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Fátima Baroni Tonezer

Luto e autocuidado: quando o corpo e a alma pedem pausa

calendar_month 11 de agosto de 2025
4 min de leitura

Lidar com o luto sem negligenciar o autocuidado envolve reconhecer e aceitar as emoções, buscar apoio, manter hábitos saudáveis e encontrar atividades que tragam conforto e bem-estar. É um processo que exige paciência e autocompaixão. 

O luto não acontece apenas na mente. Ele mora no corpo, na pele, na respiração. Ele se manifesta como cansaço sem explicação, lapsos de memória, perda de apetite, dores inexplicáveis. Mas ainda assim, muitas mulheres seguem tentando funcionar como se nada tivesse mudado. Elas continuam cuidando da casa, dos filhos, dos compromissos. Não porque estão bem, mas porque foram ensinadas que cuidar de si é egoísmo. Que parar é fraqueza.

MAS O LUTO EXIGE PAUSA!

O luto exige cuidado. Exige que você olhe para dentro e pergunte: “O que eu preciso hoje para continuar?”. Talvez você precise de um banho longo e relaxante. De uma manhã sem obrigações. De um chá quente. De alguém que apenas te escute sem tentar te consertar. De um abraço quente, sem palavras. O autocuidado, nesse momento, não é luxo. É sobrevivência.

Cuidar de si no luto é um ato de coragem. É resistir à pressa do mundo e respeitar o tempo do coração, da alma. Permitir-se viver o luto é antes de tudo uma necessidade de saúde mental. E assim como em outros momentos de nossa vida, precisamos manter a atenção e o foco em nossa saúde, nossos sentimentos e nos permitir expressar, para entender, para aliviar a dor, para elaborar a perda.

Nesse processo é muito comum aparecer a culpa, inclusive por ter vivido momentos em que sentiu mágoa, ressentimento. Por isso, o autocuidado é essencial. É importante colocar na nossa rotina alguns cuidados: começando por permita-se sentir. É essencial deixar os sentimentos, as emoções se manifestarem. Não reprima a dor, as lágrimas ou a tristeza. Permita-se vivenciar o luto em sua totalidade. Não é uma fase agradável, mas necessária para a elaboração da perda.

Busque apoio, fale sobre seus sentimentos com amigos, familiares ou uma profissional de saúde mental. Compartilhar a dor ajuda a processá-la. Cuide da sua saúde física. Além de pedir ajuda, é importante que você aceite ajuda. Não hesite em aceitar o apoio de amigos e familiares, como companhia, na refeições ou ajuda em tarefas diárias. E não hesite em buscar ajuda profissional. Uma psicóloga e se necessário, um psiquiatra, podem oferecer ferramentas e estratégias para lidar com o luto de forma saudável.

Mantenha uma alimentação equilibrada, pratique exercícios físicos regularmente, mesmo que seja uma caminhada leve e durma bem. Um chá relaxante, um banho morno, um copo de leite morno costumam ajudar. Mas se precisar, procure uma medicação com seu médico de confiança.

Seja gentil consigo e respeite seus limites. O luto é um processo individual e único. Seja paciente consigo mesma e permita-se o tempo necessário para se recuperar. Não se force a fazer as coisas que não se sinta confortável. Respeite seu ritmo e suas necessidades.

E mesmo em meio à dor, tente encontrar pequenos motivos para agradecer, o que pode ajudar a mudar o foco para aspectos positivos. Relembre com carinho. Encontre maneiras de manter viva a memória da pessoa amada, como olhar fotos, ouvir músicas ou escrever sobre suas experiências juntos. Escrever cartas para a pessoa, contando como está se sentindo, ou relembrando de momentos e situações, fazer o exercício do perdão, auxilia muito neste processo do luto.

Lembre-se que o luto é um processo. Ele tem suas próprias fases e tempo. Seja paciente e confie que, com o tempo a dor irá diminuir. O autocuidado no luto não significa esquecer que a pessoa se foi, mas sim cuidar de si mesma enquanto se vive com saudade. E se este texto tocou você, compartilhe com outras mulheres que também precisam desse alerta. Juntas podemos nos cuidar melhor.

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Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

 
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