O Presente
Arno Kunzler

Onda de inadimplência

calendar_month 28 de janeiro de 2025
2 min de leitura

Os juros exageradamente altos no Brasil e com previsão de novas altas nos primeiros meses de 2025 devem gerar uma onda de inadimplência muito forte, inclusive na nossa região.

A tradição brasileira de cobrar juros altos não é de hoje, mas 2025 promete ser cruel para os inadimplentes.

Empresas e famílias que se endividaram, agora vão ter mais dificuldades para conseguir crédito nos bancos tradicionais.

E quando conseguirem, pagarão bem mais juros que imaginavam e muito mais do que se pagaria em qualquer outro país.

Mesmo que nossos constituintes de 88 tenham previsto que bancos não podem cobrar mais juros do que 12% ao ano, os ajustes posteriores feitos na legislação para atender o sistema financeiro permitem aos bancos praticar juros “de mercado”.

Ora, pois, nesse caso, o sistema financeiro cria suas próprias normas e o “mercado” determina quanto o devedor é obrigado a pagar.

Não adiantou o governo intervir com negociações para tirar as pessoas do SPC, para que em torno de 50 milhões de brasileiros voltassem a poder comprar a prazo.

Com esses juros, os bancos vão escolher para quem emprestam dinheiro.

E os devedores com maiores dificuldades vão ser facilmente atraídos pela agiotagem, que costuma ser impiedosa.

Fernando Fenner, diretor-presidente da Sicredi Aliança PR/SP alertou em entrevista ao O Presente que os bancos vão ter mais cautela para emprestar dinheiro e que muita gente terá que se desfazer de algum patrimônio para conseguir se livrar das dívidas.

Fenner fez uma previsão pessimista, inclusive para muitos agricultores que já acumulam frustrações seguidas de safras e não conseguirão pagar nem as contas velhas e nem as novas.

“Às vezes é melhor o agricultor se desfazer de algum bem e pagar a dívida do que refinanciar”, alerta.

Certamente isso também se aplica às empresas que vêm se arrastando de financiamento em financiamento e as pessoas físicas que em algum momento fizeram investimentos maiores e agora os ganhos não dão conta.

Parecia que estava ruim, mas agora parece que vai piorar…

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@revistaamigosdanatureza.com.br

@arnokunzler

 
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