Não é egoísmo cuidar de si. Não é fracasso precisar de ajuda. Não é fraqueza assumir que está cansada. É coragem. É amor-próprio. É sobrevivência. Mulher, ser você é sobre isso.
E se, no Dia das Mães, de qualquer ano e tempo, em vez de flores e homenagens prontas, você recebesse tempo? Tempo para si. Tempo para dormir. Tempo para pensar em silêncio. Tempo para dizer “hoje não” sem culpa. E se, em vez de mais uma cobrança disfarçada de homenagem, viesse escuta? Escuta de verdade, daquelas que não tentam consertar nem julgar, só acolher. O que você precisa não é de um cartão. É de cuidado. Inclusive de você com você mesma.
AS COBRANÇAS. AH! AS COBRANÇAS
A sociedade cobra, sim. Cada vez mais e de formas mais requintadas, disfarçadas de reconhecimento, empoderamento, cuidado. E com o tempo, essas cobranças externas se tornam vozes internas. A mulher começa a se cobrar o tempo todo: por não ter paciência, por não brincar mais com os filhos, por não sentir gratidão o suficiente, por desejar uma pausa. Nesse ponto, as cobranças externas instalaram o “aplicativo” da culpa. E a mulher já pode se torturar sozinha, se cobrar sozinha, não se sentindo boa o suficiente só porque é mulher. É humana.
É preciso aprender a identificar essas vozes. Elas não são suas. Foram plantadas. E podem ser questionadas. Talvez você esteja cansada de ouvir que é forte. Porque, às vezes, você só queria poder desabar. Você não precisa provar nada para ninguém. Renato Russo fala disso numa estrofe da música “Quase sem querer”. A música ao mesmo tempo de que fala de amor romântico, fala dos nossos sentimentos e confusões, dúvidas e dores. O tempo perdido, chances desperdiçadas, “querendo provar pra todo mundo”.
O que a gente anda querendo provar? Para quem? Você tem o direito de não estar bem. De pedir ajuda. De parar. Ser forte não deveria significar suportar o insuportável. Ser forte também é saber quando parar. Quando cuidar de si. Quando dizer “agora é minha vez”. Neste maio, no Dia das Mães, ou em qualquer outro dia: você merece respeito, reconhecimento, pausa e verdade. E que a sua verdade seja sempre mais importante do que qualquer ideal que tentaram te vender.
QUE VOCÊ SE LEMBRE, MULHER
Que você se lembre, mulher,
que não nasceu pra carregar o mundo,
mesmo que tantas vezes te façam crer
que ele gira graças ao teu esforço mudo.
Que você se lembre
que cuidar de si não é egoísmo,
é necessidade, é raiz,
é o ar que sustenta o seu próprio abismo.
Que você se lembre
que pedir ajuda é gesto de coragem,
e não um sinal de fraqueza,
é abrir espaço pra verdade, sem maquiagem.
Que você se lembre
que ser forte demais cansa,
e que a pausa também é resistência,
um ato de amor, uma dança.
Que você se lembre
que o seu valor não está no quanto suporta,
mas no quanto se reconhece,
se acolhe, se escuta, se importa.
Que você se lembre, com doçura,
que é inteira mesmo quando desaba,
e que merece mais que elogios rasos:
merece cuidado que embala e acalma.
Essa foi minha forma de homenagear e refletir juntas nossa jornada como mulheres exaustas, mas que não precisa mais ser assim. Reconhecer essa sobrecarga e as cobranças, e substituir tantas palavras vazias de sentido, que só aumentam nossa sobrecarga. E colocar acolhimento e apoio incondicional a nossa existência como mulheres, humanas.
Se este texto fez sentido para você, compartilhe com outras mulheres que também precisam desse alerta. Juntas podemos nos cuidar melhor. E siga @psicofatimabaroni para mais conteúdos sobre autoestima e amor-próprio.
Clique aqui e acesse todos os artigos desta coluna ??.
Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755