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Osnei Alves

Emoções, motivação e liderança: a força Invisível que move o comportamento humano

calendar_month 15 de julho de 2025
4 min de leitura

Assuma o controle das suas emoções mais consistentes e comece conscientemente e deliberadamente a remodelar a sua experiência diária de vida (Anthony Robbins)

As emoções estão presentes em todas as esferas da vida humana, em casa, no ambiente social ou no local de trabalho. Tão fundamentais são esses fenômenos que diversas áreas do conhecimento, das ciências sociais às biológicas, voltam-se ao estudo das emoções em busca de compreender os fatores que moldam o comportamento e a experiência subjetiva do ser humano. Embora complexas e multifacetadas, as emoções exercem influência profunda sobre nossa motivação, nossas decisões e nossa maneira de nos relacionar com o mundo.

As emoções são reações internas desencadeadas por estímulos específicos e expressas através de mudanças fisiológicas, cognitivas e comportamentais. Elas têm raízes profundas no processo evolutivo e funcionam como mecanismos de sobrevivência e adaptação. Alegria, amor e orgulho são estados emocionais que promovem bem-estar, enquanto raiva, medo, ciúme e tristeza ativam comportamentos defensivos, de enfrentamento ou mesmo de retraimento. Emoções como vergonha, depressão ou aflição, por sua vez, geram desconforto, mas nem sempre podem ser eliminadas por ações diretas, exigindo reflexão, autoconhecimento e resiliência emocional.

É importante compreender que emoção e motivação compartilham a mesma origem etimológica no verbo latino movere, ou “mover-se”, e estão intrinsecamente ligadas. Toda emoção gera um estado de vigilância, ativação e prontidão para agir. Assim, a emoção pode tanto impulsionar quanto paralisar, dependendo de como é interpretada e regulada cognitivamente. Emoções intensas, quando não compreendidas ou controladas, interferem na conduta organizada, podendo gerar decisões impulsivas ou comportamentos desadaptativos. Por outro lado, quando bem integradas aos processos mentais, tornam-se fontes poderosas de informação e sabedoria prática.

O medo, por exemplo, não é apenas um estado de alerta biológico. Envolve também uma elaboração mental, com imagens e pensamentos associados a possíveis ameaças, o que leva ao comportamento de fuga ou evitação. Nesse sentido, não se pode falar em emoção sem considerar a atividade do córtex cerebral, responsável pelos processos conscientes e interpretativos. Por isso, os psicólogos modernos avaliam as emoções em três dimensões principais: o componente subjetivo (pensamentos, memórias, crenças), os comportamentos observáveis (expressões faciais, posturas, reações) e os indicadores fisiológicos (frequência cardíaca, respiração, sudorese). Em animais, a análise se limita aos aspectos comportamentais e fisiológicos, já que não há acesso direto ao conteúdo subjetivo.

Além disso, emoções e motivos se entrelaçam desde o nascimento. A satisfação de uma necessidade básica — como a fome — é geralmente acompanhada por prazer e alívio. Já a frustração de uma necessidade pode gerar emoções como tristeza, raiva ou ansiedade, que, por sua vez, funcionam como gatilhos motivacionais para ação. Nesse sentido, as emoções não são apenas respostas a eventos, mas forças que moldam o próprio comportamento humano, direcionando nossos esforços, escolhas e metas.

No contexto social e profissional contemporâneo, a gestão das emoções tornou-se uma competência essencial. Em tempos de escassez de empregos e instabilidade econômica, a capacidade de lidar com os próprios sentimentos, manter relacionamentos saudáveis e cultivar atitudes resilientes pode ser tão ou mais importante que habilidades técnicas. A chamada “inteligência emocional” – termo amplamente difundido por Daniel Goleman e aprofundado por estudiosos como Robert Cooper – refere-se à habilidade de reconhecer, compreender e utilizar as emoções de maneira estratégica para guiar o pensamento e o comportamento.

De acordo com Cooper, a inteligência emocional é “a capacidade de sentir, entender e aplicar eficazmente o poder e a perspicácia das emoções como uma fonte de energia, informação, conexão e influência humana”. Trata-se de transformar valores e aspirações em atitudes vividas, promovendo alinhamento entre propósito interior e conduta prática. Essa habilidade é especialmente valorizada nas lideranças modernas, onde o antigo modelo autoritário dá lugar a um estilo mais humano, participativo e inspirador. O líder do presente e do futuro  é aquele capaz de provocar entusiasmo, mediar conflitos com empatia e influenciar positivamente as pessoas ao seu redor.

Portanto, em um mundo cada vez mais dinâmico, volátil e exigente, a compreensão das emoções não é apenas uma vantagem pessoal, mas uma necessidade coletiva. A integração entre emoção, motivação e pensamento consciente é o que sustenta relações saudáveis, decisões eficazes e lideranças transformadoras. Mais do que nunca, é a força invisível das emoções – bem geridas e bem compreendidas – que move a humanidade.

Quem é Osnei Francisco Alves


  • Osnei Francisco Alves é especialista na área de gestão, estratégia empresarial, marketing, comunicação, tecnologia, educação, entre outras. Escritor de livros e artigos científicos. Atualmente, gerente executivo do Senac em Marechal Cândido Rondon.
    consultorosnei@gmail.com

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