Lembra da mulher da história da semana passada? Aquela que dizia que estava tudo bem? Que o companheiro é “difícil, mas no fundo tem um bom coração”? Que talvez fosse ela que não soubesse amar direito, que precisava ser mais paciente, mais compreensiva, mais… qualquer coisa.
A verdade é que ela só queria ser amada, ser respeitada por ser ela mesma, do jeito que é. Essa mulher, desde muito cedo, aprendeu a buscar migalhas como se fossem banquetes. Entendeu que amor vem no condicional. Era o carinho que vinha junto da cobrança. O afeto que durava pouco. A atenção que dependia do quanto ela se comportava. Era uma criança que olhava ao redor procurando sinais de que era digna de amor e, na dúvida, fazia de tudo para merecê-lo.
Essa é uma história se repete na vida de muitas mulheres. Mulheres que cresceram tentando preencher buracos afetivos com esforço e que internalizaram a ideia de que precisam lutar por amor. Pois acreditaram que se forem boas o suficiente, alguém, enfim, as escolherá.
E ENTÃO VÊM OS RELACIONAMENTOS!
E com eles, um ciclo: a euforia da atenção, o desconforto que aparece disfarçado de ciúme, controle, silêncios. Depois, a culpa, a esperança, a tentativa de consertar. Sempre ela tentando mais. Sempre ela se adaptando, se anulando, se perdendo. Mas nunca sendo amada de verdade.
Essa dependência emocional não nasce do nada. Ela é um sintoma de algo mais profundo: a ferida de não ter sido amada de forma segura e incondicional quando mais precisava. Essa mulher não é fraca, nem ingênua. Ela está tentando, com os recursos que tem, resolver uma dor antiga, buscando em outros aquilo que ela não recebeu na infância. Mas nenhum amor externo preenche o vazio que nasce da ausência de amor-próprio.
É duro aceitar isso, ao mesmo tempo que também é libertador. Porque a partir desse reconhecimento, ela pode mudar o rumo da própria história. Pode aprender a se escolher, a se acolher, a se tratar com o mesmo carinho que ofereceu aos outros a vida toda. Não é fácil, dói, requer tempo, apoio, paciência e coragem. Mas é possível.
E VEM A DESCOBERTA
É quando ela percebe que o amor que buscava já pode começar dentro dela. Com essa descoberta e percepção algo muda. Ela já não implora, já não se apega por medo. Deixa de aceitar migalhas. Porque entende, finalmente, que não precisa ser amada por alguém para ser inteira. Ela só precisava, mesmo, começar a se amar.
Quando uma mulher entende que a mudança que quer e precisa está em si mesma, ela para de esperar que o outro mude. Deixa de acreditar nas promessas vazias de que será diferente, que ele mudou. Não engole mais em silêncio, não recebe mais migalhas. Porque entendeu que merece amor, não migalhas, paz, não ciclos de dor e sofrimento. Que não é o outro mudar. É sobre você lembrar de quem é, e parar de se esquecer todas as vezes que ele volta com palavras doces e atitudes vazias.
Se no relacionamento que está vivendo toda promessa e convivência vem seguida de lágrimas, a mudança, em você, passou da hora de acontecer. Confie no seu processo, dê o primeiro passo. E se este texto fez sentido para você, compartilhe com outras mulheres que também precisam desse alerta. Juntas podemos nos cuidar melhor.
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Até a próxima.
