O que a penitenciária que o Governo do Estado deseja construir em Marechal Cândido Rondon tem de semelhança com o lixão?
Nada, aparentemente nada.
Ocorre que tanto o lixão como a penitenciária são indesejáveis. A cidade seria muito melhor sem eles.
Mas tanto o lixão é necessário para acondicionar o que não queremos que permaneça em nossas casas, como a penitenciária é necessária para acomodar as pessoas que temporariamente não podem conviver entre nós.
Podemos ser contra ou a favor, mas tanto uma como a outra são necessárias.
Podemos discutir se queremos a penitenciária em Marechal Cândido Rondon ou se seria melhor ela ser construída em outro município, mas ela é necessária e será construída em algum lugar.
E, talvez, a gente tenha que refletir um pouco sobre a famosa frase de impacto que “bandido bom é bandido morto”, tão utilizada nos últimos tempos.
Bandido bom pode ser aquele que está arrependido e tem chance e disposição para pagar a pena num lugar adequado e se regenerar.
Assim como não desejamos o lixo em nossas casas e precisamos um lugar para reciclar, a sociedade também não deseja os criminosos soltos na sua cidade e precisa oferecer um lugar para que possam ser recuperados.
É uma questão complexa que não pode ser analisada de forma rasa.
É preciso ser razoável emocionalmente e psiquicamente para entender que uma sociedade civilizada precisa estar preparada para atender todas as demandas.
E uma delas é lidar com os presos da forma mais adequada, e a forma mais adequada talvez não seja conforme eu penso, nem você.
O equilíbrio e o bom senso devem prevalecer nessa discussão. Sem isso, vamos quebrar a cabeça por nada.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
arno@revistaamigosdanatureza.com.br
@arnokunzler
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