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O Brasil e os brasileiros

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Jamais algu eacute;m, principalmente algum t eacute;cnico de futebol, conseguir aacute; fazer uma Sele ccedil; atilde;o Brasileira que seja do agrado dos brasileiros. Nem que para isso abra m atilde;o de todas as suas convic ccedil; otilde;es pessoais sobre quem deve compor a Sele ccedil; atilde;o e como deve jogar para vencer.
Exceto alguns rar iacute;ssimos casos da nossa hist oacute;ria, como, por exemplo, a Sele ccedil; atilde;o de 82, comandada por Tel ecirc; Santana, que se op ocirc;s aos cr iacute;ticos com um futebol vistoso e simplesmente maravilhoso, por eacute;m, nem disputou a final. A de 70 foi oacute;tima, mas eacute; bom lembrar que ganhou de 1×0 da Inglaterra, levando press atilde;o o jogo inteiro. Que saiu perdendo para o Uruguai e sofreu muito para virar o jogo. Que na final saiu perdendo para a It aacute;lia e a iacute;, bom a iacute;, Pel eacute; e companhia viraram para 4×1, um show inesquec iacute;vel para quem teve o privil eacute;gio de assistir.
Mas as sele ccedil; otilde;es s atilde;o assim, fr aacute;geis, vulner aacute;veis, criticadas e certamente jamais aceitas totalmente. Nem mesmo a Sele ccedil; atilde;o de 94, que venceu a It aacute;lia nos p ecirc;naltis na final, trazendo o tetra, esteve salva dos cr iacute;ticos, e olha que tinha Rom aacute;rio e Bebeto na frente em oacute;tima fase, Ra iacute; (assim como Kak aacute;) o queridinho do Brasil, que acabou perdendo n atilde;o s oacute; a bra ccedil;adeira de capit atilde;o, mas a titularidade.
Em 2002, apenas para ficar no campo das sele ccedil; otilde;es campe atilde;s do mundo, Luiz Felipe Scolari era t atilde;o criticado quanto Dunga eacute; hoje e teve o mesmo agravante, se Dunga n atilde;o levou Ronaldinho Ga uacute;cho, Scolari n atilde;o levou Rom aacute;rio. Mas assim como a Sele ccedil; atilde;o de 2002, o Brasil tem bons jogadores e tem esp iacute;rito vencedor, algo raro de se ver.
E esse esp iacute;rito vencedor aparece numa vit oacute;ria magra sobre um advers aacute;rio fraco como aconteceu no jogo do Brasil com Coreia do Norte. Quando todos, inclusive a gente que assiste ao jogo, gostaria que a equipe se lan ccedil;asse ao ataque para massacrar o advers aacute;rio com uma chuva de gols bonitos, nossos atletas se contentam em tocar bola lateralmente, jogando feio e felizes por ter vencido de pouco.
Eacute; poss iacute;vel que um dia uma sele ccedil; atilde;o ven ccedil;a uma Copa do Mundo jogando um futebol solto, ofensivo, descontra iacute;do, como todos n oacute;s gostar iacute;amos de ver o Brasil jogando, mas o mais prov aacute;vel eacute; que os t iacute;tulos de campe otilde;es do mundo v atilde;o continuar nas m atilde;os dos t eacute;cnicos que organizarem times equilibrados, jogando melhor defensivamente do que ofensivamente, sabendo se defender e atacando somente quando eacute; poss iacute;vel e n atilde;o o contr aacute;rio.
Eacute; prov aacute;vel que o Brasil que queremos ver em campo n atilde;o existir aacute; nesta Copa e nem nas pr oacute;ximas. Tamb eacute;m eacute; prov aacute;vel que este Brasil que vimos jogar feio e pelo resultado seja mais favorito para vencer uma Copa do que aquelas sele ccedil; otilde;es que invejamos pela ousadia de atacar mais do que se defender.
N atilde;o se pode cometer o equ iacute;voco de achar que os atletas de hoje s atilde;o menos talentosos que os de ontem (exceto Pel eacute;, Maradona, Garrincha, Zico e outros poucos), o que mudou muito mais do que o talento eacute; o vigor, a determina ccedil; atilde;o, a disciplina e o esp iacute;rito defensivo das equipes.
Nesta Copa, quem n atilde;o tem defesa s oacute;lida, coragem de jogar pelo resultado, provavelmente n atilde;o ser aacute; campe atilde;o.
At eacute; porque haver aacute; mais ldquo;su iacute; ccedil;as rdquo; por a iacute;.

Arno Kunzler

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