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Osnei Alves

A dinâmica das emoções e da motivação: a energia interior que move o ser humano

calendar_month 29 de julho de 2025
4 min de leitura

Etimologicamente, a palavra “emoção” deriva do latim emovere, que significa “movimentar para fora”, ou seja, um impulso gerado por uma causa interna que se manifesta externamente. As emoções constituem reações intensas, geralmente breves, desencadeadas por estímulos específicos, e envolvem uma complexa interação entre processos fisiológicos, comportamentais e cognitivos.

Cada emoção mobiliza o organismo como um todo: há alterações no fluxo sanguíneo, na atividade elétrica da pele, na respiração, no sistema endócrino e na postura corporal. Tais reações não apenas preparam o corpo para agir, mas também informam a mente sobre o que está sendo vivenciado: medo, alegria, raiva ou tristeza, por exemplo.

As emoções intensas são compostas por múltiplos componentes. Um dos mais evidentes é o corporal. Quando alguém está tomado pela raiva, pode tremer ou elevar a voz, mesmo sem desejar conscientemente tais reações. Da mesma forma, o nojo frequentemente se expressa por uma expressão facial característica: testa franzida, boca aberta e olhos semicerrados.

Essas manifestações não são apenas culturais, mas em grande parte universais, biologicamente programadas e regidas pelo sistema nervoso autônomo, responsável pelas respostas involuntárias, que atua independentemente do controle consciente exercido pelo sistema nervoso central.

Do ponto de vista biológico, as emoções exercem funções fundamentais à sobrevivência. Diante do medo, por exemplo, o corpo entra em estado de alerta: o coração acelera, a adrenalina é liberada, as pupilas se dilatam. Tudo isso prepara o indivíduo para reagir rapidamente a uma ameaça.

Essa resposta é resultado de milhões de anos de evolução, e as emoções funcionam como um sofisticado sistema de orientação interna, alertando sobre necessidades não atendidas: o medo indica necessidade de segurança, a solidão aponta para a busca de pertencimento, a tristeza pode sinalizar a perda de algo valioso.

Além de sua função adaptativa, as emoções influenciam diretamente a tomada de decisões. Estudos em neurociência demonstram que pessoas com lesões nas áreas cerebrais responsáveis pelas emoções são incapazes de tomar decisões eficazes, mesmo as mais simples. Isso ocorre porque, sem o componente emocional, a escolha perde o sentido subjetivo — ou seja, a pessoa não “sente” qual decisão é mais adequada. Emoções, portanto, atuam como guias fundamentais na regulação de nossos comportamentos e escolhas cotidianas.

Outro aspecto importante é o papel das emoções na delimitação de limites saudáveis. Sentimentos como incômodo, frustração ou desconforto frente a atitudes alheias funcionam como indicadores de que algo precisa ser ajustado. Quando aprendemos a reconhecer e confiar nesses sinais internos, tornamo-nos capazes de estabelecer fronteiras que protegem nosso bem-estar físico e emocional.

A comunicação emocional também é essencial para a vida em sociedade. Expressões faciais, gestos, tom de voz e até mesmo o olhar carregam significados emocionais que complementam – e por vezes substituem – a linguagem verbal. A capacidade de expressar e compreender emoções é crucial para o desenvolvimento da empatia, da escuta ativa e do vínculo afetivo. Embora culturas, religiões e ideologias nos dividam, as emoções são universais e podem, potencialmente, ser uma ponte de conexão entre os seres humanos.

Diante disso, é fundamental que a sociedade valorize não apenas a cognição racional, mas também a inteligência emocional. Como destacou Howard Gardner, a tarefa para o novo milênio não é apenas aprimorar nossas múltiplas inteligências, mas integrá-las à ética e ao caráter. Afinal, a inteligência desvinculada da moral pode levar à destruição, e, como bem disse Ralph Waldo Emerson, “o caráter é mais importante que o intelecto”. Essa reflexão vale tanto para indivíduos quanto para a coletividade.

A motivação, assim como a emoção, compartilha a mesma raiz etimológica: movere. Ambas representam estados de ativação do organismo. No entanto, enquanto a emoção tende a ser imediata e passageira, a motivação é mais duradoura e orientada para objetivos específicos. Ela surge de uma necessidade interna e desencadeia um comportamento voltado à sua satisfação.

Ainda que não possamos observar diretamente a motivação, podemos inferi-la a partir de comportamentos dirigidos, persistentes e energéticos. Quando alguém se esforça intensamente para alcançar uma meta, podemos reconhecer a presença de uma forte motivação subjacente.

Inteligência emocional não é segurar as emoções. É usar a razão e sentir a emoção (Valeska Viana)

Quem é Osnei Francisco Alves


  • Osnei Francisco Alves é especialista na área de gestão, estratégia empresarial, marketing, comunicação, tecnologia, educação, entre outras. Escritor de livros e artigos científicos. Atualmente, gerente executivo do Senac em Marechal Cândido Rondon.
    consultorosnei@gmail.com

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