senhores candidatos, se preparem.
Seus feitos e principalmente “os não feitos” serão revelados na íntegra e ninguém saberá quem os inventou…
Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza
