Uma vida não basta ser vivida. Ela precisa ser sonhada (Mario Quintana)
Nascemos — e com o primeiro sopro vem a primeira pergunta: por quê?
Não há manual que nos guie, nem rota traçada no céu.
A vida se abre crua, como terra fértil esperando passos incertos.
Começa, então, o ciclo – de ideias que se chocam, de fatos que se firmam, de verdades que se moldam no silêncio da experiência.
O mundo já estava aqui, com suas certezas, com seus muros invisíveis de ideias herdadas, com seus gritos velados de ideologias.
E entre tudo isso, a criança que fomos tateia a luz e a sombra com olhos recém-abertos para o espanto.
O medo se achega sorrateiro, nos conflitos, nas ameaças, nas escolhas.
Mas é também ele quem nos empurra para frente, quem nos mostra que descobrir é se lançar, mesmo sem saber voar.
E sim, o novo pode falhar. O desconhecido pode ferir. Mas o risco é parte do poema da vida. É preciso, em algum instante, abandonar o ninho do conforto, sentir o vento da dúvida e caminhar por estradas que só existem quando temos coragem de pisá-las.
Nesse vaivém entre o medo e a curiosidade vai se forjando o que somos.
Cada escolha nos esculpe, cada erro nos ensina, cada conquista nos reergue.
A vida, afinal, não é resposta. É pergunta atrás de pergunta:
Por que nascemos?
Para que vivemos?
O que vale mesmo a pena?
Não somos apenas genoma — somos enigma. Um corpo que sofre, sim. Mas uma alma que sonha. Um espírito que indaga o porquê de sua própria existência.
E, diante desse mistério, uma palavra suave nos convida ao silêncio: milagre.
A vida é isso — um milagre. Não porque desafia as leis, mas porque escapa a qualquer explicação.
Nem os maiores sábios ousaram decifrá-la. Administraram suas dores, apenas. E, mesmo assim, cada novo sopro que entra em nossos pulmões é testemunho da esperança.
A criança que sorri, alheia às cicatrizes do tempo, nos lembra de quando éramos felizes sem saber.
Crescer é um processo de erosão e construção. Perde-se a inocência, ganha-se discernimento. Erramos, amamos, sofremos, perdemos, recomeçamos. A vida nos ensina através da impermanência.
Pois mesmo que o saber não nos traga todas as respostas, ele nos devolve perguntas mais profundas — e isso já basta.
Quanto mais se conhece, mais se percebe o quão vasto é o oceano da ignorância. E, paradoxalmente, quanto mais se sabe, mais humilde se torna a verdade.
E quando nos encontramos com o outro, com suas cores, crenças, jeitos e silêncios,
nossos próprios limites se expandem.
O que parecia imutável, muda.
E mudamos juntos. A busca por sentido não tem fim, ela dança com o tempo, se reinventa com as perdas, renasce nos recomeços.
Viver é isso: rasurar certezas, abraçar imperfeições, aceitar que o desconhecido
também é um convite à criação de um novo ser.
Não há destino fixo, nem roteiro fechado.
A existência é uma folha em branco onde escrevemos, apagamos e reescrevemos
o nosso caminho.
Quem é Osnei Francisco Alves

Osnei Francisco Alves é especialista na área de gestão, estratégia empresarial, marketing, comunicação, tecnologia, educação, entre outras. Escritor de livros e artigos científicos. Atualmente, gerente executivo do Senac em Marechal Cândido Rondon.
consultorosnei@gmail.com
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