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Após Rio 2016, Henrique Teixeira almeja disputar as Olimpíadas de Tóquio

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Ex-rondonense, Henrique Selicani Teixeira, de 28 anos, que atua na posição de armador central pela modalidade de handebol, tem um grande objetivo pela frente: disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. O atleta de 1,92 metro garante que vem treinando e se preparando ao máximo para que sua meta seja concretizada. Teixeira teve a sua primeira oportunidade em Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016, quando a Seleção Brasileira de Handebol terminou na 7ª posição, após derrota sofrida diante da França.

Durante entrevista exclusiva ao Jornal O Presente, o esportista enalteceu que um fato marcante em sua carreira foi a quebra de um tabu em relação à Alemanha, nos Jogos do Rio. “O Brasil venceu a Alemanha pelo acirrado placar de 33 a 30. Foi um grande marco ter vencido pela primeira vez a Seleção Alemã, grande potência e principal referência na modalidade no mundo. A Alemanha tem a principal liga de handebol do mundo e é a atual campeã europeia. A gente teve a felicidade de jogar de igual para igual e ganhar de um adversário muito forte”, enalteceu, emendando: “Esta vitória representa algo histórico pelo nome e pelo peso da camisa alemã, justamente pelo país ser o idealizador da modalidade no mundo. Foi muito legal participar desse momento histórico. A gente já ganhou de outras seleções de nome em torneios, caso da Polônia e da Rússia, mas vencer a Alemanha nas Olimpíadas teve um sabor muito especial por estar em casa. A gente espera que esse tenha sido o início, um importante passo para continuar nesse caminho e posteriormente trazer medalhas para o Brasil”.

 

Projetos

Teixeira atua pela terceira temporada em um clube da Espanha, o Bada/Huesca, que ficou em 7º lugar na Liga de Handebol, que é muito disputada. “A minha meta é melhorar de equipe e poder crescer mais como profissional, buscando atuar em times cada vez melhores, com mais qualidade possível até chegar no ápice. Com a Seleção Brasileira eu planejo participar de mais este ciclo olímpico e disputar as Olimpíadas de Tóquio. Para isso já começo a me preparar para ter capacidade de fazer parte da seleção por mais alguns anos”, projeta.

O atleta informa que estes são os seus principais objetivos profissionais. “Procuro sempre evoluir como pessoa, assim sendo tenho o desejo de aprender uma outra cultura, algo particular, podendo representar uma equipe em outro país, mas basicamente melhorar no clube, ajudar a conquistar títulos, e participar de mais campeonatos e torneios com a seleção”, menciona o atleta que integra uma geração promissora na modalidade.

 

Auge

O esportista fez parte da seleção que faturou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2011 em Guadalajara, no México, que teve a Argentina como campeã e deixou o Brasil de fora das Olimpíadas de 2012, em Londres. Com as energias renovadas, a seleção esteve com tudo em 2015 e conquistou a medalha de ouro no Pan-Americano de Toronto, no Canadá.

Com uma olimpíada no currículo e importantes resultados nos Jogos Pan-Americanos e Sul-Americanos, Teixeira ressalta que participar dos Jogos Olímpicos é o ápice para todos os esportistas. “Eu vejo que o maior sonho é disputar uma Olimpíada. Foi uma experiência inimaginável, um sonho mesmo, pois tudo funciona em prol do atleta que é a vitrine do mundo. Você conhece outras modalidades, vários atletas e os melhores do mundo em todos os esportes estão do seu lado tomando café da manhã, o que é motivador porque é uma sensação inexplicável”, enfatiza, acrescentando: “não tem como dizer a sensação de jogar uma Olimpíada e competir com a oportunidade de disputar uma medalha. A minha ideia pós-Olimpíada é focar na próxima, porque eu pretendo viver tudo isso outra vez. Para todos que querem saber como é, os Jogos Olímpicos são uma satisfação imensa. Hoje eu jogo para sentir essa sensação de novo de poder participar”.

 

Estrutura

Segundo o jogador olímpico, a maior dificuldade atravessada pela modalidade de handebol no Brasil está relacionada à estrutura. “O handebol é um esporte pequeno, como muitos outros. É difícil você fazer esporte no Brasil devido à estrutura financeira dos clubes, organização, qualidade profissional, então se você quer algo mais é preciso buscar atuar no melhor lugar para continuar crescendo. A principal dificuldade que eu tive foi essa na questão de estrutura, isso sem desmerecer os clubes que passei, pois aprendi muito. É necessário você passar por clubes e subir degrau por degrau e não estagnar. Eu poderia muito bem ter ficado no Brasil e atuado em São Paulo, contudo eu quis algo mais e vi que estava estagnado, então preferi sair. Esta foi uma decisão muito boa para alcançar um nível maior do que eu já tinha”, comenta.

 

Trajetória

A escolha de Teixeira pelo esporte veio da influência do pai Dourivaldo, que atuou pela Seleção Brasileira de Handebol e foi um dos primeiros jogadores de Marechal Cândido Rondon incentivado pelo professor Paulo Peres Peres. “O meu pai foi jogador muitos anos na seleção e foi um dos primeiros a atuar em solo europeu. Ele jogou no Clube do Porto. Então, entendo que isso foi uma influência, um plus para que eu partisse para o esporte e escolhesse o handebol como modalidade”, declarou.

O ex-rondonense iniciou sua trajetória esportiva no Colégio Marista, de Maringá, onde jogou alguns anos até ser convidado para atuar pelo time da sua cidade natal. “Joguei por Maringá durante seis anos até me transferir para São Paulo, onde atuei por oito anos, chegando a conquistar vários títulos brasileiros e pan-americanos. Paralelamente eu vinha sendo convocado pela Seleção Brasileira. Estou há oito anos na Seleção Brasileira principal, pela qual disputei os Jogos Olímpicos, Mundiais, Pan-Americanos e Sul-Americanos”, relata. Ele também foi tricampeão dos Jogos da Juventude (Jojups), além de obter conquistas nos Jogos Abertos do Paraná (JAPs), campeonatos Paranaense e Brasileiro e tetracampeão Pan-Americano de clubes.

 

Quase rondonense

Os laços de Teixeira com o município rondonense são muito fortes. Ele apenas nasceu em Maringá, uma vez que sua mãe Roseli Selicani Teixeira teve todo período de gestação em Marechal Rondon. Ele inclusive morou dois anos no município. Os professores de Educação Física Claudete e Ideval Teixeira são tios do jogador, entre outros familiares. “Tenho amigos de infância, pois muitas vezes vinha aqui na época das férias. Quando era criança eu vinha bastante para cá na Páscoa e no Natal, portanto sempre tive bastante contato com a cidade. É um prazer estar aqui”, finaliza ele, que esteve em Marechal Rondon no último fim de semana.

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