O Presente
Fátima Baroni Tonezer

Como desenvolver intimidade nos relacionamentos afetivos?

calendar_month 17 de junho de 2024
4 min de leitura

Na semana passada falamos sobre relacionamentos, e busquei alguns aspectos importantes do ponto de vista individual, isto é, o que é preciso olhar e desenvolver em mim para ter relações afetivas saudáveis. Hoje quero te convidar para olhar alguns princípios para a construção da intimidade no relacionamento.

A intimidade não é ficar nu na frente do outro fisicamente. É a leitura que um faz do outro pelo olhar, pelo tom de voz. É perceber que o outro precisa naquele momento, como está se sentindo pela postura, por sinais que não dependem da verbalização direta.

Para que isto aconteça nos relacionamentos há um caminho a ser percorrido, pelos dois, de forma madura. O amadurecimento psicológico não vem com a idade. O que vem com a idade é o envelhecimento. O amadurecimento psíquico é uma escolha para fazermos individualmente.

Nos relacionamentos maduros as pessoas estão dispostas a crescer, se responsabilizando pela própria história, carências e necessidades. Entrar no relacionamento esperando que o outro resolva os meus dramas e traumas é sofrimento na certa. Do outro, posso receber apoio e atenção, mas as feridas são individuais e intransferíveis.

RELACIONAMENTO A DOIS ACONTECEM ENTRE ADULTOS!

Logo, o primeiro ponto para um relacionamento saudável, maduro, é a disposição de cada um assumir suas feridas e buscar sua cura. É tarefa de cada um, como adulto e responsável por si.

A busca de salvação no outro, o preenchimento das carências torna a relação infantil e desequilibrada. O relacionamento afetivo, para ter equilíbrio, precisa acontecer entre duas pessoas adultas e maduras, onde cada um se sente visto e ouvido pelo outro. Ver, perceber e compreender o outro como alguém externo a mim possibilita uma conexão que permite que um vibre com as conquistas do outro, num ambiente seguro onde a autenticidade permeia a troca.

Nesse ambiente não existe a cobrança de que o outro resolva as minhas coisas. Do outro se espera apoio e compreensão. Não que seja o resolvedor de problemas, “salvador da pátria”. Há espaço para os perrengues da vida, e para o humor e a alegria, numa troca e parceria. Esta parceria mantém uma conexão, evitando que nos momentos de conflito apareçam as acusações e a busca de culpados.

O diálogo será a via de mão dupla para a busca de uma solução sem a necessidade de vencedor e vencidos. Em todos os níveis de relacionamento existem conflitos que nos deixam desconfortáveis. É importante a capacidade de falar e ouvir, recebendo apoio numa situação de estresse ou angústia.

DIÁLOGO E RESPEITO COMO PRINCÍPIOS

Para um diálogo aberto e sincero, os limites precisam ser respeitados, mantendo as fronteiras da nossa individualidade, o que pode e o que não é negociável, para ambos os lados. Sem limites, o relacionamento é desequilibrado.

Por isso falei na semana passada sobre a importância de estabelecer e conhecer meus próprios limites, já que no relacionamento, o respeito a eles vem tanto de mim, de minha parte, como cuido de minhas emoções e reações, como do outro. Nesta troca, durante o diálogo, é possível mudar de opinião, rever a situação ou ter opiniões diferentes, que não são ameaças à relação. Pelo contrário, contribui para a diversidade e crescimento.

Num relacionamento equilibrado e maduro essa diversidade é bem-vinda. Mas é preciso ressaltar que se a pessoa está num relacionamento onde se sente cansada, exausta, insegura, sempre evitando conflitos, que se sente acuada e vigiada e qualquer coisa pode levar a explosões, é provável que esta pessoa esteja vivendo uma relação abusiva, de desequilíbrio.

Pessoas maduras escutam um ao outro, mudam de opinião, reconhecem seus erros e torcem pelo sucesso do outro.

No relacionamento saudável, o par sabe da importância de fazerem coisas juntas, desde praticar um exercício físico a passeios, leitura de livros semelhantes para trocarem experiências. Não significa estar o tempo todo grudado, só fazer alguma coisa se o outro estiver junto, mas ter tempo de qualidade que nutra a relação. Assim como ter seu tempo individual, onde possa fazer e manter hobbies ou amizades de fora da relação. É o equilíbrio entre dividir as responsabilidades da casa, filhos e trabalho, com tempo de casal e individual, para atender as necessidades de ambos e nutrir o relacionamento. 

Transformar a paixão em amor e nutrir o relacionamento é uma escolha diária. Demanda esforço e maturidade. Na próxima semana vamos conversar sobre o vazio humano. Ou como encontrar a completude. Fica comigo. E se você ainda não me segue no Instagram, é fácil: @psicofatimabaroni.

Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

 
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