Ao que tudo indica, o processo licitatório para implantação do pedágio nas principais rodovias do Paraná passará por um pente-fino.
A julgar pelas manifestações de algumas lideranças do PT, haverá nova e desgastante discussão sobre o assunto.
O PT, segundo Elton Welter, aceita o pedágio, mas um pedágio de manutenção.
Se for algo como roçar a grama, pintar a pista e tapar os buracos, não vai resolver nosso problema de longo prazo.
Se for assim, muito melhor não aceitar nada.
O Paraná precisa urgentemente encontrar formas para duplicar suas principais rodovias.
Não dá para adiar o plano traçado na década de 90 para duplicar o Anel da Integração, que, por brigas políticas, fez os paranaenses pagarem um pedágio caríssimo durante 25 anos sem obras de duplicação.
Não podemos repetir a história. É preciso assumir que do processo licitatório terá que sair o dinheiro para as duplicações.
Não há outra esperança num horizonte plausível.
A única alternativa a um pedágio oneroso será destinar todo o dinheiro que vai sobrar da Itaipu, depois que o financiamento internacional estiver pago, para duplicações de estradas e construção da Ferroeste.
Para isso, é preciso um forte e convincente movimento político regional, envolvendo do governador aos prefeitos.
É inimaginável trafegar pelas principais rodovias do Paraná daqui a 20 anos, sem que haja duplicações.
O aumento da produção agroindustrial e o aumento da frota de carros e caminhões vão gerar estrangulamentos em quase todas as rodovias.
O Paraná precisa pensar grande e no futuro, não na próxima eleição.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul