É pouco provável que o atual governo consiga aprovar seu ideário econômico do jeito que está sendo gestado nos gabinetes da tecnocracia esquerdista e estatizante.
Ainda que o sistema anunciado pelo próprio presidente Lula é para manter a previsibilidade, o governo está vasculhando todas as fontes para subtrair mais impostos.
Claro que existem atividades econômicas não tributadas hoje que podem e precisam ser tributadas com justiça.
Todavia, o que o governo pretende mesmo, e isso fica muito claro em todas as manifestações, é aumentar substancialmente a receita, e para isso não ignora aqueles que já pagam muito.
E o mais provável é que os setores que se escondem do fisco com uma certa facilidade continuem escondidos e a ganância recaia sobre os setores mais vulnerários, que já são altamente tributados.
Tudo indica que, por falta de apoio para uma reforma ampla, geral e irrestrita, o governo opte pelo mais fácil.
O mais fácil é continuar cobrando mais de quem não tem como escapar, deixando os sonegadores navegar livremente nesse emaranhado de formas e leis que só estudiosos conseguem entender.
Por fim, nos resta torcer que o Congresso Nacional tenha piedade de nós.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul