Em março falei de comunicação e terminei com um artigo sobre assumir o protagonismo da própria vida. E hoje quero convidar você para refletir sobre um tema que recorrentemente é abordado nas organizações e que, inclusive, vai ficar em alta com a entrada da atualização da NR1 em maio deste ano.
Do que estou falando? Você já ouviu falar do presenteísmo? Tem ideia do que isto significa?
O presenteísmo acontece quando a pessoa está “presente” no trabalho, mas não está rendendo. Ou seja, a pessoa não falta ao trabalho, mas o foco dela, a atenção dela não está no trabalho, naquilo que está executando no momento.
E diferente do absenteísmo, é considerado um fator proativo porque ainda não aconteceu “nada”. No presenteísmo a pessoa não aparenta, ainda, estar doente. Mas se não perceber e cuidar, vai adoecer.
O QUE LEVA AO PRESENTEISMO?
São várias possibilidades que podem provocar o presenteísmo, desde causas físicas como enxaqueca, dores musculares com a fibromialgia entre outras, até a pessoa estar preocupada com a saúde de alguém, como um filho/a, pais, uma dívida ou sobrecarregada por afazeres em diversas áreas da vida. São várias as possibilidades. Mas por que estou falando disso agora?
Primeiro, como já comentei, a partir de 26 de maio de 2025 entra em vigor a NR1 com a inclusão dos riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que podemos conversar em outro momento se quiserem. Mas principalmente para fazer uma ponte para a situação de exaustão, que nós mulheres, enfrentamos na nossa rotina diária, ao tentar atender as pressões da sociedade sobre nós.
VOCE JÁ SENTIU QUE SUA VIDA ESTÁ ACONTECENDO SEM VOCÊ?
Já sentiu como se estivesse apenas seguindo o fluxo, sem realmente escolher o que é melhor para si mesma? Muitas mulheres passam anos, às vezes a vida toda, sentindo que algo está errado, mas não conseguem identificar exatamente o que. Vivem no piloto automático, sabendo que suas necessidades ficam sempre em segundo plano.
Isto pode estar relacionado a dois comportamentos diferentes, mas que geram consequências semelhantes. Em qualquer das situações, o que a mulher sente é desgaste emocional, frustração e uma sensação constante de estar perdida. A boa notícia é que é possível mudar isso, saindo dessas atitudes e do presenteísmo. E o primeiro passo é se tornar consciente do que está ocorrendo e quais os fatores que provocam essas atitudes.
QUANDO ESTAR NO TRABALHO NÃO SIGNIFICA ESTAR BEM!
Muitas mulheres emocionalmente esgotadas acreditam que precisam estar sempre presentes, mesmo quando estão doentes, exaustas ou sem energia. Elas continuam cumprindo suas obrigações profissionais, mas não focam, não rendem bem e se sentem cada vez mais drenadas e vazias. E isto vale para outros momentos fora do trabalho, quando, por exemplo, mesmo não se sentindo bem continuam executando aquilo que se convencionou chamar de obrigações femininas.
Diferentemente do absenteísmo, quando a pessoa falta ao trabalho, o presenteísmo acontece quando a pessoa está presente, mas sem condições de desempenhar bem suas funções. O problema do presenteísmo é que ele não pode ser visto como um sinal de dedicação, mas sim um alerta. E este presenteísmo pode estar acontecendo mesmo quando a mulher está sentada no chão “brincando” com o filho/a, estudando, treinando na academia…
Na próxima semana vou abordar os comportamentos que podem estar relacionados ao presenteísmo, mitos e verdades sobre eles. Até a próxima. E siga @psicofatimabaroni para mais conteúdos sobre autoestima e amor-próprio.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755