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Comunicando no Presente

A caverna mais escura guarda o tesouro que você tanto busca!

calendar_month 28 de maio de 2025
3 min de leitura

Vou começar te contando um pouco sobre a filosofia de Immanuel Kant. Kant era um filósofo bastante pragmático. Ele acreditava que nossas atitudes individuais deveriam respeitar uma lei geral (Imperativo Categórico), que prezasse pelo bem coletivo.

E sobre nossos comportamentos e nossa maneira de ver o mundo, Kant tem uma frase que volta e meia me incomoda: liberdade é fazer o que não se quer fazer!

Quando eu reflito sobre isso, chego à conclusão de que liberdade está muito ligada à maturidade!

De modo lógico, costumamos pensar que liberdade é fazer qualquer coisa que queiramos. Maaaas, dentro dessa filosofia de Kant, liberdade significa, praticamente, não ser refém de nada! Nem de seus desejos, nem de suas vontades.

Me deparei com a dura realidade das palavras kantianas, recentemente. Aaaaah, a vida adulta, né?! “Crianças fazem o que querem, adultos fazem o que precisa ser feito”. É justamente nessas horas que nos dá uma vontade imensa de voltar a ser criança…

Eu sempre tive uma dificuldade muito grande em manter constância em atividades físicas. Eu não gosto nem de usar roupa de academia kkkkkkkkk

De repente me flagrei vivendo o contrário do que eu sempre falo para meus alunos: o aprendizado e a superação moram fora da zona de conforto. E eu lá, muito bem, sim senhora, aconchegada em minha zona de conforto deixando minha saúde ir pelo ralo.

Sempre digo aos meus alunos e mentorados que a caverna mais escura guarda o tesouro que tanto buscamos. Pois, é justo aquilo que tanto temos medo de encarar que irá nos libertar!

Foi então que, num desses dias de reflexão, resolvi encarar a tal da liberdade madura. Comecei com o mínimo: colocar a roupa de academia sem drama. E, olha, já foi uma batalha! Mas fui. E, aos poucos, percebi que o desconforto do início vai se transformando em uma sensação de compromisso comigo mesma – não de obrigação forçada, mas de responsabilidade escolhida. É isso que Kant chama de agir por dever, mesmo sem vontade. E faz muito sentido.

Essa experiência me mostrou algo muito valioso: liberdade não é se render ao que se quer no momento, mas ser capaz de sustentar uma escolha que você sabe que vai te levar mais longe. É o famoso “pensar a longo prazo”. E é nesse ponto que a filosofia deixa de ser algo distante dos livros e começa a gritar dentro da nossa rotina. Liberdade verdadeira tem mais a ver com coerência interna do que com permissão externa.

No fim das contas, percebi que viver essa liberdade kantiana é como desenvolver um músculo – exige esforço, repetição e um tanto de dor. Mas, com o tempo, ela sustenta nossas decisões, melhora nossa relação com o mundo e com nós mesmos.

Então, agora que você sabe onde o verdadeiro tesouro está escondido, me diga: qual é a sua caverna escura? Aquela tarefa que você vive adiando, o hábito que precisa mudar, a conversa difícil que evita, o passo que morre de medo de dar.

Está na hora de parar de romantizar a liberdade como ausência de limites e começar a praticá-la como coragem para enfrentar o que incomoda. O desafio que te deixo é esse: escolha, hoje, uma atitude que te tire da zona de conforto e te aproxime da sua versão mais íntegra – mesmo que você não queira, mesmo que dê trabalho, mesmo que doa. Vá lá e encare. O tesouro já está te esperando.

Até a próxima!

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Sobre a autora

Bruna Tierling é professora de Filosofia, comunicadora, passada presidente da JCI Marechal e Campeã Mundial de Oratória.

@bruna.tierling

 
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