Se a direita imagina voltar ao poder com o potencial eleitoral de Jair Bolsonaro, o ex-presidente precisa dar uma guinada de quase 180 graus.
O ex-presidente precisa assumir uma postura de líder e entregar aos liderados uma proposta defensável para lutar.
A vitimização não vai dar certo.
O eleitorado fiel vai reduzindo e o discurso vai esvaziando.
Bolsonaro pode estar triste e abatido, mas não pode esquecer que fez quase 60 milhões de votos, que confiaram nele ou no discurso anti-PT.
Eleitores de Tarcísio de Freitas, Ratinho Junior, Eduardo Leite, Romeu Zema, e tantos outros, hoje precisam dialogar com o governo federal, mas não querem apoiar o PT em 2026.
Sem a presença de Bolsonaro, o cenário muda. Haverá um novo candidato a presidente do Brasil em 2026 e se esse candidato largar com o apoio de Bolsonaro terá chances reais de chegar ao 2º turno.
Se Bolsonaro quiser e tentar ser candidato novamente, com certeza esse eleitorado estará dividido nas próximas eleições entre dois ou três candidatos, tamanha já é a divisão do grupo.
Disputando contra um presidente minimamente bem-sucedido, candidato à reeleição ou não, ficará difícil vencê-lo.
Então, a espera por Bolsonaro tem prazo de validade.
Ele terá que decidir se quer comandar o processo eleitoral de 2026, se quer ser candidato ou se apoia alguém.
A última hipótese, e a mais provável, é que Bolsonaro está insatisfeito com seus próprios eleitores e aliados e dificilmente será o líder do grupo que ajudou a eleger em 2026.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul