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Elio Migliorança

CONFUSÃO MENTAL

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Os meios de comunicação e as redes sociais disponibilizam por dia um volume de informações iguais às produzidas num ano no tempo do descobrimento do Brasil. Para não acreditar em tudo ou interpretar mal é preciso parar e pensar sobre o que está sendo dito, evitando uma confusão mental ou interpretação equivocada dos fatos. Manchete em 25 de agosto informava que para acalmar a base aliada o governo liberou R$ 500 milhões em emendas parlamentares. Mais uma vez o Congresso comportou-se de forma desavergonhada, colocando-se de cócoras diante do Executivo e comportando-se como “almoxarifado” à disposição do governo, de onde pode-se sempre tirar coisas novas e velhas e neste caso a coisa mais velha e vergonhosa da prática do clientelismo político, um dos tumores malignos, causa da decomposição moral do Legislativo nacional.

O Congresso é uma piada, pois em 07 de agosto noticiou-se que a Câmara Federal aprovou as contas de Itamar, Fernando Henrique e Lula. Para os menos atentos, Itamar Franco entregou o mandato em 1º de janeiro de 1995 e só agora, 20 anos depois, as contas de seu governo foram aprovadas. Alguém consegue achar um palavrão apropriado para definir isso?

Já o “Faraó das Américas” falou que deve ser candidato a presidente em 2018 para salvar o Brasil. Acho que ele quer salvar seu bolso e aliviar a pena do sindicato dos hóspedes da carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Enfim, declarou ele que “não entendo como pode o dinheiro da mesma empresa ser sujo para o PT e limpo para outros partidos. É como se tivessem dois caixas. Um para o PT e outro para o PSDB”. Pois bem, para que Lula entenda, se é que isso é possível, o roubo do dinheiro público é articulado pelo funcionário público e o empresário que presta o serviço. Na Petrobras os diretores chamavam os empresários que superfaturavam as obras e repassavam o dinheiro para políticos e partidos. Como os empresários não são bobos, caso a oposição vencesse as eleições era interessante garantir a “boquinha da corrupção” para o futuro, razão pela qual acendiam uma vela para Deus e outra para o diabo. A questão a investigar é se a oposição sabia da origem criminosa das doações recebidas. Um desafio para a inteligência do juiz Sergio Moro, Ministério Público e Polícia Federal desvendarem. Aplausos pela eficiência e seriedade com que conduzem esta operação.

No Paraná dizem que o ajuste fiscal aliviou os efeitos da crise econômica no Estado. Ajuste fiscal foi o nome dado ao assalto do governo estadual ao bolso do cidadão, aumentando impostos e taxas para cobrir o déficit da má gestão. O cidadão quando não tem dinheiro corta despesas, no caso do governo o assalto ao bolso do contribuinte é o caminho mais fácil. Questionado, o chefe da Casa Civil declarou: “podemos dizer que os benefícios deste ajuste serão sentidos pela sociedade ao longo dos próximos meses”. Que benefícios seriam esses? O governo fazer uma obra e gastar o valor da obra em propaganda? Isso é benefício?

Governos deveriam ser proibidos de fazer propaganda e empresas que recebem dinheiro público proibidas de fazer doações para candidatos. Tudo isso para dizer: não se deixe iludir com notícias tortas ou com propagandas ardilosas, filtre as informações e cuidado com a esperteza dos políticos profissionais.

 

 

* O autor é professor em Nova Santa Rosa

 

miglioranza@opcaonet.com.br

 

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