O amor-próprio nasce quando o cuidado com o outro deixa de ser abandono de si
Romper padrões de escassez afetiva não é fácil. Não basta repetir “se ame mais” ou “saia dessa relação”. Se fosse simples assim, tantas mulheres fortes não estariam presas a histórias que as diminuem. O processo de reconstrução começa de dentro e exige coragem para olhar para as próprias feridas.
O primeiro passo é reconhecer o abandono de si mesma. Perguntas como: “o que eu sinto?” “o que eu preciso?”, “do que eu abro mão sempre em nome dos outros?” são dolorosas, muito difíceis, mas funcionam como lanternas que iluminam o vazio onde, muitas vezes, só há silêncio e dor.
DE MIGALHAS A ABUNDÂNCIA: A RECONSTRUÇÃO DO AMOR-PRÓPRIO!
Reaprender a amar-se é trocar a escassez pela plenitude. Este é o segundo passo: compreender que o amor-próprio não nasce de frases prontas, mas de escolhas diárias. Dizer “não” quando o corpo já não aguenta. Permitir-se descansar sem culpa. Cultivar pequenos espaços de prazer que não dependam da aprovação de ninguém.
Quando uma mulher se torna minimamente disponível para si, começa a perceber que o pouco que recebia já não cabe mais. Esse movimento interno é o que abre espaço para relações mais saudáveis, porque o parâmetro de amor deixa de ser escassez e passa a ser abundância.
QUANDO O CORAÇÃO DECIDE VOLTAR PARA CASA!
Toda mulher pode descobrir a força de se acolher com ternura e respeito. É um processo de reaprendizagem: reconhecer-se como alguém que merece ser escolhida primeiro por si mesma. E, ao fazer isso, ela deixa de se contentar com migalhas.
Reconstruir-se não é apagar o passado, mas transformá-lo em consciência. A mulher que um dia acreditou que precisava mendigar amor pode, aos poucos, descobrir a força de se olhar com ternura e respeito. E esse é o verdadeiro caminho da liberdade: tornar-se inteira para si mesma, para então viver relações que não aprisionam, mas fortalecem. O amor-próprio não é um destino pronto, mas uma estrada feita de pequenos gestos de cuidado consigo mesma.
Quando uma mulher entende que o que a prende não é fraqueza, mas uma ferida emocional profunda, ela pode escolher sair. Não sem sofrimento, mas com a clareza que em algum lugar desse caminho está a paz, a abundância, o respeito e o afeto que ela merece e não recebia porque na infância aprendeu que o amor era escasso. E que para ser aceita, precisava se calar, se anular e se diminuir. E se este texto tocou você, compartilhe com outras mulheres que também precisam desse alerta. Juntas podemos nos cuidar melhor. E vamos continuar conversando sobre dores, exaustão e silêncios.
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Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755