O encontro dos bolsonaristas em São Paulo no último domingo (6), reunindo governadores e expressiva quantidade de pessoas, foi cheio de simbolismos, preparando o retorno de Jair Messias Bolsonaro ao Planalto.
Primeiro, que inequivocamente Bolsonaro é o grande líder dos partidos que representam o eleitorado que basicamente nem precisa ser de direita, mas é contra Lula e o PT.
Segundo, que Bolsonaro vai ditar as regras dentro do seu grupo para a escolha do candidato a presidente e a vice, sendo ele o candidato ou não.
Terceiro, que a direta está cuidadosamente tentando costurar uma união que una todos que são contra Lula, deixando as disputas pessoais longe do palanque.
Quarto, todos parecem reconhecer que sem a presença de Bolsonaro no palanque, candidato ou não, a direita se divide e pode perder de novo.
Quinto, que o mesmo Supremo Tribunal Federal (STF) que foi generoso ao julgar Lula anulando suas sentenças, permitindo que fosse candidato, é possivelmente o melhor cabo eleitoral de um candidato da direita, justamente porque esse STF, tanto questionado por Bolsonaro, está julgando com rigor excessivo, segundo os bolsonaristas, ele e seus aliados do fatídico 8 de janeiro.
Não bastassem os juros incômodos e os preços altos dos alimentos especialmente, Lula é quem mais vai perder com as decisões do STF contra bolsonaristas.
A campanha da direita já escolheu o símbolo para tentar mostrar que seus militantes não são violentos, o BATÃO polêmico da cabelereira Débora dos Santos que pichou a estátua da Justiça em frente ao STF.
Esse símbolo é forte e impactante e vai ser usado, pelo que vimos ontem, especialmente pelas mulheres bolsonaristas.
Assim, a luta pela anistia já é um voto de protesto. Não é só um grito por clemência aos condenados, mas também um voto contra Lula.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
arno@revistaamigosdanatureza.com.br
@arnokunzler