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Atletiba é cancelado após Federação impedir transmissão pela internet

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Giuliano Gomes/PR Press

 

O clássico entre Atlético-PR e Coritiba, que seria realizado na Arena da Baixada na tarde deste domingo (19), foi cancelado após a Federação Paranaense de Futebol (FPF) justificar que os profissionais que fariam a transmissão da partida por um canal da internet não estariam credenciados, o que impediria o início do jogo.

Os jogadores das duas equipes chegaram a entrar em campo, mas o árbitro, obedecendo orientação da FPF, não apitou o começo do clássico, alegando que os profissionais contratados pelos clubes não estavam credenciados e não poderiam ficar dentro do campo. A dupla Atletiba (Atlético-PR e Coritiba) se recusou a jogar a partida sem a transmissão pela web.

Em entrevista por telefone ao blog Bastidores FC, o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Helio Cury, explicou que o motivo de o árbitro não dar início ao clássico foi a quantidade de profissionais não cadastrados dentro de campo. O credenciamento deveria ser feito até 48 horas antes da partida.

“O árbitro avisou: “olha, tá cheio de gente sem credenciamento, eu não posso começar o jogo assim. Se não tirar essas pessoas, não posso começar o jogo”. Chamaram o policiamento. As pessoas se recusaram a sair. Não havia como fazer jogo com tanta gente em volta do gramado sem estar credenciada para tal”, disse o dirigente ao blog.

Enquanto dirigentes conversavam com árbitros e policiais, os jogadores de Atlético-PR e Coritiba intercalavam subidas ao gramado com momentos no vestiário, em uma situação que durou por volta de 40 minutos. Os clubes afirmaram que não jogariam sem a transmissão pela internet, enquanto a Federação mantinha a posição em relação ao credenciamento dos profissionais.

“Essa iniciativa pioneira e ousada vai servir para o resto da vida e dos tempos. Atlético-PR e Coritiba unidos começaram um processo silencioso de dizer não. Temos o direito de dizer não. Fica um alerta para os demais presidentes. Sigam o exemplo de Atlético e Coritiba. Vamos dizer não. Temos que romper com essas coisas”, afirmou o presidente do Furacão, Luiz Sallim Emed.

O dirigente rubro-negro ainda criticou a forma como a arbitragem optou por não dar início ao jogo, mesmo com a Arena da Baixada cheia de torcedores. “O juiz me explicou que ele obedeceu uma ordem superior. Algumas vezes algumas leis não são éticas. Como vamos lidar com a frustração desse público inteiro? Então… 99%… chego à conclusão que não vai ter jogo por uma medida intransigente e estreita”, criticou Salim Emed.

Sem acordo, os jogadores subiram em uma fila intercalada ao gramado e, de mãos dadas no círculo central, agradeceram a presença da torcida. Na sequência, após aplausos aos jogadores, as arquibancadas da Baixada começaram a se esvaziar, sob gritos de protesto.

Após a saída dos jogadores, o técnico Paulo Autuori, do Atlético-PR, fez fortes críticas em entrevista coletiva, mas parabenizou os jogadores dos dois times pela coragem de optar pela não realização do clássico.

“Neste momento em que poderíamos ter um bom espetáculo, os clássicos, tanto dentro quanto fora de campo, não foi possível os profissionais trabalharem e os torcedores assistirem ao jogo em função de uma atitude arbitrária da Federação. Lembrando que a transmissão seria através da internet de forma gratuita. Não tem um mínimo de embasamento para a proibição que a Federação forçou para a não realização do jogo. Nós lamentamos. Essa é a realidade que toma conta do futebol, mas tenho que parabenizar, falta isso no futebol brasileiro, tomada de decisões corajosas”, completou o treinador rubro-negro.

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