O Presente
Fátima Baroni Tonezer

Ficar sozinha ou se perder em relacionamentos vazios?

calendar_month 13 de outubro de 2025
3 min de leitura

O medo de estar só e a repetição de padrões exaustivos!

Um padrão que parece ter sido “normalizado”, inclusive com memes em profusão, é que mulheres gostam de “DR’s”, e homens não. Em 2016, Wesley Safadão gravou a música “Fala aqui com a minha mão”: […] eu tô numa relação… e não estou em uma prisão… eu faço o que eu quero. Eu tenho o direito de me divertir […] se quiser brigar… pode se estressar… não vou discutir… fala aqui com a minha mão… que hoje eu tô sem paciência… e não quero discussão […].

Quando um homem diz que conversar não é importante, que não tem paciência, pode estar sinalizando que para ele conversar não é um valor, não tem importância. É um incomodo. Que para ele importante são outras características, como atração física, apoio incondicional às necessidades dele, mais do que conversas profundas.

DIFERENÇAS DE PRIORIDADES E VALORES NO RELACIONAMENTO

Essa diferença pode indicar que há incompatibilidade entre o casal. E esta incompatibilidade pode levar a conflitos e frustrações por parte da mulher. E colocar a mulher numa situação de solidão acompanhada. De viver um silêncio ensurdecedor.

E a solidão é um dos maiores medos de muitas mulheres. Crescemos ouvindo que a realização está no amor romântico, que a vida ganha sentido quando alguém nos escolhe. Por isso, o vazio de estar só parece insuportável. E é nesse espaço de medo que tantas vezes aceitamos relações que não nos acrescentam, mas que ao menos nos “livram” do silêncio.

O problema é que relacionamentos sem reciprocidade não curam a solidão, apenas a disfarçam. Estar com alguém que não compartilha de verdade, que não soma, que não enxerga, pode ser ainda mais doloroso do que estar só. É como conviver com uma ausência presente: há companhia física, mas não há encontro de almas.

SOLITUDE COM SAÍDA PARA VIVER EM COMPANHIA

Muitas mulheres repetem padrões de vínculos exaustivos porque carregam feridas antigas de rejeição ou baixa autoestima. O medo de ficar só as faz acreditar que qualquer companhia é melhor que nenhuma. Mas o preço é alto: aos poucos, vão se perdendo de si mesmas, se moldando para caber no que o outro oferece, esquecendo seus próprios desejos e sonhos.

A solidão, quando vivida de forma consciente, pode ser um espaço de reencontro. Ela não é sinal de fracasso, mas de oportunidade: a chance de se reconectar consigo, de aprender a gostar da própria companhia, de se reconstruir sem depender da validação alheia.

Pior do que estar só é se perder de si em relações vazias. Escolher a si mesma é sempre o primeiro passo para um dia viver um amor que também seja inteiro. Relacionar-se não é perder-se no outro, mas encontrar-se junto com ele.

E se este texto tocou você, compartilhe com outras mulheres que também precisam desse alerta. Juntas podemos nos cuidar melhor, porque amizade entre mulheres é cura. E vamos continuar conversando sobre dores, exaustão e silêncios.

Siga @psicofatimabaroni para mais conteúdos sobre autoestima e amor-próprio.

Clique aqui e acesse todos os artigos desta coluna.

Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

 
Compartilhe esta notícia:

Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.
Este website utiliza cookies para fornecer a melhor experiência aos seus visitantes. Ao continuar, você concorda com o uso dessas informações para exibição de anúncios personalizados conforme os seus interesses.