A forma, no mínimo prepotente, dos jornalistas da Globo, William Bonner e Renata Vasconcelos, durante a entrevista com o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro – o que deve se repetir com os demais candidatos também – é abominável.
Os jornalistas fazem uma lista de acusações ou críticas e depois emendam as perguntas.
O entrevistado primeiro precisa se defender das críticas e acusações para, depois, se ainda lembra, responder a pergunta.
O ar pesado e acusatório não é nada agradável para quem assiste, mesmo que não esteja de acordo com aquele candidato.
No caso de Jair Bolsonaro, todas as contradições do candidato de 2018 com o atual apontadas pelos entrevistadores, e foram muitas, acabaram minimizadas pela forma arrogante e prepotente dos entrevistadores.
Seria tão mais legal se o ambiente fosse mais cortês e deixassem o entrevistado mais à vontade para expor melhor suas ideias.
Ao invés disso, os entrevistadores fazem de tudo para que o entrevistado caia em contradições a todo instante, forçando perguntas e misturando acusações.
Não é o caso de querer ensinar a Globo a fazer jornalismo, mas não há dúvida que se espera sempre mais do programa de maior audiência da TV brasileira.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul