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Fátima Baroni Tonezer

Quando a força não basta: por que mulheres incríveis aceitam migalhas de amor?

calendar_month 22 de setembro de 2025
3 min de leitura

Mesmo mulheres fortes podem carregar feridas invisíveis que as fazem acreditar que merecem menos!

Muitas mulheres inteligentes, capazes e sensíveis vivem aprisionadas em relações que oferecem apenas migalhas de afeto. De fora, pode parecer incompreensível: “Como alguém tão forte aceita tão pouco?”. Mas, para quem está dentro, a resposta não é tão simples.

O que está em jogo não é falta de clareza ou de força, mas sim feridas emocionais profundas. A psicologia mostra que os vínculos formados na infância moldam a forma como aprendemos a amar. Quando uma menina cresce em ambientes onde o afeto é escasso, condicionado ou imprevisível, ela aprende que precisa lutar por amor, se adaptando, se calando, se anulando.

A EXAUSTÃO DE QUEM DÁ TUDO E RECEBE QUASE NADA!

Esse é o preço de se doar inteira sem reservar espaço para si mesma. Na vida adulta, essa mulher pode até conquistar autonomia no trabalho, nos estudos, nas responsabilidades, mas na esfera afetiva acaba repetindo o mesmo roteiro: aceitar menos do que merece porque acredita que é isso que pode ter.

É por isso que tantas mulheres, mesmo exaustas, continuam em relacionamentos abusivos ou em vínculos que entregam apenas presença parcial. Não se trata de fraqueza, mas de padrões emocionais chamados de “esquemas”: marcas internas que alimentam a sensação de abandono, rejeição e desvalor.

O medo também desempenha um papel central. Medo da solidão, medo da rejeição, medo de descobrir que, mesmo livre, ainda vai doer. E assim, muitas preferem a dor conhecida às incertezas de se escolher. O preço, no entanto, é alto: viver indisponível para si mesma. Uma mulher que não escuta seus próprios desejos e necessidades se abandona. E, quando se abandona, aceita relações que só confirmam o que, no fundo, acredita: “não mereço mais do que isso”.

O SILÊNCIO DA MULHER QUE CARREGA O MUNDO, MAS SE ABANDONA!

Por trás da aparente coragem existe um coração marcado pela falta de afeto. Onde abundou comida, críticas, comparação, faltou afeto, reconhecimento, acolhimento e segurança. Esse é o círculo silencioso do esgotamento feminino: carregar a vida nas costas e receber quase nada em troca. Aceitar migalhas não significa falta de força, mas a marca de uma história que ensinou a esperar pouco de si e da vida. É sinal de uma ferida antiga que ainda sangra e dói.

Na próxima semana, vamos construir juntas um caminho de reconstrução e reconexão, entendendo que é possível ser forte e escolher-se com ternura e respeito?

E se este texto tocou você, compartilhe com outras mulheres que também precisam desse alerta. Juntas podemos nos cuidar melhor. E vamos continuar conversando sobre dores, exaustão e silêncios.

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Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

 
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