Fale com a gente

Esportes

Djalma Santos morre em Uberaba aos 84 anos

Publicado

em

Nos tempos em que lateral tinha como principal função defender, ele foi um visionário. Sua saúde privilegiada e a técnica das mais apuradas ajudaram muito nos avanços ao ataque. Resumo da ópera: duas das cinco estrelas que os brasileiros carregam no peito foram conquistadas com o suor e o brilho de Djalma dos Santos.

Por uma questão de praticidade, qualidade típica dos bons laterais, a preposição e o artigo foram abolidos do nome: virou Djalma Santos. Neste 23 de julho de 2013, o craque visto por muitos como o melhor lateral-direito de todos os tempos deixou a vida, aos 84 anos, em Uberaba, interior mineiro, onde morava há duas décadas. 

Segundo nota divulgada pelo Hospital Dr. Hélio Angotti, o ex-jogador morreu às 19h30  em decorrência de uma pneumonia grave e instabilidade hemodinâmica, culminando com parada cardiorrespiratória. Ele estava hospitalizado desde o dia 1º de julho. O velório será na Câmara Municipal a partir da meia-noite desta quarta-feira. A hora do sepultamento ainda não foi divulgada pela família. 

Bicampeão mundial em 1958 e 1962 e presente nas duas finais, na Suécia e no Chile, Djalma deixa luto mais forte nos torcedores de Palmeiras, Portuguesa e Atlético-PR, os clubes que defendeu. Também esteve nas Copas de 1954 e 1966. Marcou época.

Na década de 1950, Djalma Santos dava sinais do que seria imprescindível para o lateral moderno. Com vigor físico irretocável, o lateral-direito, então posição de defesa, fazia investidas ao ataque e voltava para recompor a linha defensiva.

Os laterais perto da área adversária se transformavam em escanteios, pois Djalma Santos os cobrava dentro da área. O acidente em que teve a mão direita prensada por uma máquina o impediu de fazer alguns movimentos, mas, nos arremessos, Djalma transformava o braço em uma alavanca – como ele mesmo gostava de dizer – que impulsionava a bola para dentro da área.

A lateral direita, porém, só surgiu na vida de ‘Santos’, como era chamado ainda no início de carreira na Portuguesa, graças a um concorrente. Na Lusa, Djalma foi meia até 1949, quando Brandãzinho chegou ao time da capital e forçou a ida do bicampeão mundial para a lateral direita, onde se consagraria. O meio-campista inclusive foi um dos responsáveis, juntamente com Djalma Santos, pelos anos de glória da Portuguesa.

Copyright © 2017 O Presente