Se essa pergunta fez seu coração acelerar, talvez seja porque há algo dentro de você esperando para ser transformado.
Você tem prestado atenção nas dores que sente? O que essas dores, físicas ou emocionais, estão tentando dizer a você?
Vivemos no “piloto automático”, numa corrida louca para alcançar metas e objetivos para atender padrões e expectativas dos outros e esquecemos de nós, das nossas necessidades.
Quantas vezes você já adiou uma decisão importante por medo, insegurança ou até mesmo por sentir que não tinha o direito de escolher um novo caminho? Virou meme na internet que precisamos encaixar na nossa agenda um horário para chorar. Descansar virou sinônimo de preguiça ou procrastinação.
A verdade é que ninguém vai aparecer com uma varinha mágica e resolver sua vida por você. E, por mais dura que essa realidade possa parecer, ela também carrega uma mensagem poderosa: só você tem o poder de mudar.
MAS PARA ISSO É PRECISO ASSUMIR A AUTORRESPONSABILIDADE!
O que é isso? Autorresponsabilizar-se pela própria vida significa reconhecer que suas escolhas moldam sua realidade. É fácil culpar o tempo, os pais, o chefe, enfim, as circunstâncias! Mas quando você entende que está no comando, tudo muda. Você percebe que pode sair de relações tóxicas, buscar novas oportunidades, dizer “sim” para si mesma.
O medo vai existir, mas ele não pode te paralisar. Mudar assusta. Enfrentar o desconhecido traz aquele frio na barriga. Mas pense bem: quantas vezes você já superou desafios que pareciam impossíveis? Olhe para seu passado, quanta coisa você superou e fez para estar onde está agora? O medo não precisa ser um obstáculo intransponível. Ele pode ser apenas um sinal de que algo novo está prestes a acontecer.
COMO ASSUMIR O PROTAGONISMO DA SUA VIDA?
Quando vivemos de forma inconsciente, isto é, no piloto automático, perdemos a conexão com nossas necessidades. É como se desligássemos o alarme de incêndio. Nosso corpo e nossa mente enviam sinais, dores físicas ou emocionais, e não damos atenção.
É o comprimido para dar conta da enxaqueca recorrente. É a gastrite que incomoda e é calada com um antiácido qualquer. É a pílula para dormir. E a outra para acordar.
E o sentimento de culpa que incomoda por não dar conta de tudo, não ser perfeita e valorizada pelo padrão cultural e pelo outro. Existem formas de assumir o controle, o “volante” da sua vida. Não controlamos nossas emoções. Sobre elas, podemos entender o que estão sinalizando. Mas tenho controle do meu comportamento. Posso ir testando e buscando comportamentos e atitudes para lidar com minhas emoções. Negar ou buscar alívio rápido para o desconforto já está provado que não funciona, não é efetivo. É como desligar o alarme de incêndio. Tempos depois ele dispara de novo.
Para lidar com os sinais e o desconforto, ou seja, assumir o protagonismo de sua vida é importante que você reavalie sua vida atual, identifique áreas que precisam de mudança e reconheça padrões que te mantêm travada, repetindo os mesmos comportamentos, reagindo. Com essa consciência, defina objetivos claros, alinhados com seus valores. Tenha metas específicas e realistas, mesmo que sejam pequenas. O importante é dar o primeiro passo.
Coloque limites saudáveis. Diga “não” para o que não te faz bem e “sim” para suas necessidades. Olhe para dentro de si, perceba e atenda suas necessidades. Para isso, cuide de si mesma. Invista no seu bem-estar emocional, mental e físico. Você merece esse autocuidado.
Nesta coluna há vários artigos (clique aqui) de como implementar esses cuidados. Saia da zona de conforto. Esse lugar é desconfortável, apesar de parecer seguro por ser conhecido. Tente algo novo, busque oportunidades e não tenha medo de errar. Se errar, tudo bem. Continue, corrigindo o rumo. Se cerque de pessoas que te impulsionam. Evite quem te desmotiva e busque apoio em quem te fortalece. Saia de perto de pessoas negativas e abusivas.
Está na hora de agir. O que você pode mudar hoje para se sentir mais no controle da sua própria vida? Talvez seja tomar uma decisão que vem adiando há tempos, colocar um limite saudável em um relacionamento ou simplesmente reconhecer que você merece mais. Tomar as rédeas da sua vida não significa ter todas as respostas. Significa dar o primeiro passo. E depois outro. E outro. Até perceber que, sim, você pode criar a vida que deseja. Aquela alinhada com sua essência e valores.
Não é sobre tomar uma decisão enorme e dar um passo grandioso. É sobre começar, dar um passo de formiga. O importante é se colocar em movimento. E continuar no dia seguinte.
Me conta: qual será sua primeira ação para assumir esse protagonismo?
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Até a próxima.
Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755