Depois do domingo (8) trágico, quando uma multidão furiosa invadiu prédios públicos e destruiu tudo o que viu pela frente, a segunda-feira (9) foi mirabolante na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Em meio aos escombros e destruição, um encontro nacional reuniu as principais lideranças políticas e não políticas do país num ato pró-democracia.
O repúdio aos vândalos veio em forma de unidade política nacional.
Era o melhor que Lula e seu governo poderiam esperar. Nem ele próprio saberia fazer algo mais animador sob a ótica política.
Os discursos e manifestações foram unânimes, condenando os atos e enaltecendo a necessidade de um pacto federativo para defender o regime democrático.
Um duro golpe para a direita que teve excelente resultado nas urnas, mas vai se atrapalhando.
Tanto que Tarcísio Gomes de Freitas, governador de São Paulo, aliado de Bolsonaro ou ex-aliado, quem sabe a partir de agora, esteve presente, discursou e foi muito aplaudido.
O governo Lula respira aliviado, menos pressionado e tem um assunto novo para desviar o foco das discussões econômicas.
As consequências dos atos de vandalismo de domingo serão dimensionadas nos próximos meses, mas desde já está evidente: alguém vai contabilizar os louros.
Por mais que Brasília mereça ser sacudida, ninguém pode aplaudir o que aconteceu.
A violência sempre é repugnante e gera reações.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul