Chegamos ao último mês de 2025. A partir de hoje (1º), faltam 31 dias para encerrar o ano, e que ano! Enfim, chegamos ao mês que nos remete ao amor (Natal), às novas decisões e planos (final de ano), presentes, festas, correria…
E quero te pedir licença para fugir deste assunto. Evitar falar mais do mesmo, do que as redes estão cheias. Este mês quero falar de como temos desenvolvido nos últimos anos o “modo de agir aleatório”. Para entender o que quero dizer por aleatório, te convido a ler os próximos artigos. Suas reflexões e contribuições serão muito bem-vindas.
MODO ALEATÓRIO: COMO ASSIM?!
Imagina a cena: o despertador toca e você se levanta automaticamente, prepara o café, acorda as crianças, resolve as primeiras demandas do dia antes mesmo de perceber que ainda não respirou conscientemente. Segue o dia: trabalho, mensagens, compromissos, cobranças internas e externas. À noite, cai na cama exausta, prometendo que amanhã vai se cuidar melhor. Mas amanhã é sempre igual. Você está vivendo no modo aleatório.
O PILOTO AUTOMÁTICO QUE NOS SEQUESTRA!
Viver no modo aleatório é funcionar no piloto automático, repetindo padrões e comportamentos sem questionar de onde eles vieram ou se ainda fazem sentido para quem você é hoje. É acordar todos os dias e seguir um roteiro invisível, escrito por crenças antigas e medos não nomeados, enquanto sua verdadeira essência fica em segundo plano, esperando ser lembrada.
Nesse estado, não somos nós que escolhemos, são nossos condicionamentos que decidem por nós. Reagimos ao invés de responder. Fazemos porque “sempre fizemos assim”. Carregamos responsabilidades que nem sabemos se são nossas. E o mais perigoso: normalizamos a exaustão como se ela fosse o preço natural de ser mulher
AS RAÍZES INVISÍVEIS DO AUTOMÁTICO
Por trás desse modo aleatório existem crenças profundamente enraizadas que aprendemos ao longo da vida: “Preciso dar conta de tudo”, “Não posso decepcionar ninguém”, “Meu valor está no quanto eu produzo”, “Descansar é preguiça”, “Minhas necessidades podem esperar”.
Essas crenças não nasceram conosco. Foram plantadas pela cultura, pela família, pelas expectativas sociais sobre o que é ser uma “boa mulher”. E junto com elas vieram os medos: medo de não ser boa o suficiente, do abandono, da rejeição, de decepcionar, de ser egoísta se priorizarmos a nós mesmas.
São esses medos e crenças que nos mantêm presas no automático. Eles criam um sistema de segurança ilusório onde, se cumprirmos todas as expectativas, estaremos a salvo. Mas a verdade é que esse sistema nos aprisiona e nos esgota.
O CUSTO SILENCIOSO: A ENERGIA DRENADA
O resultado é uma exaustão que vai além do corpo. É um cansaço da alma. Uma sensação de estar vivendo uma vida que não parece totalmente sua. Uma desconexão profunda de quem você realmente é, do que realmente deseja, do que realmente importa.
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Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9